Análises preliminares do uso do material didático: “É mato, planta ou comida?”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2357724X112023e0136

Palavras-chave:

botânica, ensino de ciências, biodiversidade

Resumo

Apesar do Brasil possuir uma rica diversidade florística que pode ser utilizada na alimentação, medicina, vestimenta, fabricação de móveis e outras, ainda existe uma sub-representação da flora nas escolas. Isso contribui para o fenômeno da Disparidade na Percepção das Plantas que consiste no desinteresse e na ausência de atitudes em prol das plantas. Tendo em vista esse desprezo com as plantas, foi elaborado um material didático intitulado “É mato, planta ou comida?” que visa fomentar a valorização de espécies da biodiversidade brasileira e seu uso na alimentação. Para a elaboração do material didático, foram utilizados referenciais teóricos relacionados à transposição didática. A produção incorporou a abordagem de elementos da Natureza da Ciências, o enfoque evolutivo e propostas de atividades investigativas. Esse material foi utilizado por quatro professores de Ciências da Região Metropolitana da Baixada Santista do estado de São Paulo e 45 estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental responderam a um questionário fechado em escala tipo Likert avaliando o material didático. Mais da metade dos estudantes acharam o material didático interessante e 59% afirmaram que o material contribuiu para o desenvolvimento do pensamento crítico. A eficácia na utilização do material didático depende da forma como o professor utiliza o material, pois os quatro professores eram livres para utilizarem da maneira que desejassem. Espera-se que o material contribua para o desenvolvimento de conhecimentos e atitudes pró-ambientais para a conservação e preservação de espécies consideradas não carismáticas, como as plantas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Flávia Martho Landinho, Universidade Federal do ABC

Licenciada em Ciências Biológicas (UNESP). Doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Ensino e História das Ciências e da Matemática da Universidade Federal do ABC (Santo André/SP).

Fernanda Franzolin, Universidade Federal do ABC

Pedagoga, bióloga, mestre e doutora em Educação graduada e pós-graduada pela Universidade de São Paulo. Professora adjunta do Centro de Ciências Naturais e Humanas da Universidade Federal do ABC e vice coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ensino e História das Ciências e da Matemática da Universidade Federal do ABC (Santo André/SP)

Referências

ARAÚJO, Leonardo Augusto Luvison; ALITTO, Renata Aparecida dos Santos; BIZZO, Nelio. Ênfases na Educação para a Biodiversidade: um estudo com professores do ensino básico. In: VIII Encontro Nacional de Ensino de Biologia. Anais [...] Fortaleza: Ceará, 2020, p.2001-2010. 10.46943/VIII.ENEBIO.2021.01.236.

AUTORES. Publicação em simpósio. 2022.

BIZZO, Nelio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Atica, 2000.

BRASIL. Ministério da educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.

AUTORES. Publicação em anais de evento. 2021.

CARVALHO, Graça Simões; CLÉMENT, Pierre. Projecto “Educação em biologia, educação para a saúde e educação ambiental para uma melhor cidadania”: análise de manuais escolares e concepções de professores de 19 países (europeus, africanos e do próximo oriente). Revista Brasileira de Pesquisa Em Educação Em Ciências, v.7, n.2, p. 1–21,2007.

CHEVALLARD, Yves. La Transposicion Didactica: del saber sabio al saber enseñado. Buenos Aires, Aique, 1991.

CLÉMENT, Pierre. Didatic Transposition and KVP model: Conceptions as interactions between scientific knowledge, values and social practice. In: ESERA Summer, p.9-17, 2006.

AUTORES. Artigo publicado em periódico. 2021.

KOHLER, Matias; BRACK, Paulo. Frutas nativas no Rio Grande do Sul: Cultivando e valorizando a diversidade. Revista Agriculturas: experiências em agroecologia, v. 13, n.2, p.7-15, 2016.

LOMBARD, François; WEISS, Laura. Can Didactic Transposition and Popularization Explain Transformations of Genetic Knowledge from Research to Classroom? Science and Education, v. 27, n5, p. 523–545, 2018.

MOURA, Breno Arsioli. O que é natureza da ciência e qual sua relação com a história e filosofia da ciência? Revista Brasileira de História da Ciência, v.7, n.1, p.32-46, 2014.

MIANI, Camila Sanches. Ensino de Biodiversidade: análise do conceito em manuais didáticos e proposição de jogo digital educativo. 2013.102 p. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, 2013.

OROZCO, Yonier Alexander Marín. O ensino da biodiversidade: tendências e desafios nas experiências pedagógicas. Revista Góndola, Enseñanza y Aprendizaje de las Ciencias, v.12, n.2, p.173-185, 2017.

PARSLEY, Kathryn. Plant awareness disparity: A case for renaming plant blindness. Plants People Plant, v.2, n.6, p.598-601, 2020.

SANTOS, Charles Morphy Dias; CALOR, Adolfo Ricardo. Ensino de biologia evolutiva usando a estrutura conceitual da sistemática filogenética. Ciência e Ensino, v. 1, n. 2, p.1-8, 2007.

SALATINO, Antonio; BUCKERIDGE, Marcos. Mas de que te serve saber botânica? Estudos avançados, v. 30, n.87, p.177-196, 2016.

SOARES, João Paulo Reis; SILVA, João Rodrigues Santos. A prática no ensino de botânica: o que dizem os principais congressos? Revista de Ensino de Ciências e Matemática, n.11, v.6, p. 73–93, 2020.

WANDERSEE, James; SCHUSSLER, Elisabeth. Preventing plant blindness. The American biology teacher, v. 61, n.2, p.82-86, 1999.

Downloads

Publicado

2023-12-30

Como Citar

LANDINHO, Flávia Martho; FRANZOLIN, Fernanda. Análises preliminares do uso do material didático: “É mato, planta ou comida?”. Revista BOEM, Florianópolis, v. 11, p. e0136, 2023. DOI: 10.5965/2357724X112023e0136. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/boem/article/view/24770. Acesso em: 4 nov. 2024.

Edição

Seção

Discussões sobre produtos educacionais: ensino de ciências, matemática e tecnologias