Monitoramento da temperatura atmosférica visando o conforto térmico e a conservação de florestas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/223811712012021032

Palavras-chave:

floresta atlântica, el niño, estiagens, índice de estresse florestal (FBS), ondas de calor, proteção da saúde florestal

Resumo

As ondas de calor têm despertado a preocupação quanto aos danos que ocasionam sobre os serviços ecossistêmicos, e combinadas com estiagens, o excesso de calor tem favorecido o aumento da mortalidade das árvores mundo afora. Partindo-se da hipótese em que a região sudoeste do Paraná, apresenta condições favoráveis à ocorrência de anomalias climáticas caracterizadas como ondas de calor de verão, este trabalho teve como objetivo geral, observar o comportamento da temperatura atmosférica no município de Dois Vizinhos, para o interstício entre 2018 a 2020, e em específico: i) analisar quais os intervalos dos horários de verão em Dois Vizinhos, a temperatura atmosférica se apresenta mais elevada; ii) verificar por meio do índice proposto de estresse florestal (forest-based stress index ou FBS), os eventos caracterizados como de onda de calor, entre os anos de 2018 a 2020; iii) discutir a viabilidade do índice FBS, tendo como critério, outros índices de monitoramento ambiental; iv) apresentar argumentos sobre aspectos ecofisiológicos e de conservação florestal. As conclusões foram que o período noturno entre 21h-03h de 2020, da estação de verão de Dois Vizinhos, foi significativamente mais quente, no triênio analisado. O horário entre 15h-21h de 2020 foi significativamente mais quente, entre as categorias horarias analisadas. Por meio do índice FBS de estresse florestal, verificou-se o total de 36 episódios caracterizados como de Ondas de Calor na localidade, inclusive noturnas, entre os anos de 2018 a 2020.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALLEN CD. 2009. Climate-induced forest dieback: an escalating global phenomenon? Unasylva 60: 231-232.

ALLEN CD et al. 2010. A global overview of drought and heat-induced tree mortality reveals emerging climate change risks for forests. Forest Ecology and Management 259: 660-684.

ALVARES CA et al. 2013. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift 22: 711-728.

ALVES MPA et al. 2016. Caracterização da forte onda de calor de 2014 em Santa Catarina. Ciência e Natura 36: 309-325.

AUBIN I et al. 2018. Tree vulnerability to climate change: improving exposure-based assessments using traits as indicators of sensitivity. Ecosphere 9: 1-24.

BITENCOURT DP et al. 2016. Frequência, duração, abrangência espacial e intensidade das ondas de calor no Brasil. Revista Brasileira de Meteorologia 31: 506-517.

BURAS A et al. 2020. Quantifying impacts of the 2018 drought on European ecosystems in comparison to 2003. Biogeosciences 17: 1655-1672.

CARDONA OD et al. 2012. Determinants of risk: exposure and vulnerability. In: FIELD CB et al. (Ed.). Managing the Risks of Extreme Events and Disasters to Advance Climate Change. Cambridge: Cambridge University Press. p.65-108.

CASTRO FARIA AB et al. 2019. Pinheiros antigos podem entrar em declínio devido ao efeito das mudanças climáticas. BIOFIX 4: 16-25.

CUNNINGHAM SC & READ J. 2003. Do temperate rainforest trees have a greater ability to acclimate to changing temperatures than tropical rainforest trees? The New Phytologist 157: 55-64.

FANG O et al. 2018. Tree rings reveal a major episode of Forest mortality in the late 18th century on the Tibetan Plateau. Global and Planetary Change 163: 44-50.

FIRPO MAF et al. 2012. Climatologia e variabilidade sazonal do número de ondas de calor e de frio no Rio Grande Do Sul associadas ao ENOS. Revista Brasileira de Meteorologia 27: 95-106.

GEIRINHAS JLM. 2016. Caracterização Climática e Sinóptica das Ondas de Calor no Brasil. Dissertação. (Mestrado em Geofísica). Lisboa: Universidade de Lisboa. 83p.

HARTMANN H et al. 2015. Research frontiers in drought-induced tree mortality: crossing scales and disciplines. New Phytologist 205: 965-969.

HARTMANN H et al. 2018. Monitoring global tree mortality patterns and trends. Report from the VW symposium “Crossing scales and disciplines to identify global trends of tree mortality as indicators of forest health”. New Phytologist 217: 984-987.

IPCC. 2014. Intergovernmental Panel on Climate Change. Climate Change 2014: Synthesis Report - Contribution of Working Groups I, II and III to the Fifth Assessment Report of the IPCC. Genova: IPCC. 151p.

KIRKPATRICK SEP & LEWIS SC. 2020. Increasing trends in regional heatwaves. Nature communications 11: 1-8.

KOGIMA KC & ELY DF. 2019. Índices térmicos para a identificação de ondas de calor aplicados ao estado do Paraná, Brasil. Geo UERJ 34: 1-37.

MARENGO JA. 2014. O futuro clima do Brasil. Revista USP 103: 25-32.

MORALES MS et al. 2020. Six hundred years of South American tree rings reveal an increase in severe hydroclimatic eventos since mid-20th century. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America 117: 16816-16823.

RADINOVIÉ D & CURIÉ M. 2012. Criteria for heat and cold wave duration indexes. Theoretical and Applied Climatology 107: 505-510.

SILVA WL et al. 2015. Tendências observadas em indicadores de extremos climáticos de temperatura e precipitação no estado do Paraná. Revista Brasileira de Meteorologia 30: 181-194.

STOVALL AEL et al. 2019. Tree height explains mortality risk during an intense drought. Nature Communications 10: 4385.

TESKEY R et al. 2015. Responses of tree species to heat waves and extreme heat events. Plant, Cell and Environment 38: 1699-1712.

TOMASETTO MZC et al. 2009. Desenvolvimento local e agricultura familiar: o caso da produção de açúcar mascavo em Capanema - Paraná. Interações 10: 21-30.

TRUMBORE S. et al. 2015. Forest health and global change. Science 349: 814-818.

VARGAS GG & CORDERO SRA. 2013. Photosynthetic responses to temperature of two tropical rainforest tree species from Costa Rica. Trees 27: 1261-1270.

VIEIRA FMC et al. 2018. Probability distributions of frequency analysis of rainfall at the southwest region of Paraná State, Brazil. Revista de Ciências Agroveterinárias 17: 260-266.

VINCENT LA et al. 2005. Observed Trends in Indices of Daily Temperature Extremes in South America 1960-2000. Bulletin of the American Meteorological Society 18: 5011-5023.

WMO. 2015. World Meteorological Organization. Heatwaves and Health: Guidance on Warning-System Development. Genebra: WMO. 114p.

Downloads

Publicado

2021-03-29

Como Citar

FARIA, Alvaro Boson de Castro. Monitoramento da temperatura atmosférica visando o conforto térmico e a conservação de florestas. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 20, n. 1, p. 032–040, 2021. DOI: 10.5965/223811712012021032. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/18843. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa - Ciência de Plantas e Produtos Derivados