Capital corporal: um estudo sobre a relação entre corpo e gênero na dança de salão a partir de uma perspectiva sociológica de Pierre Bourdieu
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984317815022019122Palavras-chave:
Dança de salão, Corpo social, Habitus, Capital corporal,Resumo
Este artigo tem o intuito de socializar, como recorte de um projeto de tese, a reflexão sobre a criação e estruturação de disposições inseridas na modalidade de dança de salão desde a sua criação, a manutenção dessas disposições pelos processos formativos e de aprendizagem e de que forma esses elementos codificados são responsáveis por “moldar” os corpos dos sujeitos envolvidos nessa prática, reforçando, dessa forma, conceitos heteronormativos, binários e sexistas. Para essa reflexão, são abordados, a trajetória da dança de salão em seus processos civilizatórios, em articulação com os aportes teóricos de Pierre Bourdieu sobre corpo social e o capital corporal, com o objetivo de identificar como o corpo, como um agente social portador de um habitus, transita no campo em que está inserido e se relaciona com os fatores culturais e temporais. Na pretensão de abrirmos uma discussão sobre o quanto a manutenção desses conceitos pode significar uma violência simbólica e uma relação de poder, impossibilitando que a dança de salão seja uma atividade verdadeiramente aberta a todos.
Downloads
Referências
ADORNO, THEODOR; HORKHEIMER, MAX. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.
BOURCIER, PAUL. História da dança no Ocidente. São Paulo: Martins Fontes, 2016.
BOURDIEU, PIERRE. Gostos de classe e estilos de vida. Pierre Bourdieu: sociologia. Tradução: Paula Montero e Alícia Auzmendi. São Paulo: Ática, 1983.
______. Observações sobre a história das mulheres. In: As mulheres e a história. Lisboa: Dom Quixote, 1995.
______. Meditações pascalianas. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil, 2001.
______. A dominação masculina. Tradução: Maria Helena Kuhner. 2 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
______. O camponês e o seu corpo. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n.26, p.83-92, jun. 2006.
______. O senso prático. Petrópolis: Vozes, 2011.
CAMINADA, ELIANA. História da dança: evolução cultural. Rio de Janeiro: Sprint, 1999.
DICKOW, KATIUSCA M. C. Análise da ocorrência de danças a dois na história da dança e sua influência na história da dança de salão. 2010, 57f. Trabalho de conclusão de curso (Pós-graduação em Análise e teoria da dança com ênfase em dança de salão), Faculdade Metropolitana de Curitiba, Curitiba, 2010.
ELIAS, NOBERT. A sociedade de Corte: investigação sobre a sociologia da realeza e aristocracia de corte. Tradução: Pedro Sussekind. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
ELLMERICH, LUIS. História da dança. São Paulo: Ricordi, 1964.
FARO, ANTONIO J.; SAMPAIO LUIZ P. Dicionário de balé e dança. Rio de Janeiro: Zahar, 1989.
FEITOZA, Jonas Karlos de Souza. Danças de Salão: os corpos iguais em seus propósitos e diferentes em suas experiências. 2011. 84p. Dissertação (Mestrado em Dança), Faculdade de Dança, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2011.
FOUCAULT, MICHAEL. A arqueologia do saber. 6 ed. Tradução: Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002.
LARA, LARISSA M.. O sentido ético-estético do corpo na cultura popular. 2004. 226 f. Tese (Doutorado em Educação), Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004.
MARION, JONATHAN S. Culture and Costume and Competitive Dance. New York: Berg Publishers, 2008.
MEDEIROS, CRISTINA C. C de. Habitus e corpo social: reflexões sobre o corpo na teoria sociológica de Pierre Bourdieu. Porto Alegre, Revista Movimento, v. 17, n. 01, p. 281-300, jan./mar. 2011.
MILSTEIN, DIANA; MENDES, HECTOR. Escola, corpo e cotidiano escolar. São Paulo: Cortez, 2010.
NUNES, BRUNO B. O fascínio das danças de Corte. Curitiba: Editora Appris, 2016.
PAZETTO, DÈBORA.; SAMWAYS, SAMUEL. Para além de damas e cavalheiros: Uma abordagem Queer das normas de gênero na dança de salão. Florianópolis, Revista Educação, Artes e Inclusão, v.14, n.3, jul./set. 2018.
PERNA, MARCO. A. Dama boa não pensa... In: ______. (Org.). 200 Anos de Dança de Salão no Brasil – Vol. 2. Rio de Janeiro: Amaragão Edições de Periódicos, 2012. p. 47-53.
POPULAR. In: FERREIRA, A. B. de H. Dicionário Aurélio da língua portuguesa. Curitiba: Positivo, 2008.
RIED, BETINA. Fundamentos da dança de salão. São Paulo: Editora Phorte, 2003.
SILVEIRA, PAOLA V. Diálogos de um ser a dois: uma perspectiva para dançar tango. 2012. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação), Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.
STRACK, Míriam Medeiros. Dama ativa e comunicação entre o casal na dança de salão: uma abordagem prática. 2013. 76p. Monografia (Especialização em Teoria e Movimento da Dança com Ênfase em Danças de Salão), Faculdade Metropolitana de Curitiba (FAMEC), São José dos Pinhais, 2013.
TAVARES, ISIS M. Educação, corpo e arte. Curitiba: IESDE, 2005.
VAZ, ALEXANDRE. F. Corporalidade e Formação na obra de Theodor W. Adorno: questões para a reflexão crítica e para as práticas corporais. Florianópolis, Revista Perspectiva, v.22, p. 21-49, jul./dez. 2004.
VECCHI, RODRIGO. L. O ensino da Dança de Salão pautado na teoria do “Teaching for Understading.” 2012. 215f. Tese (Doutorado em Educação Física), Faculdade de Educação Física, Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A Revista Educação Artes e Inclusão é um periódico que segue a Política de Acesso Livre. Os artigos publicados pela revista são de uso gratuito, destinados a aplicações educacionais e não comerciais. Os artigos cujos autores são identificados representam a expressão do ponto de vista de seus autores e não a posição oficial da Revista Educação, Artes e Inclusão [REAI].
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
(a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
(b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
(c) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos artigos e resenhas publicados. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project.
Esta revista está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Esta licença permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.