Explorando tarefas matemáticas para a formação de professores do ensino básico: desafios e possibilidades
DOI:
https://doi.org/10.5965/2357724X112023e0002Keywords:
tarefas matemáticas, geometria, formação de professores, ensino básicoAbstract
Não parecem existir dúvidas de que o que os alunos aprendem é amplamente definido pelas tarefas que lhes são dadas. Isto é válido também para a formação de (futuros) professores. Na formação de professores, as tarefas matemáticas podem ser usadas para diversos fins: para introduzir ideias matemáticas, para melhorar a compreensão matemática, para explorar questões relacionadas à pedagogia da matemática, entre outras. Por outro lado, a atividade que ocorre, relacionada com a tarefa, é altamente dependente: de como a tarefa é preparada; de como a tarefa é apresentada; das interações durante a atividade; e de como o trabalho é analisado. Enquanto formadores de professores, é importante escolher/criar cuidadosamente as tarefas matemáticas e estarmos cientes das nossas intenções, ao usá-las, nomeadamente saber que tipo de conhecimento matemático para ensinar pretendemos desenvolver aquando da sua aplicação. Quando usamos uma tarefa matemática para além da mobilização e melhoramento do conhecimento matemático, as nossas intenções também se relacionam com o desenvolvimento do conhecimento pedagógico dos (futuros) professores. Neste artigo iremos apresentar uma investigação ainda em curso, cujo objetivo é desenhar tarefas para a formação de professores do Ensino Básico, no âmbito da Geometria. Após a apresentação do enquadramento teórico e das principais opções metodológicas do estudo, serão apresentados exemplos de tarefas já elaboradas e serão discutidos alguns problemas e desafios associados ao desenho de tarefas.
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