Torções do visível em A emparedada da Rua Nova da E Cia de Teatro e Dança e Este é meu corpo de Janet Toro
DOI:
https://doi.org/10.5965/1414573102512024e0106Palavras-chave:
violência, performance, teoriaResumo
O artigo investiga os desacordos temporais e espaciais entre o ato de exibição imediato e compartilhado da performance e o ato de observação mais comum à teoria. Para isso, analisa as obras A emparedada da Rua Nova (2017) da E² Cia de Teatro e Dança e Este é meu corpo (2019) de Janet Toro, que optam por inverter relações usuais de visibilidade na performance. Demonstra-se como ambas lidam com a violência não como mero tema, tornando-a constituinte da obra por meio de torções do que se faz visível para o público, e que seria justamente o que ultrapassa uma relação afirmativa da demonstração performativa. Assim, as obras convocam o público a uma experiência reflexiva de ordem teórica.
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