Renda de bilro e upcycling: uma proposta de inovação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/25944630612022e1216

Palavras-chave:

Renda de bilro, Upcycling, Projeto de inovação

Resumo

Sustentabilidade diz respeito à capacidade de sustentação ou conservação de um processo ou sistema. Em um mundo repleto de mercadorias e em um ambiente saturado de descartes em limites não mais aceitáveis, a demanda por cenários sustentáveis exige mudanças nos padrões de produção e consumo. Na área da Moda, o desenvolvimento sustentável concerne a um modelo de produção que diminui impactos sociais e ambientais, evitando o formato linear de produção e buscando sua alternativa circular. Alinhado com os preceitos da sustentabilidade e da moda circular, o upcycling pode ser entendido como uma alternativa ecológica que dá novo significado e função a determinado material que seria descartado. O objetivo deste estudo é apresentar alguns postos-chave e resultados relevantes de pesquisa de campo que buscou percorrer o trajeto de Renda de Bilro em Florianópolis. Trata-se, nesse sentido, de pesquisa aplicada com o desenvolvimento de um projeto de inovação, baseado no Guia de Orientação para o desenvolvimento de Projetos (GODP), na prática projetual do Design de Moda que resultou em uma metodologia adaptada do projeto com abordagem centrada no usuário, por sua vez desenvolvido a partir da vocação e do potencial do artesanato tradicional local, a Renda de Bilro de Florianópolis, no contexto de moda e da sustentabilidade. A partir de consulta à literatura específica acerca da renda de Bilro, dos aportes teóricos acerca da Sustentabilidade de prática projetual, aliados à pesquisa de campo, o estudo demonstra a amplitude das atividades do Design e o seu potencial como ferramenta estratégica para o desenvolvimento sustentável do Município de Florianópolis.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lucas da Rosa, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

Bacharel em Ciências Econômicas (Ano: 2000) - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista no Lato-Sensu em Moda: Criação e Produção (Ano: 2002) e Mestre em Educação e Cultura (Ano: 2005), ambas formações na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Doutor em Design (Ano 2012) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Atualmente é professor efetivo na UDESC, trabalhando no Bacharelado em Moda e no Programa de Pós-Graduação do Mestrado Profissional de Design de Vestuário e Moda (PPGModa). Tem experiência no Setor de Moda, com ênfase na Tecnologia do Vestuário, trabalhando principalmente na concepção e desenvolvimento de produtos. (Texto informado pelo autor)

Luciana Dornbusch Lopes, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

Doutora em Engenharia e Gestão do Conhecimento, área Mídia do Conhecimento e linha de Pesquisa: Mídia e Conhecimento na Educação, PPGEGC UFSC (2019). Mestra em Design e Expressão Gráfica, Pós DESIGN UFSC (2012). Especialista em Moda: Criação e Produção, UDESC (2004); Bacharela em Moda, Habilitação Estilismo, UDESC (2001). Atualmente é professora universitária-assistente da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Centro de Artes (CEART). Membro do Laboratório de Tecnologia do Vestuário e Economia Criativa ? LaCRIAT UDESC e do Laboratório Experimental de Produto de Moda - LabProMODA; Membro dos Grupos de Pesquisa Design de Moda e Tecnologia (UDESC/CNPq) e Grupo de Pesquisa Significação da Marca, Informação e Comunicação Organizacional (SIGMO/UFSC/CNPq). Membro no Programa de Pós-Graduação do Mestrado Profissional de Design de Vestuário e Moda (PPGModa). Atua principalmente nos temas relacionados ao ensino superior e pós-graduação, Moda e Tecnologia do Vestuário, Modelagem; Design e Tecnologia do Vestuário; Tecnologia Pedagógica MOOC no ensino online de Vestuário e Moda; Economia Criativa; Metodologia de Pesquisa de Revisão Sistemática de Literatura e Moda.

Dulce Maria Holanda Maciel, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

Doutorado em Engenharia de Produção com ênfase em Gestão de Design, Ergonomia e Meio Ambiente, pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (2007). Mestrado em Engenharia de Produção com ênfase em Gestão Ambiental pela UFSC (2002). Graduação em Engenharia Elétrica pela UFSC (1986). Pós-Graduação em Design de Moda pela Universidade Estácio de Sá SC (2011).Graduação em Moda na Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC(2011). Atua principalmente nos seguintes temas: gestão de design, ergonomia, uso de materiais em projetos, materiais têxteis, produto de moda,Criatividade conceito e tema de coleção de moda e fundamentos da linguagem visual. Possui mais de 15 anos de atuação em diversas empresas com enfase no diagnóstico e definição da atuação de estratégias de gestão nas empresas.

Referências

BAXTER, Mike R. Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. 2 ed. São Paulo: Blucher, 2000.

BRAUNGART, M.; MCDONOUGH, W. Cradle to Cradle – Criar e Reciclar Ilimitadamente. Tradução de Frederico Bonaldo. São Paulo: Editora Gustavo Gili, 1ª Ed. 2014. Edição Kindle.

BRUNDTLAND, G. H. Nosso futuro comum: comissão mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento. 2.ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1991.

BONSIEPE, G. Design, cultura e sociedade. São Paulo: Blucher, 2011.

CAMARGO, Cariane W. Ativismo de Design: sistematização e proposição de estratégias projetuais para estimular o processo de transição cultural e social rumo à moda sustentável. 2019 Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Design. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2019.

CANCLINI, Nestor Garcia. As culturas populares no capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1993.

CARUSO, Raimundo C. Vida e Cultura Açoriana em Santa Catarina – 10 entrevistas com Franklin Cascaes. Florianópolis: Cultura Catarinense, 1997.

FIGUEIREDO, Wilmara (org.). Desde o tempo da pomboca: renda de bilro em Florianópolis. Rio de Janeiro: IPHAN/CNFCP, 2015.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

GONÇALVES, José R. S. Monumentalidade e cotidiano: Os patrimônios culturais como gênero do discurso. In: OLIVEIRA, Lucia Lipp (org.) Cidade: História e Desafios. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2002.

IPHAN. Patrimônio Material. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/276?_ga=2.88777885.780118248.1606520190-827730416.1599791355 Acesso em: 27 nov. 2020.

IPHAN; IELUSC; FACULDADE DE TURISMO. Projeto Diagnóstico Documental do Patrimônio Cultural Imaterial de Santa Catarina: Relatório Técnico. Joinville: Iphan, 2008. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/relatorio_tecnico_santa_catarina_pnpi.pdfhttp://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/relatorio_tecnico_santa_catarina_pnpi.pdf Acesso em: 22 nov. 2020.

KRUCKEN, Lia. Design e Território: valorização de identidades. São Paulo: Studio Nobel, 2009.

LEITÃO, D. K. Nós, os outros: construção do exótico e consumo de moda brasileira na França. Revista Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, n. 28, p. 203-230, jul./dez. 2007.

LIPOVETSKY, Gilles. O Império do Efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

LUZ, Geovana A. De artesanato a tradição: a preservação da prática da Renda de Bilro na Ilha de Santa Catarina. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado) – Graduação em Museologia, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2016. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/171278/TCC_geovana_alves_final.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso em: 13 dez. 2020.

MAGALHÃES, A. E. Triunfo: a questão dos bens culturais no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira; Fundação Roberto Marinho, 1997.

MANZINI, E. Design para inovação social e sustentabilidade: comunidades criativas, organizações colaborativas e novas redes projetuais. Rio de Janeiro: E- papers, 2008.

MASCÊNE, Durcelice C.; TEDESCHI, Mauricio. Termo de Referência: Atuação do Sistema SEBRAE no Artesanato. Brasília: SEBRAE, março 2010. Disponível em: http://intranet.df.sebrae.com.br/download/uam/Pesquisa/Artesanato/Termo%20de%20Referencia%20Artesanato%202010.pdfhttp://intranet.df.sebrae.com.br/download/uam/Pesquisa/Artesanato/Termo%20de%20Referencia%20Artesanato%202010.pdf Acesso em: Jan. 2021.

MERINO, Gisele S. A. D.; VARNIER, Tiago; MAKARA, Elen. Guia de orientação para o desenvolvimento de projetos - GODP - aplicado à prática projetual no design de moda. ModaPalavra, v.13, n.2, p. 8-47, abr./jun. 2020.

MESSIAS, Fernanda Bocorny. O Pentagrama da Sustentabilidade na visão da Economia Criativa: um estudo da Economia Criativa na Austrália, Reino Unido, Argentina, Colômbia e Brasil. 2017. Dissertação (Mestrado) – Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília, 2017. Disponível em: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/31461/1/2017_FernandaBocornyMessias.pdf. Acesso em: 21 set. 2021.

MORAES, Dijon D., KRUCKEN, Lia. Caderno de Estudos Avançados em Design: Transversalidade. Caderno 2, v.1., Editora Santa Clara, Belo Horizonte: Editora Santa Clara, 2008.

NICOLINI, Fernanda. Upcycling e acessórios. In: MAROTTO, Isabela. (org). Mais sustentabilidade às marcas de moda: Reflexões e Indicadores. Rio de Janeiro, e-book. 2017. p. 157 - 168. Disponível em: http://porfavormenoslixo.com.br/wp-content/uploads/2018/01/LIVRO-SUSTENTABILIDADE-%C3%80S-MARCAS-DE-MODA.pdf. Acesso em: 12 out. 2021.

OKADA, Regina A.; BERLIM, Lilyan. Design de Moda: Possibilidade de inovação social e sustentabilidade. Iniciação – Revista de Iniciação Científica, Tecnológica e Artística. Edição temática de Sustentabilidade. São Paulo, v. 4, n.1, mai. 2014.

SACHS, Ignacy. Estratégias de transição para o século XXI: desenvolvimento e meio ambiente. São Paulo: Nobel/Fundap, 1993.

SALGUEIRO, Rafaela; LIMA, Rita de Cássia Pereira. Contribuições da teoria das representações sociais para (re)pensar o upcycling na área da Moda. Revista Ensino em Artes, Design e Artesanato: Dossiê Arte, Design e Artesanato: Ressignificações e Relacionamentos em Rede. Florianópolis, v. 5, n. 2, p. 188 –- 208, jun- – set/2021. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/ensinarmode/issue/view/738/313. Acesso em: 2 set. 2021.

SCHUCH, Alice Beyer. Moda circular: a moda sustentável pelo viés da economia circular. In: MAROTTO, Isabela. (org). Mais sustentabilidade às marcas de moda: Reflexões e Indicadores. Rio de Janeiro, e-book. In: MAROTTO, Isabela. (org). Mais sustentabilidade às marcas de moda: Reflexões e Indicadores. Rio de Janeiro, e-book. 2017. p. 57 - 71. Disponível em: http://porfavormenoslixo.com.br/wp-content/uploads/2018/01/LIVRO-SUSTENTABILIDADE-%C3%80S-MARCAS-DE-MODA.pdf. Acesso em: 12 out. 2021.

SOARES, Doralécio. Rendas e Rendeiras da Ilha de Santa Catarina. Florianópolis: Atlas, 1987.

UNESCO. Interconexões entre Patrimônio Cultural Imaterial e os Objetivos para Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: https://ich.unesco.org/en/dive&display=sdg#tabs Acesso em: 14 mai. 2021.

UNESCO. Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade Inscrição (13.COM): BobbinLace Slovênia. Disponível em: https://ich.unesco.org/en/RL/bobbin-lacemaking-in-slovenia-01378https://ich.unesco.org/en/RL/bobbin-lacemaking-in-slovenia-01378 Acesso em: 4 mai. 2021.

WENDHAUSEN, Maria A. M. Renda de Bilro. Um legado açoriano transcendendo séculos em Florianópolis. Blumenau: Nova Letra, 2015.

Publicado

2022-02-01

Como Citar

ALENCAR, Monica Vieira de; ROSA, Lucas da; LOPES, Luciana Dornbusch; MACIEL, Dulce Maria Holanda. Renda de bilro e upcycling: uma proposta de inovação. Revista de Ensino em Artes, Moda e Design, Florianópolis, v. 6, n. 1, p. 1–23, 2022. DOI: 10.5965/25944630612022e1216. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/ensinarmode/article/view/21216. Acesso em: 21 dez. 2024.