Efeito do fogo no banco de sementes do solo de sistemas agroflorestais, Pará, Brasil

Autores

  • Fabrízia de Oliveira Alvino-Rayol Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Belém, PA, Brasil.
  • Breno Pinto Rayol Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, PA, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.5965/223811711832019489

Palavras-chave:

queima, solo, sementes

Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do fogo na estrutura, composição florística e diversidade do banco de sementes do solo em diferentes sistemas agroflorestais (SAF). Foram avaliados quatro sistemas: a) SAF 1 - paricá (Schizolobium amazonicum) e caupi (Vigna unguiculata) com uso do fogo para o preparo da área; b) SAF 2 - paricá e caupi, feijão de porco (Canavalia ensiformes) sem uso do fogo; c) SAF 3 - paricá, açaí (Euterpe oleracea) e cupuaçu (Theobroma grandiflorum) com o uso do fogo; d) SAF 4 - paricá, açaí e cupuaçu, com preparo da área sem queima. O banco de sementes dos sistemas estudados foi avaliado através da coleta de 20 amostras de 50 x 50 cm na camada de 0 - 5 cm, totalizando 80 amostras.  Para a contagem e identificação das espécies do banco de sementes, utilizou-se a técnica de emergência de plântulas em casa de vegetação. A maior riqueza e diversidade foram encontradas no SAF 2. As espécies mais importantes foram Cyperus laxus, Olyra glaberrima e Myrciaria tenella. Os bancos de sementes das áreas que foram manejadas com fogo foram constituídos principalmente por espécies herbáceas. O fogo influenciou na florística, estrutura, diversidade do banco de sementes nos sistemas agroflorestais avaliados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARAÚJO MM et al. 2001. Densidade e composição florística do banco de sementes do solo de florestas sucessionais na região do Baixo Rio Guamá, Amazônia Oriental. Scientia Forestalis 59: 115-130.

AULD TD & DENHAM AJ. 2006. How much seed remains in the soil after a fire? Plant Ecology 187: 15–24.

BRINKMANN WLF & VIEIRA AN. 1971. The effect of burning on germination of seeds at different soil depths of various tree species. Turrialba 21: 77-82.

CARDOSO EL et al. 2000. Composição e dinâmica da biomassa aérea após a queima em savana gramíneo-lenhosa no Pantanal. Pesquisa Agropecuária Brasileira 35: 2309-2316.

COCHRANE MA & SCHULZE MD. 1999. Fire as a recurrent event in tropical forests of the eastern Amazon: effects on forest structure, biomass and species composition. Biotropica 31: 2-16.

COSTA JR & MITJA D. 2009. Bancos de sementes de plantas daninhas em sistemas agroflorestais na Amazônia Central. Revista Brasileira de Ciências Agrárias 4: 298-303.

COSTA JR et al. 2009. Bancos de sementes de plantas daninhas em cultivos de mandioca na Amazônia Central. Planta Daninha 27: 665-671.

CHRISTOFFOLETI PJ & CAETANO RSX. 1998. Soil seed banks. Scientia Agricola 55: 74-78.

EWEL J et al. 1981. Slash and burn impacts on a Costa Rican wet forest site. Ecology 62: 816-829.

GARWOOD NC. 1989. Tropical soil seed banks: a review. In: LECK MA et al. Ecology of soil seed banks. San Diego: Academic Press. p.149-209.

GERHARDT K & HYTTEBORN H. 1992. Natural dynamics and regeneration methods in tropical dry forests - an introduction. Journal of Vegetation Science 3: 361–364.

GUARIGUATA MR & OSTERTAG R. 2001. Neotropical secondary forest succession: changes in structural and functional characteristics. Forest Ecology and Management 148: 185-206.

IBGE. 1983. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Bragança, Norte, Pará. Coleção de Monografias Municipais. Nova Série 17: 1-16.

IKEDA FS et al 2008. Banco de sementes em cerrado sensu stricto sob queimada e sistemas de cultivo. Pesquisa Agropecuária Brasileira 43: 667-673.

KEITH DA. 1996. Fire-driven extinction of plant populations: a synthesis of theory and review of evidence from Australian vegetation. Proceedings of the Linnean Society of New South Wales 116: 37-78.

KISSMANN KG & GROTH D. 1997. Plantas infestantes e nocivas. Tomo I. 2.ed. São Paulo: BASF. 824p.

LEAL EC et al. 2006. Banco de sementes em sistemas de produção de agricultura com queima e sem queima no município de Marapanim, Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Naturais 1: 19-29.

LORENZI H. 2006. Manual de identificação e controle de plantas daninhas: plantio direto e convencional. 6.ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum. 339p.

LOUZADA JNC et al. 2003. O fogo como instrumento de manejo em agroecossistemas. Informe Agropecuário 24: 29-36.

MAGURRAN AE. 1988. Ecological diversity and its measurement. London: Croom Helm. 179 p.

MAMEDE MA 2003. Efeito do manejo agrícola tradicional sobre o banco de sementes do solo em uma área de caatinga, município de Sobral, CE. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente). Fortaleza: UFC. 68p.

MELO ACG et al. 2007. Efeito do fogo sobre o banco de sementes em faixa de borda de Floresta Estacional Semidecidual, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 21: 927-934.

MELO ACG & DURIGAN G. 2010. Impacto do fogo e da regeneração da comunidade vegetal em borda de Floresta Estacional Semidecidual (Gália, SP, Brasil). Revista Brasileira de Botânica 33: 37-50.

MÔNACO LM et al. 2003. Banco de sementes de uma floresta secundária amazônica dominada por Vismia. Acta Amazonica 33: 41-52.

MUELLER-DOMBOIS D & ELLENBERG H. 1974. Aims and methods of vegetation ecology. New York: John Wiley and Sons. 547 p.

NOBREGA AMF et al. 2009. Banco de sementes de remanescentes naturais e de áreas reflorestadas em uma várzea do Rio Mogi-Guaçu - SP. Revista Árvore 33: 403-411.

PARKER VT et al. 1989. Pattern and process in the dynamics of seed banks. In: LECK M et al. (Eds.). Ecology of Soil Seed Banks. San Diego: Academic Press. p.367-384.

QUINTANA-ASCENCIO PF & MORALES-HERNÁNDEZ M. 1997. Fire-mediated effects of shrubs, lichens, and herbs on the demography of Hypericum cumulicola in patchy Florida scrub. Oecologia 112: 263–271.

SCHIMTZ MC 1992. Banco de sementes no solo em áreas do reservatório da UHE Paraibuna. In: KAGEYAMA PY. Recomposição da vegetação com espécies arbóreas nativas em reservatórios de usinas hidrelétricas da CESP. Piracicaba: IPEF. p.7-8.

THOMPSON K. 1992. The functional ecology of seed banks. In: FENNER M. ed. Seeds: The ecology of regeneration in plant communities. Wallingford: CAB International. p.231- 258.

THOMPSON K & GRIME JP. 1979. Seasonal variation in the seed banks of herbaceous species in ten contrasting habitats. Journal Ecology 67: 893-921.

UHL C & BUSCHBACHER R. 1985. A disturbing synergism between cattle ranch burning practices and selective tree harvesting in the eastern Amazon. Biotropica 17: 265-268.

UHL C et al. 1981. Early plant sucession after cutting and burning in the upper Rio Negro region of the amazon basin. Journal of Ecology 69: 631-649.

WHELAN RJ et al. 2002. Critical life cycles of plants and animals: developing a process-based understanding of population changes in fireprone landscapes. In: BRADSTOCK RA et al. (Eds.) Flammable Australia: the fire regimes and biodiversity of a continent. Cambridge: Cambridge University Press. p.94–124.

XAVIER RO. 2010. Influência do fogo no banco de sementes em áreas de cerrado com diferentes históricos de incêndios. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Recursos Naturais). São Carlos: UFSCar. 105p.

Downloads

Publicado

2019-12-12

Como Citar

ALVINO-RAYOL, Fabrízia de Oliveira; RAYOL, Breno Pinto. Efeito do fogo no banco de sementes do solo de sistemas agroflorestais, Pará, Brasil. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 18, n. 4, p. 489–498, 2019. DOI: 10.5965/223811711832019489. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/13346. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa - Ciência de Plantas e Produtos Derivados