Casas de moda no Rio de Janeiro da primeira metade do XIX: direitos de propriedades e gênero
DOI:
https://doi.org/10.5965/25944630532021301Parole chiave:
Casas de moda, Mulheres, Direitos de PropriedadeAbstract
O objetivo desse artigo é compreender, através das casas de moda e das modistas oitocentistas, a relação entre as mulheres brancas, direitos de propriedade e trabalho feminino no Rio de Janeiro da primeira metade do século XIX. A partir de 1816 uma série de modistas e costureiras francesas desembarcaram no Brasil provocando uma inovação no que se refere aos negócios e a moda brasileira. Essas francesas, assim como algumas brasileiras, abriram estabelecimentos e fixaram suas lojas nos arredores da famosa rua do Ouvidor. No entanto, não eram todas mulheres que tinham o direito de abrir um comércio, às casadas era negado o direito de possuírem propriedades; nesse sentido visamos problematizar a noção de mulheres proprietárias e seus estados civis e a forma como foram estruturando seus comércios na corte brasileira, fazendo com que os negócios concernentes ao vestuários despertassem o interesse da sociedade e se inserissem cada vez mais na logística econômica e social do período.
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