Fitotoxicidade de subdoses do herbicida dicamba quando aplicado em pré-emergência da cultura da soja não-tolerante

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/223811712122022085

Palavras-chave:

herbicidas hormonais, deriva, fitotoxicidade, produtividade, toxicidade

Resumo

As cultivares transgênicas de soja oferecem novas alternativas para a elaboração de programas de manejo de plantas daninhas, pois permitem a aplicação de herbicidas anteriormente considerados não seletivos à cultura, dentre estes, o herbicida dicamba. No entanto, é sabido que as cultivares não tolerantes são extremamente sensíveis a esse herbicida, de modo que a presença do mesmo na área, por consequência de deriva de outras áreas ou limpeza incorreta de tanque, pode promover injúrias à cultura. Assim, este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a suscetibilidade da soja não-tolerante ao dicamba quando submetida à deriva simulada deste herbicida em condição de pré-emergência da cultura. Três experimentos foram realizados, sendo dois em casa-de-vegetação e um em campo. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso, com quatro repetições. Em casa de vegetação, foram utilizadas as cultivares Agroeste AS 3590 IPRO e Nidera 7709 IPRO, simulando-se sete e seis doses de dicamba, respectivamente. A campo, foi utilizada a cultivar Monsoy 5917 IPRO, com seis doses. De forma geral, indiferente da variedade de soja, sintomas visuais foram observados nas plantas a partir da dose de 3,75 g ha-1 de dicamba, sendo que a dose de 60 g ha-1 foi considerada crítica. Abaixo desta dose, houve recuperação das plantas; no entanto, acima da mesma, houve redução na massa final das parcelas. Em campo, não foi registrada perda de produtividade da cultura da soja nas doses estudadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGROLINK. 2021. Bula Xtendicam. Disponível em: <https://www.agrolink.com.br/agrolinkfito/produto/xtendicam_10280.

html>. Acesso em: 23 set. 2021.

AGUIAR ACM et al. 2020. Seleção de espécies bioindicadoras de resíduos de dicamba no solo. Agrarian 13: 187-194.

ALVES GS et al. 2017. Dicamba spray drift as influenced by wind speed and nozzle type. Weed Technology 31: 724-731.

CARVALHO LB et al. 2011. Detection of sourgrass (Digitaria insularis) biotypes resistant to glyphosate in Brazil. Weed Science 59: 171-176.

CARVALHO SJP et al. 2015. Detection of glyphosate-resistant palmer-amaranth (Amaranthus palmeri) in agricultural areas of Mato Grosso, Brazil. Planta Daninha 33: 579-586.

CARVALHO SJP et al. 2021. Efficacy and interaction of dicamba-haloxyfop tank mixtures. Revista de Ciências Agroveterinárias 20: 1-9.

CIUBERKIS S et al. 2010. Effect of weed emergence time and intervals of weed and crop competition on potato yield. Weed Technology 21: 213-218.

COMFORT SD et al. 1992. Degradation and transport of dicamba in a clay soil. Journal of Environmental Quality 21: 653-658.

CONAB. 2021. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra Brasileira de grãos. Safra 2020/21, Disponível em: <https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos>. Acesso em: 31 mar. 2021.

COSTA EM et al. 2020. Simulated drift of dicamba and 2,4-D on soybeans: effects of application dose and time. Bioscience Journal 36: 857-864.

CTNBio. 2016. Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Reunião ordinária da comissão técnica nacional de biossegurança 198. Deliberações. Brasilia: MAPA.

DALAZEN G et al. 2019. Low temperature reverses the resistante to glyphosate in hairy fleabane (Conyza bonariensis). Journal of Plant Protection Research 59: 1-8.

DALLA E et al. 2014. Drift of 2,4-D and dicamba applied to soybean at vegetative and reproductive growth stage. Ciência Rural 48: 1-7.

EGAN JF et al. 2014. A meta-analysis on the effects of 2,4-D and dicamba drift on soybean and cotton. Weed Science 62: 193-206.

FIGUEIREDO M et al. 2016. Resistência de plantas daninhas a herbicidas análogos das auxinas (Grupo O). In.: CHRISTOFFOLETI PJ & NICOLAI M. Aspectos de resistências de plantas daninhas a herbicidas. Piracicaba: ESALQ. 219-228.

FRIESEN HA. 1965. The movement and persistence of dicamba in soil. Weeds 13: 30-33.

GRIFFIN JL et al. 2013. Soybean response to dicamba applied at vegetative and reproductive growth stages. Weed Technology 27: 696-703.

GROVER R. 1977. Mobility of dicamba, picloram and 2,4-D in soil columns. Weed Science 25: 159-162.

HEAP IM. 2021. International survey of herbicide-resistant weeds. Disponível em: . Acesso em: 24 mar. 2021.

INOUE MH et al. 2003. Critérios para avaliação do potencial de lixiviação dos herbicidas comercializados no estado do Paraná. Planta Daninha 21: 313-323.

KAH M et al. 2007. Factors influencing degradation of pesticides in soil. Journal of Agricultural and Food Chemistry 55: 4487-4492.

KRUEGER JP et al. 1991. Aerobic and anaerobic soil metabolism of dicamba. Journal of Agricultural and Food Chemistry 39: 995-999.

LICORINI LR et al. 2015. Identificação e controle de biótipos resistentes de Digitaria insularis (L.) Fedde ao glyphosate. Revista Brasileira de Herbicidas 14: 141-147.

MENASSERI S et al. 2003. Sorption of aged dicamba residues in soil. Pest Management Science 60: 297-304.

MOREIRA MS et al. 2007. Resistência de Conyza canadenses e C. bonariensis ao herbicida glyphosate. Planta Daninha 25: 157-164.

MURRAY MR & HALL JK. 1989. Sorption-desorption of dicamba and 3,6-dichlorosalicylic acid in soils. Journal of Environmental Quality 18: 51-57.

OLIVEIRA JUNIOR RS. 2011. Mecanismos de ação de herbicidas. In: OLIVEIRA JUNIOR RS et al. Biologia e manejo de plantas daninhas. Curitiba: Omnipax. 141-192.

OSIPE JB et al. 2017. Spectrum of weed control with 2,4-D and dicamba herbicides associated to glyphosate or not. Planta Daninha 35: e017160815.

SBCPD. 1995. SOCIEDADE BRASILEIRA DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS. Procedimentos para instalação, avaliação e análise de experimentos com herbicidas. Londrina: SBCPD. 42p.

SCOTT AJ & KNOTT MA. 1974. A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance. Biometrics 30: 507-512.

SILVA APP et al. 2014. Growth and development of honey weed based on days or thermal units. Planta Daninha 32: 81-89.

SILVA DRO et al. 2020. Simulated rainfall following the preplant application of 2,4-D and dicamba in soybean. Pesquisa Agropecuária Tropical 50: e62780.

SILVA DRO et al. 2018. Drift of 2,4-D and dicamba applied to soybean at vegetative and reproductive growth stage. Ciência Rural 48: e2018179.

SOARES DJ et al. 2012. Control of glyphosate resistant hairy fleabane (Conyza bonariensis) with dicamba and 2,4-D. Planta Daninha 30: 401-406.

SPAUNHORST DJ et al. 2014. Glyphosate-resistant giant ragweed (Ambrosia trifida) and waterhemp (Amaranthus rudis) management in dicamba resistant soybean (Glycine max). Weed Technology 28: 131-141.

VASCONCELOS MDC et al. 2012. Interferência de plantas daninhas sobre plantas cultivadas. Agropecuária Científica no Semiárido 8: 1-6.

ZHOU X et al. 2016. Metabolism and residues of 2,4-dichlorophenoxyacetic acid in DAS-40278-9 maize (Zea mays) transformed with aryloxyalkanoate dioxygenase-1 gene. Journal of Agricultural and Food Chemistry 64: 7438-7444.

Downloads

Publicado

2022-03-25

Como Citar

CARVALHO, Saul Jorge Pinto de; MAGALHÃES, Túlio Braga; OVEJERO, Ramiro Fernando López; PALHANO, Matheus Gabriel. Fitotoxicidade de subdoses do herbicida dicamba quando aplicado em pré-emergência da cultura da soja não-tolerante. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 21, n. 2, p. 85–92, 2022. DOI: 10.5965/223811712122022085. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/21419. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa - Ciência de Plantas e Produtos Derivados

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)