Contribuição da cultura afro-americana à filosofia
DOI:
https://doi.org/10.5965/198431781632020010Palavras-chave:
Jazz, Ontologia da arte, Tradição, Criação, Participação,Resumo
As músicas provenientes do campo jazzístico contagiaram a cultura mundial. Contudo, de forma excepcional, a cultura afro-americana se construiu do ponto de vista da história dos vencidos. Essa “apoteose dos vencidos” requer uma reconsideração de nossa ontologia da arte. De fato, o autor das músicas do campo jazzístico desaparece em benefício da tradição e a invenção se articula sobre a imitação. Mas, por meio da invocação (tropo) da “chamada e resposta”, o indivíduo se encontra absorvido no coletivo: é a fronteira entre criação e contemplação que parece perder sua pertinência. Todavia, por trás deste questionamento da ontologia da arte, existe toda a dialética sujeito/objeto através da qual se articula uma filosofia ocidental. Certamente, não se trata mais de um sujeito que cria (autor) ou que contempla (espectador) uma obra. A obra como um objeto colocado face à consciência de um sujeito se reabsorve em um momento participativo, a consciência não é mais consciência de, nem consciência para alguma coisa, mas consciência com um mundo que se constrói.
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