Arte e pedagogia das ocupações: emergências da juventude auto-organizada
Palabras clave:
Arte, Educação, Juventude, Ocupações, Política,Resumen
Pretendo aqui demonstrar uma vinculação entre as dimensões artística, pedagógica e política das ocupações das escolas públicas em 2015-2016, aprofundando na sequência as duas primeiras dimensões. Parto da perspectiva de que as ocupações sejam criações emergentes de uma juventude auto-organizada, que se apresenta como uma posição subjetiva e um agente historicossocial específicos. Pretendo ainda expor e discutir alguns dos problemas que aquelas dimensões terão evidenciado, tais como: a recusa pelas estudantes dos professores enquanto porta-vozes de um saber a que estão submetidos; os efeitos excludentes de uma concepção substancialista das artes; a produção artística da perspectiva da horizontalidade e da democracia cultural. Minha conclusão é que as ocupações estão associadas a uma mudança de época, cujas implicações são mais profundas do que pensam as tentativas de restringi-las a um episódio esgotado. Para tanto, além de descrever e caracterizar algumas de suas especificidades, a partir da leitura atenta de diversos tipos de fontes, submeto as ocupações a uma problematização teórica que, no caso de sua dimensão artística, recorre a autores com Walter Benjamin e Néstor Garcia Canclini e, no caso de sua dimensão pedagógica, a Michel Serres e autores dos Estudos do Cotidiano.
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