Influência da temperatura e luminosidade na germinação de sementes das espécies: Selenicereus setaceus, Hylocereus undatus e Hylocereus polyrhizus
DOI:
https://doi.org/10.5965/223811711812019194Palavras-chave:
pitaia, cactaceae, fruta dragão, fruticultura, qualidade fisiológicaResumo
A pitaia é uma frutífera tropical, pertencente à família Cactaceae, com elevado potencial produtivo, nutritivo, econômico e social para a agricultura familiar, sendo uma cultura ainda pouco conhecida e com escassas informações sobre as condições que afetam a germinação das diferentes espécies de pitaia. Assim, o trabalho teve como objetivo avaliar a influência da temperatura e da luminosidade na germinação de sementes de três genótipos de pitaia. Para avaliar o efeito da temperatura na qualidade fisiológica das sementes foram utilizadas as espécies Selenicereus setaceus (pitaia-do-cerrado), Hylocereus undatus (casca vermelha e polpa branca) e Hylocereus polyrhizus (casca vermelha rosada e polpa vermelha) submetidas à germinação em sete temperaturas (15 °C, 20 °C, 25 °C, 30 °C e 35 °C, e em temperaturas alternadas: 15-25 ºC e 20-30 ºC, todas com fotoperíodo de 12 horas). As avaliações realizadas foram: porcentagem de germinação, índice de velocidade de germinação e tempo para ocorrência de 50% de germinação. Para a avaliação da influência da luminosidade, as sementes foram acondicionadas em frasco envolto por papel alumínio, a fim de proteger as sementes de qualquer contato com luminosidade, e armazenadas em refrigerador em temperatura de 10 ± 2 °C por 365 dias. Após, foram submetidas ao tratamento com e sem luz e mantidas em BOD por 11 dias, quando se realizou a contagem das plântulas normais. As temperaturas para o máximo desempenho fisiológico das sementes das três espécies de pitaia foram de 25 °C e 20-30 ºC. Por outro lado, a temperatura mais desfavorável foi de 35 °C. A espécie Selenicereus setaceus apresentou maior percentual de germinação e vigor em todas as temperaturas avaliadas. As espécies avaliadas demonstraram ser fotoblásticas positivas.
Downloads
Referências
ALVES CZ et al. 2011. Adequação da metodologia para o teste de germinação de sementes de pitaia vermelha. Ciência Rural 41: 779-784.
BASTOS DC et al. 2009. Estiolamento, incisão na base da estaca e uso de ácido indolbutírico na propagação da caramboleira por estacas lenhosas. Ciência e Agrotecnologia 33: 313-318.
BORTHWICK HA et al. 1952. A reversible photoreaction controlling seed germination. Proceedings of the National Academy of Sciences 38: 662-666.
BRASIL. 2009. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para
análise de sementes. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília: MAPA/ACS. 399 p.
CARVALHO NM & NAKAGAWA J. 2012. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 5.ed. Jaboticabal: FUNEP. 590p.
CUSTÓDIO CC. 2005. Testes rápidos para avaliação do vigor de sementes: uma revisão. Colloquium Agrariae 1: 29-41.
DONADIO LC. 2009. Pitaya. Revista Brasileira de Fruticultura 31: 637-979.
FENNER M. 2000. Seeds: the ecology of regeneration in plant communities. Wallingford: CABI Publishing. 320p.
FENNER M & THOMPSON K. 2005. The ecology of seeds. Cambridge: Cambridge University Press. 250p.
FERREIRA DF. 2011. Sisvar: A computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia 35: 1039-1042.
GUIMARÃES RM. 2000. Tolerância à dessecação e condicionamento fisiológico em sementes de cafeeiro (Coffea arabica L.). Tese (Doutorado em Fitotecnia). Lavras: UFLA. 180p.
GUNASENA HPM et al. 2007. Dragon Fruit-Hylocereus undatus (Haw.) Britton and Rose In: Field Manual for Extension Workers. Wijerama Mawatha: Sri Lanka Council for Agricultural Policy. p.111-138.
HERBACH KM et al. 2007. Effects of processing and store on juice color and betacyanin stability of purple pitaya (Hylocereus polyrhizus) juice. European Food Research and Technology 224: 649-658.
HERNÁNDEZ OG. 2013. Germinación y longevidad de semillas de genotipos de Pitahaya (Hylocereus spp) y Pitahaya (Stenocereus spp). Dissertação (Mestrado em Ciências). Colegio de postgraduados – Institucion de enseñansa e investigacion en ciências agrícolas, Montecillo. 94p.
JANKOWSKA-BLASZCZUK M & DAWS MI. 2007. Impact of red : far red ratios on germination of temperate forest herbs in relation to shade tolerance, seed mass and persistence in the soil. Functional Ecology 21: 1055-1062.
JUNQUEIRA KP et al. 2002. Informações preliminares sobre uma pitaya (Selenicereus setaceus Rizz.) nativa do cerrado. In: 17º Congresso Brasileiro de Fruticultura. Anais... Belém: Sociedade Brasileira de Fruticultura. CD-ROM.
LABOURIAU LG. 1983. A germinação das sementes. Washington: Secretaria da OEA. 173p.
LAREDO RR. 2016. Épocas de coleta e tipos de incisão no cladódio para propagação de pitaia vermelha de polpa branca. Tese (Doutorado em Agronomia). Lavras: UFLA. 83p.
LE BELLEC F et al. 2006. Pitahaya (Hylocereus spp.): a new fruit crop, a market with a future. Fruits 61: 237-250.
LEMES EQ & LOPES JC. 2012. Temperaturas cardinais para germinação de sementes e desenvolvimento de plântulas de paineira. Scientia Forestalis 40: 179-186.
LONE AB et al. 2007. Germinação de Melocactus bahiensis (cactaceae) em diferentes substratos e temperaturas. Scientia Agraria 8: 365-369.
LONE AB et al. 2014a. Temperatura na germinação de sementes de genótipos de pitaya. Semina: Ciências Agrárias 35: 2251-2258.
LONE AB et al. 2014b. The effects of light wavelength and intensity on the germination of pitaya seed genotypes. Australian Journal of Crop Science 8: 1475-1480.
MAGUIRE JD. 1962. Speed of germination aid in selection and evaluation for seedling emergence and vigor. Crop Science 2: 176-177.
MAJEROWICZ N & PERES LEP. 2008. Fotomorfogênese em plantas. In: KERBAUY GB. Fisiologia Vegetal. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A. 431p.
MARCOS-FILHO J. 2015. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Londrina: ABRATES. 659p.
MARTIN A. 2002. Los marcadores genéticos en la Mejora Vejetal. In: NUEZ F et al. (Eds.). Genómica y Mejora Vejetal. Sevilla: Mundi-Prensa. p.37-64.
MEIADO MV et al. 2010. Seed germination responses of Cereus jamacaru DC. ssp. jamacaru (Cactaceae) to environmental factors. Plant Species Biology 25: 120-128.
MERRIAM-WEBSTER. 2017. Enciclopédia Britânica. Disponível em: http://www.merriamwebster.com/dictionary/pitaha
ya. Acesso em: 05 abr. 2017.
MIZRAHI YA et al. 1997. Cacti as crops. Horticultural Review 18: 291-320.
MOLINA DJ et al. 2009. Producción y expertación de la pitahaya hacia el mercado europeo. Monografia (Especializacion en Finanzas). Guayaquil: Facultad de Economía y Negocios. 115p.
NAGY F & SCHÄFER E. 2002. Phytochromes control photomorphogenesis by differentially regulated, interacting signaling pathways in higher plants. Review of Plant Biology 53: 329-355.
NERD A et al. 2002. Fruit of vine and columnar cacti. In: NOBEL PS. (Ed.). Cacti: biology and uses. Los Angeles: UCLA. p.254–262.
NOBEL PS. 1988. Environmental biology of agaves and cacti. New York: Cambridge University Press. 270p.
NUNES EN et al. 2014. Pitaya (Hylocereus sp.): uma revisão para o Brasil. Gaia Scientia 8: 90-98.
OLIVEIRA JÚNIOR JL et al. 2015. Umedecimento do substrato e temperatura na germinação e vigor de sementes de pitaya. Comunicata Scientiae 6: 282–290.
ORTIZ HYD & LIVERA MM. 1995. La pitahaya (Hylocereus spp): Recurso genético de América. In: Congreso Nacional, 6 Y Internacional Sobre El Conocimiento Y Aprovechamiento Del Nopal, 4. Guadalajara. Memórias... p.191-194.
CONAB. 2016. Companhia Nacional de Abastecimento. Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro. Disponível em: http://dw.prohort.conab.gov.br/pentaho/Prohort. Acesso em: 02 dez. 2016.
ROJAS-ARÉCHIGA M & VÁZQUEZ-YANES C. 2000. Cactus seed germination: a review. Journal of Arid Environments 44: 85-104.
ROMAN RSS et al. 2012. Caracterización morfoanatómica y fisiológica de semilla sexual de pitahaya amarilla Selenicereus megalanthus (Haw.) Britt & Rose. Revista de La Asociación Colombiana Ciencias Biológicas 24: 97-111.
SALOMÃO AN et al. 1995. The Effect of Temperature on Seed Germination of Four Dalbergia nigra Fr. Allem. - Leguminosae Trees. Revista Árvore 19: 588-594.
SIMÃO E et al. 2007. The Epiphytic Cactaceae Hylocereus setaceus (Salm-Dick ex DC.) Ralf Bauer Seed Germination is Controlled by Light and Temperature. Brazilian Archives of Biology and Technology 50: 655-662.
SILVA ACC. 2014. Pitaya: Melhoramento e produção de mudas. Tese (Doutorado em Produção Vegetal). Jaboticabal: UNESP. 132p.
SILVA MTH. 2005. Propagação sexuada e assexuada da pitaya vermelha (Hylocereus undatus Haw). TCC (Graduação em Agronomia). Jaboticabal: UNESP. 44p.
SUÁREZ-ROMÁN RS et al. 2011. Evaluación de métodos de propagación en pitahaya amarilla Selenicereus megalanthus (Haw.) Britt and Rose y pitahaya roja Hylocereus polyrhizus (Haw.) Britt and Rose. Tese (Magister en Ciencias Agrarias). Palmira: UNC. 280p.
TAIZ L & ZEIGER E. 2013. Fisiologia vegetal. 5.ed. Porto Alegre: Artmed. 918p.
VÁZQUEZ-YANES C & OROZCO-SEGOVIA A. 1990. Ecological significance of light controlled seed germination in two contrasting tropicais habitats. Oecologia 83: 171-175.
ZEE F et al. 2004. Pitaya (Dragon Fruit, Strawberry Pear). Fruits and Nuts 9: 1-3.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Revista de Ciências Agroveterinárias
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores que publicam nesta revista estão de acordo com os seguintes termos:
a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista os direitos autorais da primeira publicação, de acordo com a Creative Commons Attribution Licence. Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição BY.
b) Autores têm autoridade para assumir contratos adicionais com o conteúdo do manuscrito.
c) Os autores podem fornecer e distribuir o manuscrito publicado por esta revista.