Epistemologias e culturas silenciadas: por uma formação decolonial em Artes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/198431781632020173

Palavras-chave:

Currículos e práticas de formação, Epistemologias, Estudos decoloniais, Artes,

Resumo

O artigo reúne reflexões e inquietações diante da urgência de rever currículos e práticas de formação em artes, a partir de epistemologias de lugares e saberes, pautadas na valorização dos sujeitos latino-americanos e na construção coletiva do conhecimento. O referencial teórico revisita Paulo Freire, pelo seu pioneirismo em prol da educação libertadora e joga luzes sobrepensadores e pensadoras insurgentes e recorrentes, tais como Simioni, Hollanda, Walsh, Achinte, Maldonado e Gomez, através de seus estudos inclusivos e igualitários. Contempla ações e desdobramentos experimentados pelo grupo de pesquisa, em sala de aula, em espaços formais e informais, nos eventos que envolveram alunos e a comunidade em geral, visando instaurar uma experiência artística que reverbere e evidencie relações e discursos. Para finalizar se aponta a crise gerada pela pandemia mundial e as severas implicações que recaem sobre as sociedades desiguais. Apostamos na estética da (re)existência como possibilidade de educação inclusiva, uma reinvenção de si experimentada pelos excluídos para romper com tradições e hegemonias, capaz de ativar o diálogo entre diferentes, provocar empatia e gestar alianças.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ursula Rosa da Silva, Universidade Federal de Pelotas

Doutora em História (PUCRS), doutora em Educação (UFPel), mestre em Filosofia (PUCRS) e licenciada em Filosofia (UCS). Professora Titular, atua no Centro de Artes da UFPel, na graduação e na pós-graduação na linha de ensino da arte, educação estética, estudos de gênero, cultura visual, memória e crítica de arte. É líder do grupo de pesquisa Caixa de Pandora: estudos em arte, gênero e memória, responde pela direção do Centro de Artes, desde 2013.

Nadia da Cruz Senna, Universidade Federal de Pelotas

Doutora em Ciências da Comunicação (USP), mestre em Multimeios (UNICAMP) e bacharel em Pintura (UFPel). Professora Associada, atua no Centro de Artes da UFPel, na graduação e na pós-graduação na linha de ensino da arte, educação estética, estudos de gênero, cultura visual, desenho, corpo. É vice-líder do grupo de pesquisa Caixa de Pandora: estudos em arte, gênero e memória. Responde pela vice direção do Centro de Artes UFPel

Referências

ACHINTE, Adolfo A. Artistas indígenas y afrocolombianas: Entre las memorias y cosmovisiones estéticas de la resistencia, In: MIGNOLO, W.; PALERMO, Z. Arte y estética en la encrucijada descolonial. Ediciones del Signo, 2009.

BARBOSA, Ana Mae. (org.) Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez, 2012.

BARBOSA, Ana Mae; AMARAL,Vitória. (orgs.). Mulheres não devem ficar em silêncio: arte, design, educação. São Paulo: Cortez, 2019.

DE OTO, Alejandro. “Apuntes sobre historia y cuerpos coloniales: Algunas razones para seguir leyendo a Fanon.” Nepantla, 2006. Disponível IN: https://globalstudies.trinity.duke.edu/projects/wko-post-continental?fbclid=IwAR3g2JyaWrvpNt-kw1PNWdQ6_SDTO0yS19QQ07q0QJS4Us93DZOCvc0aWVk

FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1996.

______. El grito manso. México: Siglo XXI, 2003.

______. Pedagogía de la esperanza. México: Siglo XXI, 1993.

GOMEZ, Pedro Pablo; WALSH, Catherine; LAMBULEY, Ricardo. Aprender,crear, sanar: estudios artísticos en perspectiva decolonial. Bogotá, 2018.

HOLLANDA, Heloisa Buarque de. Explosão feminista: arte, cultura, política e universidade. São Paulo: Cia das Letras, 2018.

HOLLANDA, Heloisa Buarque de. (org.). Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019.

_____. Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019.

MALDONADO-TORRES, N. El arte como territorio de re-existencia: una aproximación decolonial. Iberoamérica social: revista-red de estudiossocialesVIII, 2017, p. 26–28. Disponível em https://iberoamericasocial.com/arte-territorio-re-existencia-una-aproximacion-decolonial. Acesso 03 dez. 2019.

MIGNOLO, Walter; GOMEZ, Pedro Pablo. Estéticas y OpcionDecolonial. 2012.Disponível em:https://pt.scribd.com/doc/158826406/Esteticas-y-Opcion-Decolonial-Walter-Mignolo-y-Pedro-Pablo-Gomez-Editores. Acesso 03 dez. 2019.

PASTORINO, Magalí. Marcas estéticas de la resistencia: el arte desde las prácticas docentes a la salida de la dictadura uruguaya. In: Ibero America Social, mai. 2017. Disponível em:https://iberoamericasocial.com/marcas-esteticas-la-resistencia-arte-desde-las-practicas-docentes-la-salida-la-dictadura-uruguaya/. Acesso 03 dez.

PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. Tradução: Angela M. S. Corrêa. 1. Edição, São Paulo: Contexto, 2008. 190 p.

SIMIONI, Ana Paula C. Profissão Artista – pintoras e escultoras acadêmicas brasileiras. São Paulo: EDUSP/APESP, 2008

____. As mulheres artistas e os silêncios da história: a história da arte e suas exclusões. In: Labrys, études féministes/ estudos feministas, janeiro / junho 2007. Disponível em: https://www.labrys.net.br/labrys11/ecrivaines/anapaula.htm/ acesso 10 abr.

WALSH, Catherine. Entretejiendo lo Pedagógico y lo Decolonial: Luchas, caminos y siembras de reflexión-acción para resistir, (re)existir y (re)vivir.Colombia: Alternativas, 2017.

Downloads

Publicado

01-07-2020

Como Citar

SILVA, Ursula Rosa da; SENNA, Nadia da Cruz. Epistemologias e culturas silenciadas: por uma formação decolonial em Artes. Revista Educação, Artes e Inclusão, Florianópolis, v. 16, n. 3, p. 173–195, 2020. DOI: 10.5965/198431781632020173. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/17591. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

LEITURAS INCLUSIVAS DE MUNDO