A arte e o tempo: a talha da Capela-Mor da Igreja Nossa Senhora Madre de Deus, em Recife
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175234615362023e0010Parole chiave:
Igreja de Nossa Madre de Deus, ornamentação, restauraçãoAbstract
A capela-mor da Igreja de Nossa Senhora Madre de Deus, situada na cidade do Recife, recebeu ornamentação em talha dourada e policromada que ilustra o quadro da arte sacra setecentista no contexto da América portuguesa. No entanto, desperta atenção a completa ausência de registros coevos que indiquem o decurso que assinalou a confecção da arte para o templo, os oficiais envolvidos nesses afazeres e as datas de execução dos trabalhos. Com o interesse de averiguar a constituição ornamental da referida capela-mor e discorrer sobre sua conformação plástica e estética, este trabalho objetivou analisar a decoração da capela-mor da Madre de Deus. Especificamente, buscou sistematizar as etapas fundamentais que assinalaram a modificação de sua ambiência, ampliar o entendimento de sua história, atenuar fração das inúmeras omissões envolvendo a narrativa da arte religiosa recifense. A partir de análises documentais e históricas, e de referencial teórico que reúne autores como Bazin (1983), Bohrer (2015) e Pedrosa (2019), dentre outros, foi possível mapear informações que elucidam parte da decoração produzida para esse espaço foi destruída por incêndio no ano de 1971; identificar fotografias que ilustram como foi a decoração exposta na capela-mor antes desse acidente; conhecer os processos de restauro concluídos em 1983 e 2006, os métodos empregados para a concretização desses serviços e os resultados alcançados.
Downloads
Riferimenti bibliografici
A VISÃO do Caos. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, ano LXXVI, n. 71, p. 1, 28 mar. 1967. Disponível em: http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=030015_08&pagfis=97464. Acesso em: 28 fev. 2023.
ACIOLI, Vera Lúcia Costa. A Identidade da beleza: Dicionário dicionário de artistas e artífices do século XVI ao XIX em Pernambuco. Recife: Fundação Joaquim Nabuco/Ed. Massangana, 2008.
AULA patrimônio alfândega e madre de deus. Brasília – Distrito Federal: IPHAN/MONUMENTA, 2007.
BATISTA, Eduardo Luis Araújo de Oliveira. Iconografia tropical: motivos locais na arte colonial brasileira. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, v. 25, n. 1, p. 359-401, 2017.
BAZIN, Germain. A arquitetura religiosa barroca no Brasil. Rio de Janeiro: Record, 1983. 2v.
BOHRER, Alex Fernandes. A talha do estilo nacional português em Minas Gerais: contexto sociocultural e produção artística. 2015. 2 v. Tese (Doutorado em História) – FAFICH, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015.
COSTA, Lucio. Lucio Costa: sobre arquitetura. Porto Alegre (RS): Centro dos Estudantes Universitários de Arquitetura, 1962.
DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Fogo dá prejuízo de Cr$1 milhão à Igreja. Diário de Pernambuco, Recife, ano 146, n. 116, 22 maio 1971. Segundo Caderno, p. 12. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=029033_15&pasta=ano%20197&pesq=%2222%20de%20maio%20de%201971%22&pagfis=15627. Acesso em: 05 dez. 2022.
FERREIRA, Gabriela Mara Silva; GALLO, Haroldo. Restauração das Obras de Arte Aplicadas à Arquitetura Realizada na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Mariana - MG, após o Incêndio em 1999: Processo e Documentação. In: XXVIII Congresso (Virtual) de Iniciação Científica da UNICAMP, 2020, Campinas. Anais [...]. Campinas, 2020, p. 1-5. Disponível em: https://www.prp.unicamp.br/inscricao-congresso/resumos/2020P16869A34692O3309.pdf. Acesso em: 3 mar. 2023.
FERREIRA, Ismael Wolf. Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos (RJ): de Lugar de Luta Pela Abolição da Escravatura a Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Revista Historiador, n. 8, p. 64-76, 2020. Disponível em: https://www.revistahistoriador.com.br/index.php/principal/article/view/169/172. Acesso em: 28 fev. 2023.
FERREIRA, Silvia. A talha: esplendores de um passado ainda presente (séculos XVI-XIX). Lisboa: Editora Nova Terra, 2008.
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL (IPHAN) – Superintendência Regional Recife. Conservação, restauração, adaptação: Igreja Madre de Deus. Recife: IPHAN, Caixa 26, 1983.
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL (IPHAN) – Superintendência Regional Recife. Inventário Geral da Igreja Madre de Deus do Recife: arquitetura, escultura e sinos. Recife: IPHAN, Inventário 22, v. 01, 1986.
MARCIER, Carlos André. Polícia vê como a Igreja queimou. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, ano 1967, Edição 22691, p. 11, 28 mar. 1967. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=089842_07&pagfis=80880&url=http://memoria.bn.br/docreader#. Acesso em: 28 fev. 2023.
MARTINS, Renata Maria de Almeida. Tintas da terra tintas do reino: arquitetura e arte nas Missões Jesuíticas do Grão-Pará (1653-1759). 2009. Tese (Doutorado em História e Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo) – Faculdade Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, 2009.
MUÑOZ-VIÑAS, Salvador. Teoria contemporânea da restauração. Tradução Flávio Lemos Carsalade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2021.
OLIVEIRA, Myriam Andrade Ribeiro; RIBEIRO, Emanuela Sousa. Barroco e Rococó nas Igrejas de Recife e Olinda. Brasília: IPHAN, 2015, 2 v.
PEDROSA, Aziz José de Oliveira. Modelos, formas e referências para os retábulos em Minas Gerais: o caso do tratado de Andrea Pozzo. Revista Autônoma, Madri, n. 13, p. 103-124, 2018.
PEDROSA, Aziz José de Oliveira. A produção da talha joanina na Capitania de Minas Gerais: retábulos, entalhadores e oficinas. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2019.
REALIZA Restauração De Patrimônio. Relatório Final Restauração da Capela-mor da Igreja Madre de Deus. Autoria e coordenação Débora Assis Mendes. Recife, 2006.
SMITH, Robert C. A talha em Portugal. Lisboa: Livros Horizontes, 1962.
Downloads
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2023 Aziz José de Oliveira Pedrosa
TQuesto lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione 4.0 Internazionale.
DECLARAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS
a. Os artigos publicados pela revista são de uso gratuito, destinados a aplicações acadêmicas e não comerciais. Todos os direitos autorais são atribuídos à revista. Os artigos cujos autores são identificados representam a expressão do ponto de vista de seus autores e não a posição oficial da Revista Palíndromo. O (s) autor (es) compromete-se sempre que publicar material referente ao artigo publicado no Palíndromo mencionar esta publicação da seguinte forma:
Este artigo foi publicado originalmente pela revista Palíndromo em seu volume (coloque o volume), número (coloque o número) no ano de (coloque o ano) e pode ser acessado em: http://www.revistas.udesc.br/index.php/palindromo
b. Plágio, em todas as suas formas, constitui um comportamento antiético de publicação e é inaceitável. A revista Palíndromo utiliza o software iThenticate de controle de similaridade