Registro de abelhas mortas em flores de Spathodea campanulata P. Beauv. no passeio público em São Luiz Gonzaga, Estado do Rio Grande do Sul

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/223811712442025917

Palavras-chave:

Polinização, Segurança alimentar, Meliponicultura

Resumo

As abelhas são os principais polinizadores e são cruciais para muitas culturas agrícolas, além de contribuir para a conservação da biodiversidade. Muitas plantas de importância econômica dependem desses insetos, que contribuem para aumento da produção de frutos e sementes. No entanto, altas taxas de mortalidade têm sido registradas no mundo, bem como o desaparecimento das abelhas. Dentre as diversas causas da mortandade, algumas espécies de plantas podem ser tóxicas e colocam em risco a vida destes himenópteros. Desta forma, este trabalho teve como objetivo registrar a morte de abelhas em flores de espatódea (Spathodea campanulata P. P. Beauv.), visto que esta planta está presente no passeio público do município de São Luiz Gonzaga, RS. Para isso, foram coletadas dez flores por ocasião amostral, entre fevereiro e maio de 2024, no chão, sob a copa de sete árvores espalhadas pela zona urbana. As flores coletadas foram abertas e os insetos identificados. De 220 flores, 14% apresentaram abelhas mortas (32 indivíduos), distribuídos em quatro gêneros, sendo que jataís (Tetragonisca sp.) foram as mais abundantes, com 12 registros, seguida por Plebeia nigriceps e Scaptotrigona bipunctata, (com sete e seis indivíduos, respectivamente). Conclui-se que a flor de espatódea contribui com a morte de abelhas na zona urbana de São Luiz Gonzaga.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARBOITTE MZ et al. 2023. Ocorrência de Spathodea Campanulata no município de Santa Rosa do Sul-SC. ScientiaTec 10: 39-51.

AYALA FE et al. 2024. El tulipanero africano Spathodea campanulata (Bignoniaceae) en la Argentina: Impacto de una planta exótica sobre la mortalidad de entomofauna nativa. Ecología Austral 34: 322-329.

CAIRES SC & BARCELOS D. 2017. Colapso das abelhas: Possíveis causas e consequências do seu desaparecimento na natureza. Acta Apicola Brasilica 5: 11-15.

CARVALHO AF. 2022. Ilegalidades no comércio online de abelhas sem ferrão no Brasil Illegalities in the online trade of stingless bees in Brazil. Acta Biológica Paranaense 51: e86333.

CASTAGNINO GLB et al. 2024. Mortality of stingless bees on Spathodea campanulata Beauv. (Bignoniaceae) flowers. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal 25: e20230031.

CINTRA P et al. 2005. Plantas tóxicas para abelhas. Arquivos do Instituto Biológico 72: 547-551.

CONAMA. 2020. Resolução Nº 496, de 19 de agosto de 2020. Disciplina o uso e o manejo sustentáveis das abelhas-nativas-sem-ferrão em meliponicultura.

FLACH A. 2005. Ecologia química de Maxillariinae, Spathodea campanulata e Meliponiinae. Tese (Doutorado em Química). Campinas: Unicamp. 202p.

GOULSON D et al. 2015. Bee declines driven by combined stress from parasites, pesticides, and lack of flowers. Science 347: 1255957.

KHALIFA SAM et al. 2021. Overview of Bee Pollination and Its Economic Value for Crop Production. Insects 12: 688.

LARRUE S et al. 2016. Elevational distribution and photosynthetic characteristics of the invasive tree Spathodea campanulata on the island of Tahiti (South Pacific Ocean). NeoBiota 30: 127-149.

LORENZI H et al. 2018. Árvores e arvoretas exóticas no Brasil: medeiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum de Estudos da Flora.

MATO GROSSO. 2022. Lei Nº 11957 DE 09/12/2022. Proíbe a produção de mudas e o plantio da Spathodea Campanulata, também conhecida como Espatódea, Bisnagueira, Tulipeira-do-Gabão, Xixi-de-Macaco ou Chama-da-Floresta e incentiva a substituição das existentes.

MEIRELLES RN et al. 2020. O furto como um fator limitante na criação de abelhas. Pesquisa Agropecuária Gaúcha 26: 82-91.

MODRO AFH et al. 2006. Agentes nocivos para abelhas (Apis mellifera L.), segundo a percepção dos apicultores de Cáceres, Pantanal Norte, Brasil. SITIENTIBUS série Ciências Biológicas 6: 93-97.

MORAES-ALVES MMB et al. 2003. Fitotoxicidade em Apis mellifera africanizada (Hym.: Apidae). I. Secreção do botão floral e néctar de Spathodea campanulata Beauvois (Bignoniaceae). Biotemas 16: 89-103.

MUÑOZ-URIAS A et al. 2025. Effects of urbanization and floral diversity on the bee community (Hymenoptera, Apoidea) in an oak forest in a Protected Natural Area of Mexico. Journal of Hymenoptera Research 98: 47-68.

NOGUEIRA-NETO P. 1997. Vida e criação de abelhas indígenas sem-ferrão. São Paulo: Editora Nogueirapis.

OLIVEIRA AC 2024. Qualidade do ambiente urbano para abelhas: índice de qualidade ambiental e avaliação da contaminação dos recursos alimentares por metais. Tese (Doutorado em Ecologia, Conservação e Biodiversidade). Uberlândia: UFB. 78p.

OLIVEIRA RM et al. 1991. Visitantes florais de Spathodea Campanulata Beauv. (Bignoniaceae). Bioikos 5: 7-30.

QUEIROZ ACM et al. 2012. Effect of toxicity of nectar and pollen of african tulip tree (Spathodea campanulata) on Melipona fasciculata and M. seminigra (Apidae, Meliponini). In: X Encontro sobre Abelhas. Anais... Ribeirão Preto: FUNPEC Editora. p.135.

REBOUÇAS JS et al. 2024. Reuso de embalagem cartonada como ninhos artificiais para nidificação de abelhas sociais (Meliponini) em áreas antropizadas: uma pesquisa exploratória de campo. Revista Delos 17: e2187-e2187.

RUARO EL et al. 2022. Urbano e conectado: um perfil do meliponicultor do século XXI. Revista de Ciências Agroveterinárias 21: 468-480.

SANTA CATARINA. 2019. LEI Nº 17.694, DE 14 DE JANEIRO DE 2019. Proíbe a produção de mudas e o plantio da Spathodea Campanulata, também conhecida como Espatódea, Bisnagueira, Tulipeira-do-Gabão, Xixi-de-Macaco ou Chama-da-Floresta e incentiva a substituição das existentes.

SEMA-RS. 2014. Instrução Normativa SEMA Nº 3 DE 29/09/2014. Institui e normatiza a criação e conservação de meliponíneos nativos (abelhas-sem-ferrão), no Estado do Rio Grande do Sul.

SILVEIRA FA et al. 2002. Abelhas brasileiras: sistemática e identificação. Belo Horizonte: Fernando A. Silveira.

SOUZA PO & ABREU PF. 2023. Abelhas nativas sem ferrão em ambiente urbano: publicações nos últimos 10 anos. Biológica-Caderno do Curso de Ciências Biológicas 6: 33-49.

SOUZA ES et al. 2021. Comportamento de forrageio de recursos florais em Spathodea campanulata (Bignoniaceae): uma espécie vegetal exótica. Brazilian Journal of Development 7: 99157-99168.

TRIGO JR & SANTOS W. 2000. Insect mortality in Spathodea campanulata Beauv. (Bignoniaceae) flowers. Revista Brasileira de Biologia 60: 537-538.

WITTER S et al. 2023. Guia de Reconhecimento de abelhas-sem-ferrão do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: SEAPI/DDPA.

WOLFF LF et al. 2008. Flora apícola arbórea nativa na região serrana de Pelotas para a apicultura sustentável na Metade Sul do Rio Grande do Sul, Documentos n. 242. Pelotas: Embrapa Clima Temperado.

Downloads

Publicado

2025-12-12

Como Citar

MEIRELLES, Rafael Narciso; MACHADO, Millene Matos; PIRES, Paola Ramos Simões. Registro de abelhas mortas em flores de Spathodea campanulata P. Beauv. no passeio público em São Luiz Gonzaga, Estado do Rio Grande do Sul. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 24, n. 4, p. 917–925, 2025. DOI: 10.5965/223811712442025917. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/26856. Acesso em: 19 dez. 2025.

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa - Multiseções e Áreas Correlatas

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)