Etnomatemática, jogos de linguagem e movimentos de contraconduta de mulheres no ocupar o Quadrado
DOI:
https://doi.org/10.5965/2357724X08172020034Palabras clave:
Etnomatemática, Jogos de linguagem, Contraconduta, Educação MatemáticaResumen
O presente artigo é recorte de uma dissertação de mestrado que objetivou identificar e analisar os jogos de linguagem produzidos por um grupo de mulheres moradoras do Quadrado, comunidade localizada no bairro Porto da cidade de Pelotas/Rio Grande do Sul, quando narram as suas vivências durante a ocupação. Os aportes teóricos utilizam teorizações pós-estruturalistas, tendo por referência estudos na perspectiva etnomatemática de Knijnik, Wanderer, Giongo e Duarte (2013), nos jogos de linguagem de Wittgenstein (2000) e no conceito de contraconduta de Michel Foucault (2008). A investigação foi desenvolvida em uma abordagem qualitativa de caráter exploratório e, para a coleta de dados, de inspiração etnográfica, com instrumentos de observação participante, diário de campo e fotografias. Para compor a produção dos dados utilizou-se entrevistas narrativas, quando quatro moradoras, de gerações diferentes, relatam as suas vivências sobre a ocupação. O material coletado foi analisado de forma descritiva-analítica conforme as ideias de Paraíso (2012), considerando, como ferramentas analíticas, a noção de contraconduta de Foucault (2008) e de jogos de linguagem, usos, semelhanças de família e formas de vida de Wittgenstein (2000). Neste trabalho discutimos as narrativas das mulheres sobre formas de ocupar o local. As análises apontam que os jogos de linguagem das mulheres são provenientes de práticas por elas vivenciadas à medida que foram se estabelecendo no lugar; suas lutas, resistências e movimentos de contraconduta. Evidenciamos a existência de outras formas de matematizar; mensurar, associar, classificar, indicar tempo, presentes no processo de ocupar o Quadrado.
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