Retração do solo e relação com as propriedades físicas e matéria orgânica de Latossolos e Nitossolos do Sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5965/223811711932020337Palavras-chave:
Caráter retrátil, estrutura, análise de componentes principaisResumo
Estudos recentes apontaram que o principal fator de origem do caráter retrátil, observado em Latossolos e Nitossolos, não é a mineralogia. Com isso formulou-se a hipótese de que a retração do solo em Latossolos e Nitossolos tem origem em fatores estruturais do solo, portanto podem ser investigados indiretamente através das propriedades físicas da estrutura do solo. Sendo assim o objetivo deste trabalho foi relacionar a retração com propriedades físicas e a matéria orgânica do solo, investigando de maneira indireta o processo de retração do solo. Foram selecionados seis perfis coletados nos Estados de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul que apresentam caráter retrátil e um Vertissolo Ebânico no Rio Grande do Sul. Foram avaliados: granulometria, limites de consistência, densidade do solo e de partículas, porosidade total, microporos e macroporos, área superficial específica, índice de retração, matéria orgânica do solo e retenção de água no solo. A relação entre as propriedades foi realizada através de análise de componentes principais (ACP). Adicionalmente, para analisar o efeito da estrutura e da matéria orgânica no índice de retração, e amostras foram coletadas nos horizontes A, AB, BA, Bt1, Bt2, Bt3 do Nitossolo Bruno de Painel, o qual possui um gradiente natural de decréscimo de matéria orgânica no perfil. Neste, as determinações da curva de retenção e índice de retração foram realizadas com amostras de estrutura preservada e alterada. A ACP indicou o índice plasticidade com maior relação com a retração do solo, indicando que a redução do teor de água cria meniscos entre as partículas assim a tensão superficial aumenta, causando uma curvatura do menisco, na interface entre água e ar aproximando as partículas, causando assim a retração do solo. A matéria orgânica tem efeito direto no processo de retração, no entanto, a intensidade da retração é dependente da estruturação do solo.
Downloads
Referências
BAVER LD et al. 1972. Soil physics. 4.ed. New York: John Wiley. 498p.
CARTER DL et al. 1986. Specific surface. In: KLUTE A. Methods of soil analysis: Physical and mineralogical methods. 2.ed. Madison: Soil Science Society of America.
CPRM. 2007. Companhia de pesquisa de recursos minerais. Serviço Geológico do Brasil. Programa levantamentos geológicos básicos do Brasil: Agudo (Folha SH.22-V-C-V, escala 1:100.000). Brasília: Ministério de Minas e Energia. 105p.
DAY PR. 1965. Particle fractionation and particle-size analysis. In: BLACK CA. (ed.). Methods of soil analysis. Physical and mineralogical methods. 2.ed. Madison: American Society of Agronomy. p.545-567.
EMBRAPA. 2000. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Guia de excursão de estudos de solos nos estados do Rio Grande do Sul. Colombo: Embrapa Florestas. 222p.
EMBRAPA & EPAGRI. 2008. VIII RCC Reunião Nacional de Correlação e Classificação de Solos (Santa Catarina). Florianópolis: Epagri/Embrapa. 199p.
EMBRAPA. 2017. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Manual de métodos de análise de solos. Dados eletrônicos. Rio de Janeiro. Embrapa Solos. 573p.
FERREIRA MM. 2010. Caracterização Física do Solo. In: VAN LIER QJ. (ed) Física do Solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. p.2-12.
HILLEL D. 1982. Introduction to soil physics. San Diego: Academic Press. 264p.
HONGYU K. 2015. Comparação do GGE-biplot ponderado e AMMI-ponderado com outros modelos de interação genótipo × ambiente. Tese (Doutorado em Estatística e Experimentação Agronômica). Piracicaba: USP. 155p.
JOHNSON RA & WICHERN DW. 1998. Applied multivariate statistical analysis. Madison: Prentice Hall International. 607p.
KÄMPF N & CURI N. 2003. Argilominerais em solos brasileiros. In: CURI N et al (Ed). Tópicos em Ciência do Solo. Viçosa: UFV. p.1-54.
KÄMPF N et al. 2012. Mineralogia de solos brasileiros. In: KER JC et al. (Eds.). Pedologia: Fundamentos. Viçosa: SBCS. p.207-302.
KONDO MK. 1998. Compressibilidade de três Latossolos sob diferentes usos. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Ciência do Solo). Lavras: UFLA. 105p.
LEMOS RC & SANTOS RD. 1996. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 3.ed. Campinas: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. 83p.
MOUSTAKAS NKA. 2012. Study of Vertisol genesis in North Eastern Greece. Catena. 92: 208-215.
PÉRTILE P. 2015. Propriedades mecânicas em micro e mesoescala de solos do Rio Grande do Sul. Tese de Doutorado (Doutorado em Ciência do Solo). Santa Maria: UFSM. 164p.
REINERT DJ & REICHERT JML. 2006. Coluna de areia para medir a retenção de água no solo: protótipos e teste. Ciência Rural 36: 1931-1935.
REINERT DJ et al. 2007. Principais Solos da Depressão Central e Campanha do Rio Grande do Sul: Guia de Excursão. 2.ed. Santa Maria: UFSM. 47p.
RICHARDS L. 1949. Methods of measuring moisture tension. Soil Science 58: 95-112.
SAS. 2009. Procedures Guide for Personal Computers. 3.ed. Cary: SAS Institute.
SANTOS HG et al. 2018. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 5.ed. Brasília: Embrapa. 355p.
SILVA L et al. 2017. Methods for Quantifying Shrinkage in Latossolos (Ferralsols) and Nitossolos (Nitisols) in Southern Brazil. Revista Brasileira de Ciência do Solo 41: e0160364.
STRECK EV et al. 2008. Solos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EMATER/RS-ASCAR. 222p.
TESTONI SA. 2015. Mineralogia da fração argila de Latossolos e Nitossolos Brunos e Vermelhos com caráter retrátil do sul do Brasil. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Ciência do Solo). Lages: UDESC. 155p.
TESTONI AS et al. 2017. Clay Mineralogy of Brazilian Oxisols with Shrinkage Properties. Revista Brasileira de Ciência do Solo. 41: e0160487.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Revista de Ciências Agroveterinárias
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores que publicam nesta revista estão de acordo com os seguintes termos:
a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista os direitos autorais da primeira publicação, de acordo com a Creative Commons Attribution Licence. Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição BY.
b) Autores têm autoridade para assumir contratos adicionais com o conteúdo do manuscrito.
c) Os autores podem fornecer e distribuir o manuscrito publicado por esta revista.