Apropriações de Gramsci para a educação das pessoas com deficiências: por que a escola inclusiva não é a escola unitária
DOI :
https://doi.org/10.5965/19847246252024e0202Mots-clés :
Escola UnitáriaRésumé
O presente texto tem por objetivo expor as contradições em torno da defesa de que a escola inclusiva se equipara à Escola Unitária proposta por Gramsci (2001). A exposição parte da análise do livro Gramsci e a Educação Especial (Melo; Rafante; Gomes, 2019), no qual se registra uma série de argumentos que equiparam a Educação Especial na perspectiva inclusiva com a Escola Unitária. Para a análise, além do livro supracitado, partimos do posto no Caderno 12 sobre a Escola Unitária (Gramsci, 2001). Diante da argumentação dos autores sobre a Educação Especial na perspectiva inclusiva e a Escola Unitária em Gramsci (2001), concluímos que os autores tomam as contribuições de Gramsci por um viés pós-estruturalista, desconsiderando a base teórico-metodológica marxista-leninista, a análise da luta de classes e o papel da educação na luta por um outro modelo de sociedade. Por fim, concluímos que a associação entre a concepção de Escola Unitária e a escola inclusiva é um equívoco, dado que esta não é suficiente para garantir estruturalmente a emancipação dos estudantes da educação especial.
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