A relevância política de alguns princípios do Contato Improvisação

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5965/1414573101372020356

Keywords:

Representation criticism, theaters of the real, aesthetical regime, biodrama, endless representation

Abstract

Neste trabalho discutimos implicações éticas e políticas que caracterizam a forma de dança conhecida no Brasil como Contato Improvisação, destacando a relevância dos princípios que embasam os seguintes aspectos desta: 1. A dilatação do tempo e a sutilização da percepção, 2. A questão da resistência (ou a resistência em questão), 3. A ruptura com o imperativo da produtividade, 4. A questão (aberta) da comunidade, dos laços coletivos e dos espaços de refúgio. Examinando cada um destes aspectos, salientamos como esta forma de dança subverte os imperativos culturais hegemônicos da aceleração da ação, da densificação da estimulação e da produtividade, bem como permite problematizar e complexificar a noção de resistência e as estratégias de contraposição política e cultural a um status quo, criando, assim, espaços de compartilhamento sui generis, articulados por uma percepção comum e por “verdades éticas” orientadoras do encontro e das relações. 

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Pedro Rodrigo Penuela Sanches, Universidade de São Paulo (USP)

Artista e pesquisador da dança, doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (PPGAC - ECA -USP), com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

References

BANES, S. Terpsichore in sneakers: post-modern dance. Middletown: Wesleyan University Press, 1987.

BARDET, M. A Filosofia da Dança. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

BAUMAN, Z. Modernidad liquida. México DF: Fondo de Cultura Económica, 2000.

BENJAMIN, W. Experiência e pobreza. In: Obras escolhidas: Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1994. (Originalmente publicado em 1933)

BENJAMIN, W. O narrador: considerações sobre a obra de Nicolai Leskov. In: Obras escolhidas: Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1994 (Originalmente publicado em 1936)

BERMAN, M. Tudo o que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. São Paulo: Cia das Letras, 1986.

CALDEIRA, J. A teoria do valor Tupinambá. Folha de São Paulo. 31/05/2015. Disponível em:

https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2015/05/1635380-a-teoria-do-valor-

-tupinamba.shtml

COMITÉ INVISIBLE. A nuestros amigos. Logroño: Editorial Pepitas de Calabaza, 2014.

FOSTER, S. L. Why is there always energy for dancing. Dance Research Journal. Vol. 48, n. 3, Cambridge, 2016.

FOUCAULT, M. Historia de la sexualidad: Vol. 1 - La voluntad de saber. Madrid/México D.F.: Siglo Veintuno, 1998.

GIL, J. Movimento total: o corpo e a dança. São Paulo: Iluminuras, 2004. HAN, B.-C. O aroma do tempo. Lisboa: Relógio d’Água, 2016.

INNERARITY, D. The future and its enemies: in defense of political hope. Stanford: Stanford University Press, 2012.

LAFARGUE, P. O direito à preguiça. 1880. Publicação online por: The Marxists Internet

Archive. Disponível em: https://www.marxists.org/

LATOUCHE, S. Como construir uma nova sociedade da abundância. Revista do Instituto

Humanitas Unisinos. 19/09/2012. Disponível em:

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/513716-como-construir-uma-nova-sociedade-

-da-abundancia-artigo-de-serge-latouche

LOUPPE, L. Política da dança contemporânea. Lisboa: Orfeu Negro, 2012.

MARTINS, P. H. De Lévi-Strauss a M.A.U.S.S. – Movimento Anti-Utilitarista nas Ciências

Sociais: itinerários do dom. Revista Brasileira de Ciências Sociais. Vol. 23, n. 66.

São Paulo, 2008. Disponível em:

h t t p : / /www. s c i e l o . b r / s c i e l o . p h p ? s c r i p t = s c i _ a r t t e x t & p i -

d=S0102-69092008000100007

NOVACK, C. J. Sharing the Dance: Contact Improvisation and American Culture. Madison: The University of Wisconsin Press, 1990.

PAXTON, S. Drafting interior techniques. In: SMITH, N. S. (org.) Contact Quarterly’s

Contact Improvisation Sourcebook vol. 1. Northampton (MA, EUA): Contact Editions,

PAXTON, S. A Definition. Contact Quarterly. Winter 1979, p. 26.

PAXTON, S. Excerpts from Steve Paxton’s talk at CI 36. Contact Quarterly. Winter/

Spring 2009. Northampton: Contact Editions, 2009.

PENUELA SANCHES, P. R. Corpo-outro: paradoxos da corporeidade na Contact Improvisation. Urdimento – Revista de Estudos em Artes Cênicas. Vol. 1, no. 24. Florianópolis, 2015. Disponível em:

h t t p : / / w w w . r e v i s t a s . u d e s c . b r / i n d e x . p h p / u r d i m e n t o / a r t i c l e /view/1414573101242015197

PENUELA SANCHES, P. R. Encontro entre corpos: um estudo sobre o corpo por meio

do diálogo entre a dança Contato Improvisação e a psicanálise winnicottiana. Dissertação

de mestrado. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP-USP).

São Paulo, 2012. Disponível em:

https://teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-07052012-175206/pt-br.php

PENUELA SANCHES, P. R. Das relações entre dança e movimento: reflexões sobre diferentes noções de movimento e a dança. Revista Brasileira de Estudos da Presença.

Vol 8, no. 3. Porto Alegre: 2018. Disponível em:

https://www.seer.ufrgs.br/presenca/article/view/73443

SANT’ANNA. D. B. (2001). Corpos de passagem: ensaios sobre a subjetividade contemporânea. São Paulo: Estação Liberdade, 2001. Urdimento, Florianópolis, v.1, n.37, p. 356-376, mar/abr 2020 376

SIMMEL, G. A metrópole e a vida mental. In: VELHO, O. (org.). O fenômeno urbano.

Rio de Janeiro: Zahar, 1973. (Originalmente publicado em 1902)

THOREAU, H. D. Walden: life in the woods. Princeton: Princeton University Press,

(Originalmente publicado em 1854)

UESHIBA, K. The spirit of Aikido. Tokyo/New York/San Francisco: Kodansha International,

VAL.RY, P. Degas Dança Desenho. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. (Originalmente

publicado em 1938)

Published

2020-04-17

How to Cite

SANCHES, Pedro Rodrigo Penuela. A relevância política de alguns princípios do Contato Improvisação. Urdimento: Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, v. 1, n. 37, p. 356–376, 2020. DOI: 10.5965/1414573101372020356. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/1414573101372020356. Acesso em: 21 nov. 2024.