Manejo de plantas daninhas e fertilidade limitam o potencial de produtividade da mandioca em ambiente subtropical
DOI:
https://doi.org/10.5965/223811712132022274Palavras-chave:
Manihot esculenta Crantz, fertilidade, plantas daninhas, s-metolachlor, simanihotResumo
Os objetivos deste trabalho foram avaliar a resposta à adubação e diferentes épocas de controle de plantas daninhas no acúmulo de matéria seca de folhas, hastes, raízes e produção de massa fresca de raízes de mandioca. Dois experimentos foram conduzidos em campos comerciais nos municípios de Ibarama e Santa Maria localizados no Rio Grande do Sul, Sul do Brasil, durante a safra 2018/2019. Cinco tratamentos, com aplicações variadas de fertilizantes químicos e herbicidas foram utilizados para representar as práticas de manejo comumente utilizadas pelos agricultores do Sul do Brasil. O modelo baseado no processo Simanihot foi usado para simular o crescimento, desenvolvimento e produtividade da mandioca sob condições potenciais. Os resultados mostram que a dose recomendada de fertilizantes e calagem combinados com herbicida pré-emergente e três manejos mecânicos de limpeza de plantas daninhas apresentaram um aumento de 72% na produtividade de raízes em relação ao manejo utilizado pela produtividade média dos pequenos agricultores. Portanto, é possível atingir 80% do potencial de produtividade mantendo a cultura da mandioca livre de interferência de plantas daninhas e com aplicação de fertilizantes. A presença de plantas daninhas durante os primeiros 100 dias após o plantio reduziu cerca de 50% da produção de matéria seca da planta em Ibarama e Santa Maria e 79,2% da produtividade de raízes frescas em Ibarama.
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