Pó de basalto, desenvolvimento e nutrição do feijão comum (Phaseolus vulgaris) e propriedades químicas de um Cambissolo Húmico

Autores

  • Élen Ramos Nichele Campos Ferreira
  • Jaime Antonio Almeida
  • Álvaro Luiz Mafra

Palavras-chave:

pó de rocha, adubação natural, esterco bovino, nutrição do feijão.

Resumo

Este trabalho teve como objetivo avaliar a utilização de pós de basaltos como fonte de nutrientes para a cultura do feijão, associados ou não ao esterco bovino, e seu efeito sobre as propriedades químicas do solo, a nutrição da planta e a produtividade desta cultura. O experimento foi desenvolvido em Lages, SC, num Cambissolo Húmico, num delineamento inteiramente casualizado. Foram avaliados dois basaltos, provenientes de Ponte Alta, e de São José do Cerrito, SC. O pH da área foi corrigido para 5,2 e a necessidade de P e K foi suprida pela adição de fontes naturais (granito-K; apatita-P), exceto nas parcelas do tratamento com NPK, onde estes nutrientes foram aplicados na forma solúvel. Os tratamentos constaram de calagem para pH 5,2, NPK, esterco bovino (EB) 3 Mg ha-1, Basalto Batalhão (BBT) e Ponte Alta (BPA), nas doses de 2,5, 5 e 10 Mg ha-1 e estas mesmas doses associadas a adição de esterco bovino (3 Mg ha-1, base seca). Os materiais foram aplicados sobre a parcela e incorporados com enxada rotativa. Utilizou-se feijão preto, cultivar Uirapuru, como cultura teste. Além do rendimento de grãos, realizou-se análise foliar de macro e micronutrientes e após um ano da implantação do experimento determinaram-se os valores de P, K, Ca, Mg, de pH, H + Al e M.O. do solo. No rendimento de grãos, o melhor tratamento foi o BPA na dose de 10 Mg ha-1 + EB, o qual diferiu apenas do tratamento BPA 2,5 Mg ha-1. O pH aumentou de 4,7 para valores que variaram entre 5,1 a 5,6, porém sem diferenças entre os tratamentos, evidenciando apenas o efeito do calcário na correção parcial da acidez. Os valores da Ca e Mg no solo aumentaram. O P apresentou valores altos, porém deve ser interpretado com cautela, visto que foi aplicado fosfato natural e o extrator ácido utilizado (Mehlich 1) tende a superestimar os teores de P disponível. Na planta, tanto os macro quanto os micronutrientes avaliados ficaram dentro da faixa de suficiência para a cultura do feijão. Os elementos Ca, Mg e Zn não apresentaram diferenças estatísticas entre os tratamentos, tanto no solo como na planta. Não foi evidenciado efeito positivo da aplicação do pó de basalto sobre a produção de grãos de feijão, possivelmente devido à falta de chuvas e ao curto período para liberação dos nutrientes, por se tratar de uma rocha que apresenta dissolução lenta dos minerais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Como Citar

FERREIRA, Élen Ramos Nichele Campos; ALMEIDA, Jaime Antonio; MAFRA, Álvaro Luiz. Pó de basalto, desenvolvimento e nutrição do feijão comum (Phaseolus vulgaris) e propriedades químicas de um Cambissolo Húmico. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 8, n. 2, p. 111–121, 2009. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/5318. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigo Completo - Ciência do Solo e do Ambiente

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

<< < 1 2