Manejo de biótipos resistentes de Eleusine indica e de Spermacocea latifolia tolerante ao glyphosate com herbicidas pré-emergentes associados à aplicação sequencial de dessecantes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/223811712322024221

Palavras-chave:

capim pé-de-galinha, erva quente, controle quimico, manejo, resistência, tolerância

Resumo

A resistência ou tolerância ao herbicida glyphosate de Eleusine indica (L.) Gaertn and Spermacocea latifolia Aubl. nos cultivos de algodão e soja tem dificultado o controle dessas espécies nessas culturas. Desse modo, o objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia de herbicidas aplicados em pré- emergência associados a herbicidas dessecantes em aplicação sequencial no controle destas espécies. Os experimentos foram realizados em casa-de-vegetação separadamente para S. latifolia e E. indica. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com 4 repetições, em esquema fatorial 6 x 3, sendo o primeiro fator constituído por herbicidas pré-emergentes aplicados dois dias após a semeadura de cada espécie: diclosulam (35 g i.a. ha-1), s-metalochlor (600 g i.a. ha-¹), piroxasulfona (200 g i.a. ha-¹) + flumioxazina (200 g i.a. ha-¹), diuron (2000 g i.a. ha-¹), trifluralina (600 g i.a. ha-¹), mais o tratamento sem herbicida. O segundo fator foi composto pela aplicação dos dessecantes diquat (200 g i.a. ha-¹), glufosinato de amônio (400 g i.a. ha-¹) ou ausência de aplicação sequencial. Os resultados evidenciaram que para o controle eficaz de E. indica, seria necessária a aplicação sequencial com dessecantes apenas para o herbicida diclosulam. Os demais herbicidas aplicados em pré-emergência apresentaram elevada eficácia no controle de E. indica de forma isolada (>90%). Para o controle químico de S. latifolia   os herbicidas s-metolachor (80,04%), pyroxasulfone + flumioxazin (100%), diclosulam (82,08%) e diuron (89,58%), aplicados em pré-emergência apresentaram controle satisfatório na avaliação aos 42 dias após emergência. As aplicações sequenciais promoveram melhor controle de S. latifolia para diuron e trifluralina. Conclui-se que há opções de herbicidas pré-emergentes para o controle efetivo de E. indica e S. latifolia, todavia a aplicação sequencial é uma ferramenta importante para incrementar o controle das espécies por alguns herbicidas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALAM. 1974. Association Latino Americana de Malezas. Recomendaciones sobre unificación de los sistemas de evaluación em ensayos de control de malezas 1: 35-38.

BARROS AC. 2001. Eficácia da mistura em tanque glyphosate + carfentrazone-ethyl na dessecação de plantas daninhas. Revista Brasileira de Herbicidas 2: 31-36.

BOLDRINI II et al. 2008. Morfologia e taxonomia de gramíneas Sul-rio-grandenses. 2ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS. 87p.

CARNEIRO AM & IRGANG BE. 2005. Origem e distribuição geográfica das espécies ruderais da Vila de Santo Amaro, General Câmara, Rio Grande do Sul. Iheringia: Série Botânica 60: 175-188.

CAVALIERI JD et al. 2022. Impact of glyphosate formulations and adjuvantes : effects on leaf interaction, and control of

CULPEPPER AS et al. 2000. Weed management in glufosinate- and glyphosate-resistant soybean (Glycine max). Weed Technology 14: 77-88.

DOS SANTOS SMS et al. 2018. Controle do complexo de plantas daninhas com herbicidas pré-emergentes na cultura do algodão. Revista Cultivando o Saber 11: 69-80.

EUBANK TW et al. 2008. Glyphosate-resistant horseweed (Conyza canadensis) control using glyphosate-, paraquat-, and glufosinate-based herbicide programs. Weed Technology 22: 16–21.

FADIN DA et al. 2018. Absorption and translocation of glyphosate in Spermacoce verticillata and alternative herbicide control. Weed Research 5: 389-396.

GALON L et al. 2013. Glyphosate translocation in herbicide tolerant plants. Planta Daninha 31: 193-201.

GALLON M et al. 2019. Chemical management of broadleaf buttonweed and brazilian pusley in different application methods. Planta Daninha 37: e019185625.

GUIMARÃES SC et al. 2007. Efeito de fatores ambientais sobre a seletividade do alachlor ao algodoeiro. Planta Daninha 25: 813–821.

HEAP I. 2023. The international herbicide-resistant weed database. The international survey of herbicide resistant weeds, 2023. http://www.weedscience. org/default.aspx

KALSING A et al. 2020. Efficacy of control of glyphosate-tolerant species of the Rubiaceae family through double-knockdown applications. Planta Daninha 38: e020190700.

LITTLE TM & HILLS FJ. 1972. Statistical Methods in Agricultural Research. 2.ed. Berkeley: University of California Extension Publication.

LORENZI HJ. 2006. Manual de Identificação e controle de plantas daninhas: platio direto e convencional/Harri Lorenzi. 6.ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum. 339p.

JERÔNIMO AV et al. 2021. Aplicações sequenciais de herbicidas no manejo de plantas daninhas em estádio de desenvolvimento avançado. Amazonian Journal of Agricultural and Envirinmental Sciences 64: 1- 10.

LIMA CC et al. 2019. Estágios fenológicos associados ao controle químico no manejo de Spermacocea densiflora originada de sementes e rebrota. Revista Brasileira de Herbicidas 18: 1-7.

MACHADO FG et al. 2016. Performance de herbicidas para o controle de plantas daninhas no sorgo. Revista Brasileira de Herbicidas 15: 281-289.

MARTINS BAB & CHRISTOFFOLETI PJ. 2014. Herbicide efficacy on Borreria densiflora control in pre - and post-emergence conditions. Planta Daninha 32: 817-825.

PROCÓPIO SO et al. 2007. Utilização de chlorimuron-ethyl-ethyl e imazethapyr na cultura da soja Roundup Ready. Planta Daninha 25: 365-373.

RADOSEVICH SR et al. 2007. Ecology of weeds and invasive plants: relationship to agriculture and natural resource management. New York: John Wiley & Sons. 3.ed. 454 p.

RAIMONDI MA et al. 2012. Controle e reinfestação de plantas daninhas com associação de amônio glufosinate e pyrithiobacsodium em algodão Liberty Link. Revista Brasileira de Herbicidas 11: 159-173.

ROSA LE. 2016. Aspectos da biologia, suscetibilidade diferencial e eficácia de herbicidas alternativos ao glyphosate no manejo de populações de capim-pé-de-galinha (Eleusine indica L. Gaertn.). Dissertação (Mestrado em Fitotecnia). Piracicaba: ESALQ/USP.

SCROGGS DM et al. 2007. Effectiveness of preemergence herbicide and postemergence glifosato programs in second generation glifosato-resistant cotton. Weed Technology 21: 877-881.

SILVA WL. 2020. Herbicidas residuais no controle de Eleusine indica e na seletividade da cultura da soja. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal). Campus Urutaí: Instituto Federal Goiano.

SINGH V. 2016. Herbicide options for effective weed management in dry direct-seeded rice under scented rice-wheat rotation of western Indo-Gangetic Plains. Crop Protection 81: 168-76.

TAKANO HK et al. 2018. Goosegrass resistant to glifosato in Brazil. Planta Daninha 35: 2-9.

Downloads

Publicado

2024-09-13

Como Citar

SPRICIGO, Henrique; SCHENDDELFDT, Bruna Ferrari; SILVA, Rafaela Oliva da; HIRATA, Andreia Crisitina Silva; MONQUERO, Patrícia Andrea. Manejo de biótipos resistentes de Eleusine indica e de Spermacocea latifolia tolerante ao glyphosate com herbicidas pré-emergentes associados à aplicação sequencial de dessecantes. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 23, n. 2, p. 221–230, 2024. DOI: 10.5965/223811712322024221. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/24148. Acesso em: 27 set. 2024.

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa - Ciência de Plantas e Produtos Derivados

Dados de financiamento

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)