Alelopatia da ervilha-forrageira no milho em sistema de plantio direto
DOI:
https://doi.org/10.5965/223811712332024395Palavras-chave:
Aleloquimicos, Plantas de cobertura, Zea mays L., Pisum sativum L. ssp. arvenseResumo
A seleção das espécies de cobertura para compor o sistema de plantio direto geralmente não considera os possíveis efeitos alelopáticos entre as espécies. Neste trabalho, foi identificado e quantificado os aleloquímicos liberados pela ervilha-forrageira (Pisum sativum L. ssp. arvense (L.) Poir.) como planta de cobertura, em diferentes densidades de semeadura (0; 27,5; 55; 82,5 kg ha-1) e tempos de decomposição (7, 21 e 35 dias) antes de semeadura do milho (Zea mays). Os aleloquímicos do solo foram identificados e quantificados por cromatografia liquida de alta eficiência (HPLC). No milho se avaliou a emergência, índice de velocidade de emergência (IVE), clorofila a e b, área foliar e massa seca de parte aérea. Houve incremento de catequina com o cultivo do milho. A epicatequina foi identificada após o cultivo do milho semeado 21 e 35 dias após o corte da ervilha-forrageira. O resveratrol foi associado a decomposição da espécie de cobertura e identificado após o cultivo do milho semeado sete dias após o corte da mesma. A emergência, IVE e área foliar foram superiores no milho semeado 21 e 35 dias após o corte da ervilha-forrageira, período em que foi encontrado a epicatequina. O uso da ervilha-forrageira aumentou os teores de clorofila a e b do milho. A produção de massa seca foi superior no milho semeado sete e 35 dias após o corte da ervilha-forrageira. A sucessão de milho após a ervilha-forrageira em sistema de plantio direto aumenta os níveis de catequina, epicatequina e resveratrol no solo. A utilização de ervilha forrageira aumenta os teores de clorofila no milho em relação ao controle (sem a presença do cultivo de cobertura) e aumenta a área foliar do milho quando semeado sete dias após o corte de P. sativum (82,5 kg ha-1).
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