Uso do vórtex como dissociador de agregados plaquetários na pseudotrombocitopenia em pequenos animais
DOI:
https://doi.org/10.5965/223811712332024431Palavras-chave:
Patologia clínica, Hematologia, Trombocitopenia, Caninos, FelinosResumo
A pseudotrombocitopenia é a falsa diminuição na contagem plaquetária causada, na maioria das vezes, por erros pré-analíticos, representando um importante problema na clínica de caninos e felinos. Objetivou-se avaliar o uso de agitador vórtex para resolução laboratorial da pseudotrombocitopenia nessas espécies. Executou-se o projeto com amostras de caninos (n=100) e felinos (n=100) oriundas da rotina laboratorial, que apresentavam diminuição na contagem plaquetária, além da presença de agregados plaquetários. As plaquetas foram avaliadas quantitativamente pré e pós-tratamento pela contagem automatizada por bioimpedância e por estimativa em lâmina. O tratamento foi realizado por agitação em vórtex a 3600 rotações por minuto durante três minutos. Paralelamente avaliou-se a frequência de variações na plaquetometria de 100 caninos e 100 felinos. Verificou-se diferença significativa entre as plaquetas pré e pós-tratamento (p<0,001 para caninos e p=0,0097 para felinos), obtendo-se valores maiores em todos os pacientes avaliados após o tratamento com agitação, com médias de plaquetas dentro dos valores de referência para as espécies avaliadas. Felinos apresentaram a maior frequência de pseudotrombocitopenia e agregados plaquetários, e também foi a espécie que teve menor dissociação de agregados, considerando que a dissociação plaquetária se mostrou proporcional à intensidade de agregados pré-agitação nas duas espécies. Conclui-se que o uso de agitador no protocolo proposto é capaz de diminuir a incidência de pseudotrombocitopenia, diminuindo a faixa de contagem subestimada. Porém, a técnica não deve ser usada como único parâmetro para resolução da pseudotrombocitopenia, considerando que a dissociação dos agregados através da agitação não é total, embora minimize os falsos diagnósticos e auxilie o clínico em uma conduta terapêutica mais adequada.
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