Pequenos deslocamentos: corpo, arte, saúde e educação
DOI:
https://doi.org/10.5965/198431781642020196%20Palavras-chave:
Arte, Mulheres, Território, Educação, SaúdeResumo
Este artigo pretende problematizar a ideia de pequenos deslocamentos que são experimentados no contexto de práticas de formação que buscam compor outros modos de pensar e atuar em saúde, como possibilidade de promover acesso à experiência estética e à vida em sua potência expressiva e de criação. Para tanto apresentaremos alguns aspectos de um projeto de criação e educação que envolve mulheres de uma região vulnerável de Santos, que apresentam diferentes desafios de ordem física, emocional e social, e os estudantes de uma universidade pública. Neste projeto, foram realizadas diferentes propostas mobilizadas pelas artes em suas múltiplas linguagens, com o intuito de promover experiências sensíveis e lúdicas que possam produzir pequenos deslocamentos, vivificar os corpos, ativar memórias, imaginações, reconhecer e despertar desejos, afetar e ser afetado pelo encontro entre corpos. Consideramos os pequenos deslocamentos como movimentos menores dentro das experiências, que tem a potência de ativar e incidir em processos de subjetivação e produção de outras sensibilidades. Experimentamos o dançar, o cantar, jogar, dramatizar, mover e pausar, conversar e silenciar entre outras proposições atentos aquilo que é pequeno, as marcas microscópicas, aos detalhes dos acontecimentos. Ancoradas em uma perspectiva micropolítica, apostamos nas pequenas interferências como modo de produzir uma formação inventiva para os alunos e o aumento de potência individual e coletiva com todos e todas as participantes, deste projeto colaborativo que se efetua na interface corpo, arte, saúde e educação.
Downloads
Referências
BUTLER, J. O capitalismo tem seus limites. In: AMADEO, P. (org.) Sopa de Wuhan: pensamiento contemporáneo en tiempos de pandemias. Madrid, Editorial ASPO, 2020.
CASETTO, S. J.; HENZ, A. O.; GARCIA, M. L.; AGUIAR, F. B.; MONTENEGRO, J. T.; UNZUETA, L. B.; CAPOZZOLO, A. A. A good training based on insufficiency: Work in health care as an ethics. Journal of Health Psychology, v. 21, p. 291-301, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1177/1359105316628747. Acesso em: 26 abr. 2020.
COMITÊ INVISÍVEL. Aos nossos amigos. São Paulo: Ed. n-1, 2016.
DELEUZE, G. Conversações. São Paulo: Ed. 34, 2000.
GIL, J. A imagem nua e as pequenas percepções. Lisboa: Relógio D'Água, 1996.
GUATTARI, F. Caosmose. São Paulo: Ed. 34, 1992.
GOULART, P. M.; PEZZATO, L. M.; JUNQUEIRA, V. Experiências narrativas: um relato de formação em saúde. Linhas Críticas, Brasília, v.24, p.237-254, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.26512/lc.v24i0.18978. Acesso em: 26 abr. 2020
GUZZO, M.S.L.; LIBERMAN, F.; GONÇALVEZ, N.; TONON, L.M.; MAXIMINO, V.S. FEDERICI, C.A.G. Parangolés: inspiração para dançar no território. Interface. v. 22(67), pp.1287-98, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1807-57622017.0987
KASTRUP, V. Um mergulho na experiência: uma política para a formação dos profissionais da saúde In: CAPOZZOLO, A. A.; CASETTO, S. J.; HENZ, A. O. (org.). Clínica Comum: itinerários de uma formação em saúde. São Paulo: Hucitec, 2013. pp.151-162.
LAPOUJADE, D. As existências mínimas. São Paulo: Editora n-1, 2017.
LIBERMAN, F.; FEDERICI, C.; GUZZO, M. Projeto sonhos: um processo de criação com mulheres em situações de vulnerabilidade in: CRUZ, C.; CRUZ, H.; BEZELGA, I.; FALCÃO, M.; AGUIAR, R. (org.). A busca do comum: práticas artísticas para outros futuros. Porto, Portugal: Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (i2ADS), 2019. Disponível em: https://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/27842/1/ABuscaDoComum_baixa.pdf Acesso em: 4 mai. 2020.
KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Cia das Letras, 2019.
MANNING, E. The minor gesture. Durham, EUA: Duke University Press. 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1215/9780822374411. Acesso em: 26 abr. 2020
MANNING, E. Proposições para um movimento menor. Moringa - Artes do Espetáculo, João Pessoa, v. 10, n. 2, pp. 11-24, dez. 2019.
MBEMBE, A. O direito universal à respiração. São Paulo: Editora n-1, 2020.
OITICICA, H. Carta 1969. In: FIGUEIREDO, L. (org.). Cartas 1964-74: Lygia Clark e Hélio Oiticica. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 1998.
PELBART, P. P. Vida Capital: ensaios de biopolítica. São Paulo: Iluminuras, 2003.
RYNGAERT, J.-P. Jogar, representar. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
ROLNIK, S. A hora da micropolítica. São Paulo: Editora n-1, 2016.
TEIXEIRA, R. As dimensões da produção do comum e a saúde. Saúde Soc., v. 24, supl.1, pp.27-43, 2015. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902015S01003. Acesso em: 26 abr. 2020
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Flavia Liberman Caldas, Marina Souza Lobo Guzzo, Elizabeth Maria Freire de Araújo Lima
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A Revista Educação Artes e Inclusão é um periódico que segue a Política de Acesso Livre. Os artigos publicados pela revista são de uso gratuito, destinados a aplicações educacionais e não comerciais. Os artigos cujos autores são identificados representam a expressão do ponto de vista de seus autores e não a posição oficial da Revista Educação, Artes e Inclusão [REAI].
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
(a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
(b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
(c) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos artigos e resenhas publicados. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project.
Esta revista está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Esta licença permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.