Micotoxinas na produção de frangos de corte

Autores

  • Helder Freitas de Oliveira Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.
  • Cristielle Nunes Souto Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.
  • Poliana Carneiro Martins Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.
  • Izabela Cruvinel Di Castro Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.
  • Alessandra Gimenez Mascarenhas Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.5965/223811711722018292

Palavras-chave:

aflatoxina, fumonisinas, ocratoxinas, tricotecenos, zearalenona., zearalenona

Resumo

A ocorrência de micotoxinas tornou-se um problema a ser discutido, pois representa riscos à saúde dos animais e humanos, podendo constituir um obstáculo à economia avícola. Micotoxinas são metabólitos tóxicos produzidos por algumas espécies de fungose podem contaminar os alimentos. Aflatoxinas são majoritariamente produzidas por Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus, sendo B1, B2, G1 e G2 os tipos mais conhecidos. Fumonisinas são do tipo B1, B2 e B3, e produzidas pelo gênero Fusarium, enquanto a ocratoxina A é produzida por fungos da espécie Penicillium e Aspergillus. As principais micotoxinas dos tricotecenos são toxina T-2, deoxynivalenol e diacetoxyscirpenol. A zearalenona, produzida por diferentes espécies de fungos do gênero Fusarium, afeta os frangos apenas quando estes são expostos a níveis extremamente altos de contaminação. De modo geral, são observados efeitos imunossupressores, hepatotóxicos e nefrotóxicos, com queda no desempenho e nos ganhos de produção. Vários são os métodos laboratoriais que podem ser utilizados para a determinação de micotoxinas. Para o controle da contaminação, é necessário adoção de práticas agrícolas correta, com vistas à prevenção do crescimento de fungos. Após a contaminação de grãos e rações, métodos de descontaminação, biológicos, físicos e/ou químicos podem ser empregados, embora o processo físico com adsorventes misturados às rações seja o mais utilizado. Pela importância que as micotoxinas representam à produção de frangos, é necessário adotar medidas que previnam a contaminação e desenvolver programas de controle e combate ao desenvolvimento fúngico e produção de toxinas, revendo os pontos críticos propícios ao aparecimento dos fungos geradores das toxinas.

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Biografia do Autor

Helder Freitas de Oliveira, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.

Departamento de Zootecnia.

Cristielle Nunes Souto, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.

Departamento de Zootecnia.

Poliana Carneiro Martins, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.

Departamento de Zootecnia.

Izabela Cruvinel Di Castro, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.

Departamento de Zootecnia.

Alessandra Gimenez Mascarenhas, Universidade Federal de Goiás

Departamento de Zootecnia

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Publicado

2018-05-09

Como Citar

OLIVEIRA, Helder Freitas de; SOUTO, Cristielle Nunes; MARTINS, Poliana Carneiro; DI CASTRO, Izabela Cruvinel; MASCARENHAS, Alessandra Gimenez. Micotoxinas na produção de frangos de corte. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 17, n. 2, p. 292–299, 2018. DOI: 10.5965/223811711722018292. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/9019. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigo de Revisão - Ciência de Animais e Produtos Derivados

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