Se tudo ficasse quieto conseguiríamos escutar o rio?: uma intervenção urbana sobre memórias da cidade

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5965/14145731023820200035

Palabras clave:

Memória, Arte, Performance, Florianópolis

Resumen

Este artigo problematiza, a partir de uma intervenção artística realizada no centro de Florianópolis (Santa Catarina/Brasil), algumas tensões entre passado e presente e entre memória e esquecimento constitutivas da cidade. Trata-se da performance Parte da Paisagem, realizada em uma avenida onde antigamente havia um rio. A partir da abertura à produção de uma relação estética com o espaço urbano instiga-se o olhar ao insignificante, ao esquecido; propõe-se tensionar passado e presente, o aceleramento, o barulho e a parada, a contemplação do silenciado. Instiga-se escutar o que ainda ressoa na cidade das histórias de camadas submersas, proposta que visibiliza a potência deslocadora da arte.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Mariana Zabot Pasqualotto, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Psicóloga pela Associação Catarinense de Ensino, ACE, Brasil (2012).Mestre e doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, na área de concentração Práticas Culturais e Processos de Subjetivação, linha de pesquisa Relações éticas, estéticas e processos de criação.

Andréa Vieira Zanella, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina. Professora titular aposentada da UFSC. Mestrado e doutorado em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Realizou estudos pós-doutorais na Università Degli Studi di Roma La Sapienza e na UFRGS em 2009.

Tânia Galli Fonseca, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS)

Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul(1996). Pós-doutorado pela Universidade de Lisboa (2004). Professor Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, docente e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Piscologia Social e Institucional, dirige a Coleção Cartografias editada pelas editoras UFRGS e Sulina. 

Citas

BAKHTIN, M. O tempo e o espaço nas obras de Goethe. Estética da criação verbal. Traduzido por P. Bezerra. 5. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2003.

BARRENTO, J. “Percepção é leitura”: a cidade, o olhar, a memória. Limiares sobre Walter Benjamin. Florianópolis: Ed. UFSC, 2013.

BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito da história. Magia e Técnica, Arte e Política. Obras Escolhidas. vol. 1. São Paulo: Brasiliense, 1994.

BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. Obras escolhidas. vol. 1. Tradução de S. P. Rouanet. 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 2012.

CABRAL, O. R. Nossa Senhora do Desterro: Notícias, vol. I. Florianópolis: Imprensa da Universidade Federal de Santa Catarina, 1971.

DIDI-HUBERMAN, Georges. A imagem Sobrevivente. História da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.

DIDI-HUBERMAN, Georges (org.). Levantes. São Paulo: Edições Sesc, 2017.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Sobrevivência dos vaga-lumes. Belo Horizonte: UFMG, 2011.

FONSECA, T. G. Túmulo e palavra: o “After life” para prolongar um último toque com a ponta dos dedos. In: FONSECA, T. G. (org.). Imagens do fora: um arquivo da loucura. Porto Alegre: Sulina, 2018.

GAGNEBIN, J. M. Introdução. História e Narração em W. Benjamin. 2. ed. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1999.

HISSA, C. E. V.; NOGUEIRA, M. L. M. Cidade-corpo. Rev. UFMG, v. 20, n. 1, p. 54-77, 2013. Disponível em: https://www.ufmg.br/revistaufmg/downloads/20/3-cidade-corpo_cassio_hissa_e_maria_nogueira.pdf. Acesso em: 22. nov. 2019.

RANCIÈRE, J. O desentendimento. São Paulo: Editora 34, 1996.

SZONDI, Peter. Iluminaciones sobre ciudades en Benjamin: y otros ensayos. Traduzido por H. A. Murena. 1. ed. Ciudad Autonoma de Buenos Aires: El cuenco de plata, 2016.

SANTOS, A. L. Do mar ao morro: a geografia histórica da pobreza urbana em Florianópolis. 2009. Tese (Doutorado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009. Disponível em: http://www.tede.ufsc.br/teses/PGCN0383-T.pdf. Acesso em: 22 nov. 2019.

SANTOS, F.; PEREIRA, R. Análise histórico-espacial do setor hoteleiro no núcleo urbano central de Florianópolis-SC. Geosul, v.23, n.46, p. 115-135, 2008. DOI https://doi.org/10.5007/2177-5230.2008v23n46p115

SELIGMANN-SILVA, M. Antimonumentos: trabalho de memória e de resistência. Rev. Psicologia USP, v. 27, n. 1, 2016, p. 49-60, 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pusp/v27n1/1678-5177-pusp-27-01-00049.pdf. Acesso em: 22 nov. 2019.

SCHMITT, M. Z. J. As memórias do tempo livre de trabalhadores e trabalhadoras em Florianópolis. Esboços: histórias em contextos globais, v.8, n. 8, 2000, p. 87-100. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/esbocos/article/view/616/20101. Acesso em: 29 fev. 2020.

WEINRICH, H. Lete: arte e crítica do esquecimento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.

ZANELLA, A. Atividade, significação e constituição do sujeito. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 9, n. 1, p. 127-135, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v9n1/v9n1a16. Acesso em: 22 nov. 2019.

Publicado

2020-09-24

Cómo citar

PASQUALOTTO, Mariana Zabot; ZANELLA, Andréa Vieira; FONSECA, Tânia Galli. Se tudo ficasse quieto conseguiríamos escutar o rio?: uma intervenção urbana sobre memórias da cidade. Urdimento, Florianópolis, v. 2, n. 38, p. 1–24, 2020. DOI: 10.5965/14145731023820200035. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/16675. Acesso em: 21 nov. 2024.