Crescimento e adaptabilidade de procedências e progênies de Pinus tecunumanii no Norte de Moçambique

Autores

  • Cremildo Riba Gouveia Dias Instituto de Investigação Agraria de Moçambique, Portugal
  • Aires Afonso Mbanze Universidade Lúrio, Lisbon, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.5965/223811711932020285

Palavras-chave:

Adaptabilidade, Crescimento, Ensaios de Procedências e Progênies, Seleção Fenotípica

Resumo

Empresas florestais necessitam maximizar lucros e minimizar o nível de risco e incerteza, sendo uma das principais estratégias plantar povoamentos de crescimento rápido e de alta produtividade. Foi com esse intuito que a Empresa Florestas do Niassa, estabeleceu um experimento com cinco procedências e 28 progênies de P. Tecunumanii Eguiluz & Perry, no norte de Moçambique. O experimento foi estabelecido em blocos ao acaso com quatro linhas de repetição. Aos dois, quatro e oito anos de idade foram medidas altura total, diâmetro altura do peito (DAP) e sobrevivência. Os resultados de sobrevivência aos oito anos de idade não apresentaram diferenças significativas, tendo ficado acima dos 90% para todas as procedências incluindo a testemunha. Houve diferenças significativas de crescimento entre procedência para os restantes parâmetros avaliados. O melhor desempenho aos oito anos foi para as procedências Villa Santa, San Rafael del Norte e Yucul. O desdobramento das procedências entre progênies com o uso do recurso de agrupamento de clusters identificou três grupos distintos: O primeiro, composto pelas 12 (41,38%) progênies de melhor desempenho, majoritariamente da Villa Santa e Yucul; o segundo intermediário e composto por sete (24,14%) das progênies, na sua maioria de Yucul e Km 33; o último foi composto por 10 (34,4%) das progênies de pior desempenho, na sua maioria de San Jeronimo e Km 33. A maior parte das 10 melhores progênies classificadas com base no efeito genético aditivo predito e ganho genético, pertencem a Villa Santa, confirmando os resultados dos clusters. Já a maioria das progênies (45%) ao nível dos 20 melhores indivíduos classificados, pertenceram a procedência Villa Santa e podem ser usadas para futuros projetos de melhoramento no ambiente do Niassa. A seleção das melhores progênies pode ser feita a partir do DAP, dado que este apresentou um coeficiente de correlação acima dos 90% com o volume.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cremildo Riba Gouveia Dias, Instituto de Investigação Agraria de Moçambique, Portugal

Instituto de Investigação Agraria de Moçambique - Centro zonal Noroeste.Instituto Politécnico de Bragança, Escola Superior Agrária, Campus Sta. Apolónia, P.O. Box, 5300-253 Bragança, Portugal

Aires Afonso Mbanze, Universidade Lúrio, Lisbon, Portugal

Universidade Lúrio, Faculdade de Ciências Agrárias, Departamento de Ambiente e Conservação da Natureza, Campus Universitário de Unango, Distrito de Sanga, MoçambiqueUniversidade de Lisboa, Instituto Superior de Agronomia (ISA), Centro de Estudos Florestais (CEF), Tapada da Ajuda, P.O. Box, 1349-017, Lisboa, PortugalNova School of Business and Economics, Universidade Nova de Lisboa, Campus de Carcavelos, Holanda street 1, P.O. Box. 2775-405, Lisbon, Portugal

Referências

AGUIAR A et al. 2011. Programa de melhoramento de pinus da Embrapa Florestas. Colombo: Embrapa. p.21.

BRAWNER JT et al. 2014. Visualising the environmental preferences of Pinus tecunumanii populations. Tree Genetics and Genomes 10: 1123-1133.

BURDON RD. 1998. Relative performance values in genetic tests: Alternatives and their properties. Silvae Genetica 47: 1-5.

CARPENTER FL et al. 2004. Early growth of native and exotic trees planted on degraded tropical pasture. Forest Ecology and Management 196: 367-378.

CERDA-GRANADOS D & DÍAZ V. 2013. Optimizacion de un protocolo de extraccion de ADN genómico para Pinus tecunumanii 94: 82-92.

CRUZ CD. 2012. Princípios de genética quantitativa. 2.ed. Viçosa: UFV. 394p.

DE SOUZA FB et al. 2016. Selection of Pinus species and provenances for Assis region, State of São Paulo. Scientia Forestalis/Forest Sciences 44: 675-682.

DVORAK WS et al. 1993. Genetic and site effects on stem breakage in Pinus tecunumanii. New Forests 7: 237-253.

EGUILUZ-PIEDRA T & PERRY J. 1983. Pinus Tecunumanii: Una Especie Nueva de Guatemala. Revista Ciencia Florestal 8: 1-20.

GAPARE W et al. 2001. Genetic Parameters And Provenance Variation Of P. maximinoi in Brazil, Colombia And South Africa. Forest Genetics 8: 160-165.

HODGE G & DVORAK W. 1999. Genetic Parameters And Provenance Variation Of P. tecunumanii in 78 International Trials. Forest Genetics 6: 161-173.

HONGWANE PC et al. 2017. Growth and dynamic modulus of elasticity of Pinus patula × Pinus tecunumanii hybrids in Mpumalanga, South Africa. Southern Forests 79: 277-285.

INDE. 2009. Instituto Nacional do Desenvolvimento da Educação. Atlas de Moçambique. Maputo: Editora Nacional de Moçambique S.A.

INVUA S. 2014. Avaliaҫão da Influência da Preparacão do Solo no Desempenho Eucalyptus urograndis, no Distrito de Lichinga no Campo de Ensaio da Empresa Niassa Green Resources. Monografia (Licenceatura em Engenharia Florestal). Distrito de Sanga: UniLúrio. 58p.

KARIUKI JG. 1998. Provenance and family-within-provenance variation in Pinus patula, Pinus patula subspecies tecunumanii and Pinus oocarpa planted at Turbo, Kenya. Forest Ecology and Management 107: 127-133.

LANDRY J & CHIRWA PW. 2011. Analysis of the potential socio-economic impact of establishing plantation forestry on rural communities in Sanga district, Niassa province, Mozambique. Land Use Policy 28: 542-551.

LÓPEZ JL. 2014. Camcore Trip Report to Florestas de Niassa. North Carolina. 12p. (Documento).

MAE. 2014. Ministério da Administração Estatal. Perfil do Distrito de Chimbonila-Lichinga, Provincia de Niassa. Maputo: MAE. 68p.

MBANZE AA et al. 2015. Influence of the meteorological conditions on forest fires occurrences in Lichinga District, Northern Mozambique. Floresta 45: 577-586.

MBANZE AA et al. 2013. Assessment of causes that contribute to the occurrence of plantations forests fires in Niassa Province, North of Mozambique. African Journal of Agricultural Research 8: 5684-5691.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. 2006. Estratégia National de Reflorestamento - Por um Desenvolvimento de Plantações Florestais Sustentáveis. (Documento para discussão) 22p.

MORA AL. 2002. Aumento da Produção de Sementes Geneticamente Melhoradas de Acacia mearnsii de Wild. (Acácia-negra) no Rio Grande do Sul. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal). Curitiba: UFP. 161p.

MOREIRA JP. 2017. Produtividade, Estabilidade, Adaptabilidade e Diversidade Genética em Testes de Progênies de Pinus caribaea var. hondurensis e Pinus tecunumanii. Tese (Doutorado em Agronomia) Ilha Solteira: UNESP. 85p.

MUNTHALI CRY & STEWAR M. 1998. Growth of nine-year-old provenance and taxonomy trials of pinus tecunumanii at zomba and chongoni, Malawi. Southern African Forestry Journal 181: 13-19.

NHANTUMBO L. 2014. Avaliação do comportamento de diferentes proveniências de Corymbia citriodora aos 12 meses no Distrito de Lichinga. In: 3ª Jornadas científicas Moçambique: Universidade Lúrio.

NUBE TG et al. 2016. Impactos Socioeconômicos das Plantações Florestais no Niassa, Moçambique 23: 52-60.

NYOKA BI et al. 2010. Provenance productivity of high and low elevation Pinus tecunumanii in Zimbabwe. Silvae Genetica 59: 189-199.

OVERBEEK W. 2010. The Expansion of Tree Monocultures in Mozambique. Impacts on Local Peasant Communities in the Province of Niassa. Montevideo: WRM. 27p. (Series on tree plantations nº 14).

PIMENTAL GOMES F. 1990. Curso de Estatistica Experimental. 13.ed. São Paulo: ESALQ. 240p.

RESENDE MDV. 2014. Selegen Reml/Blup – Sistema Estatístico e Seleção Genética Computadorizada - Manual Complementar do Selegen-Reml/Blup. Viçosa: UFV. 17p.

RESENDE MDV. 2007. Matemática e estatística na análise de experimento e no melhoramento genético. Colombo: Embrapa Florestas. 561p.

SEUFERT P. 2012. The Human Rights Impacts of Tree Plantations in Niassa Province, Mozambique. Heidelberg: FIAN International. 44p.

SHIMANIKIRE T. 2011. Soil Assessment Report for areas Earmarked for Eucalyptus Production (2011/12) Lichinga - 1201 (Blocks A, B, C, E, F, G and O) and Massangulo - 2101 (Blocks J and L). Lichinga: Planning Department. 20p.

SHIMIZU JY. 2006. Pesquisa e desenvolvimento florestal em Moçambique. Colombo: Embrapa. 33p. (Documentos 131).

SILVA JM et al. 2011. Variação Genética e ganho esperado na seleção de progênies de Pinus caribaea var. caribaea em Selvíria, MS. Scientia Forestalis 39: 241-252.

VAN ZONNEVELD M et al. 2009. Climate change impact predictions on Pinus patula and Pinus tecunumanii populations in Mexico and Central America. Forest Ecology and Management 257: 1566-1576.

VIEIRA H & SHIMIZU JY. 1998. Avaliacão do potencial de produtividade de madeira de Pinus tecunumanii no sul de Rondônia. Porto Velho: EMBRAPA. 16p. (Boletim de Pesquisa 24).

ZANELLA LB et al. 2018. Micropropagation of Pinus tecunumanii. Ciência Florestal 28: 651-660.

Downloads

Publicado

2020-09-30

Como Citar

DIAS, Cremildo Riba Gouveia; MBANZE, Aires Afonso. Crescimento e adaptabilidade de procedências e progênies de Pinus tecunumanii no Norte de Moçambique. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 19, n. 3, p. 285–298, 2020. DOI: 10.5965/223811711932020285. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/16123. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa - Ciência de Plantas e Produtos Derivados

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)