Estabelecimento inicial de plantas de mandioca com o aumento da temperatura
DOI:
https://doi.org/10.5965/223811712242023529Palavras-chave:
mudanças climáticas, crescimento, Manihot esculenta Crantz, fotossínteseResumo
Condições ambientais adversas, como o aumento da temperatura do ar, tem impacto sobre o crescimento inicial das plantas, interferindo no potencial de rendimento dos cultivos. Assim, objetivou-se avaliar o efeito do aumento da temperatura no estabelecimento inicial de plantas de mandioca. O experimento foi realizado em câmaras de crescimento, com delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 3x2 (cultivares x regimes de temperatura), com cinco repetições, durante 165 dias. Foram utilizadas mudas de mandioca das cultivares BRS 417, BRS 420 e BRS CS01 e os regimes de temperatura: T1 (20-26-33 °C) e T2 (24.8-30.8-37.8 °C). Os parâmetros fisiológicos foram afetados negativamente pelo aumento da temperatura. Essas alterações fisiológicas resultaram no aumento da temperatura foliar. A cultivar BRS 420 apresentou maior diâmetro do caule, quando comparada às demais, com uma média de 4,63 mm. O regime de temperatura de 24.8-30.8-37.8 °C contribuiu para maior altura das plantas das cultivares BRS 420 e BRS CS01, com média de 104.28 e 89.54 cm respectivamente. O aumento da temperatura também contribuiu para maior produção de biomassa da parte aérea, com um aumento de massa fresca de 41% e 52% e massa seca de 20% e 37% para BRS 420 e BRS CS01, respectivamente. A massa fresca do sistema radicular foi maior com o aumento da temperatura para as três cultivares analisadas, com destaque para BRS 420, que também apresentou maior produção de massa seca das raízes, independentemente do regime de temperatura. O aumento da temperatura do ar, com regime diário de 24.8-30.8-37.8 °C favoreceu o crescimento e desenvolvimento das plantas jovens de mandioca, contribuindo para o seu estabelecimento, mesmo com alterações nas respostas fisiológicas.
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