ALTERAÇÃO NA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS FASES SÓLIDA E LÍQUIDA DE UM SOLO ÁCIDO PELA APLICAÇÃO DE CALCÁRIO E GESSO AGRÍCOLA
DOI:
https://doi.org/10.5965/223811710122002093Palavras-chave:
calagem, sulfato de cálcio, seletividade, cátions solúveis, cátions trocáveis, composição químicaResumo
A disponibilidade de Ca no solo depende da atividade na solução e da capacidade da fase sólida restabelecer a concentração na solução à medida que as plantas o absorvem, e essas características são afetadas pelo solo e pelas fontes de Ca. O presente trabalho objetivou avaliar o efeito de calcário ou de gesso agrícola no aumento das formas de Ca no solo e nas propriedades químicas relacionadas com a acidez e com a disponibilidade de Ca aos vegetais. Doses de calcário dolomítico (0, 3, 6, 9, 12 e 18 Mg ha-1) ou de gesso agrícola (0, 3, 6, 9 e 12 Mg ha-1) foram aplicadas em amostras de um Cambissolo Húmico, que a seguir foram incubadas durante três meses na temperatura ambiente. Ao final desse período, efetuaram-se várias determinações químicas nas fases sólida e líquida do solo e calcularam-se os coeficientes de seletividade entre os cátions. A calagem aumentou o pH e os teores de Ca e Mg trocáveis e solúveis, diminuiu o Al nas duas fases, e o K na fase líquida. A adição de gesso não afetou o pH e aumentou o Ca trocável e a concentração de todos os cátions (Ca, Mg, K e Al) na fase líquida. O gesso, mesmo tendo menos Ca que o calcário, foi o produto que mais aumentou o Ca solúvel e, por isso, pode ser uma boa alternativa para suprir esse nutriente em situações onde haja necessidade de alta concentração na solução e/ou alta mobilização no perfil. A preferência dos cátions pelas cargas negativas, no solo calcariado, seguiu a ordem: Al > Ca > Mg > K; nos tratamentos com gesso, a preferência variou com a dose e, para alguns nutrientes, o comportamento foi o oposto daquele verificado com a calagem.
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