Performar Nietzsche: a autoetnografia como caminho metodológico aplicado ao processo criativo de Adeuzará
DOI:
https://doi.org/10.5965/235809252712023e4510Palavras-chave:
Nietzsche, processo de criação, linguagens, ação performática, autoetnografiaResumo
Este artigo discorre acerca do processo criativo interdisciplinar do coletivo de arte ADEUZARÁ (Belo Horizonte, Minas Gerais) a partir de uma pesquisa sobre a vida e a obra do filósofo alemão Friedrich Nietzsche. O trabalho foi originalmente apresentado como tese de doutoramento no Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagens (POSLING) do CEFET-MG. ADEUZARÁ elegeu “Assim Falou Zaratustra: um Livro para Todos e para Ninguém” como mote principal do estudo e da criação artística do coletivo. Desenvolvido entre 2013 e 2017, ADEUZARÁ articulou diversas linguagens em sua poética, desdobrando-se em produção e criação de arte performativa de rua, transmissões radiofônicas e uma instalação cênico-sonora. O estudo foi desenvolvido a partir de pesquisa documental, utilizando a metodologia de autoetnografia. O autor parte da vivência como cocriador no coletivo para, depois, escrever sobre sua experiência durante o processo. Para tanto, foi realizada uma apreciação da expressão criativa dessa poética: diários de bordo, registros audiovisuais, entrevistas com cocriadores e parceiros envolvidos no processo. O artigo faz um recorte do movimento criativo de ADEUZARÁ e aborda a concepção da instalação cênico-sonora GRIETZSCHE, apontando o método autoetnográfico como um caminho possível para a pesquisa em arte, sobretudo, em relação à pesquisa artística no âmbito acadêmico. Dentre as conclusões do estudo, este trabalho destaca como a arte performativa de rua propicia outros modos de ver, ser, estar, ocupar e conviver na e com a cidade. Quanto à instalação cênico-sonora, enfatiza-se o papel da intermidialidade como processo, sendo que o evento não tem caráter de obra/produto, e sim de acontecimento transitório e fugaz.
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