A interface entre o conhecimento disciplinar e a heterogeneidade na formação de identidades mais solidárias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1984723824562023208

Palavras-chave:

conhecimento disciplinar, currículo, diversidade cultural

Resumo

Este artigo tem como objetivo propor reflexões sobre o conhecimento disciplinar e a heterogeneidade em interface com a formação do sujeito no processo educacional para discutir como o aluno pode aprender a partir do seu conhecimento enciclopédico, do contexto social no qual está imerso, bem como a partir do diálogo entre conhecimento disciplinar e diferentes saberes e culturas. Para tanto, abordamos as concepções de currículo prescrito e conhecimento poderoso (YOUNG, 2013), no intuito de compreender a educação numa dimensão holística na contemporaneidade. Para Libâneo (2012), não se trata mais de manter a velha escola assentada no conhecimento, mas de conceber o espaço escolar que valoriza as relações humanas. A partir das concepções de currículo oculto e currículo prescrito, dispostas neste trabalho, bem como da importância da dialogicidade com as culturas do alunado, é possível dizer que o processo de ensino e aprendizagem não se esgota nos documentos textos, nas normatizações, pois professores e alunos são protagonistas na criação do currículo. Dessa forma, o grande desafio é o diálogo entre conhecimento disciplinar e diversidade entres diferentes culturas. Empenhar-se em discutir tais proposições na teoria e na prática, é certamente um primeiro passo para que as classes mais vulneráveis sejam, de fato, incluídas no processo educacional, no qual a qualidade de ensino contemple a todos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luciene de Cassia de Santana , SEDUC-SP

 Mestra pela Faculdade de Educação, da Universidade de São Paulo - FEUSP (2017), na linha de pesquisa “Linguagem,
Educação e Psicologia” (2017). Especialista em Alfabetização e Letramento (2015) pelo Centro Universitário
Assunção - UNIFAI. Graduação – Letras – FFLCH-USP. Vinculada à Secretaria de Estado da Educação de São
Paulo desde nov/2012. 

Referências

BAKHTIN, Michael. Estética da criação verbal. Trad. Maria E. Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

BOSI, Alfredo. Cultura brasileira e culturas brasileiras. In: BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 308-345.

BORDIEU, Pierre; PASSERON, Jean-Claude A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora, 1992. (Série Educação em Questão).

CHARLOT, Bernard. Relação com o saber, formação dos professores e globalização. Porto Alegre: Artmed, 2005.

CONTRERAS, Jose. La investigación en la acción. Cuadernos de Pedagogia, Barcelona, n. 224, p. 7-19, 1994.

DUSSEL, Inés. A transmissão cultural assediada: metamorfose e mediações culturais. Cadernos de Pesquisa, Buenos Aires, v. 39, n. 137, p. 351-365, maio/ago. 2009.

GANDIN, Luís Armando; HYPOLITO, Álvaro Almeida. Dilemas de nosso tempo: globalização, multiculturalismo e conhecimento: entrevista com Boaventura de Sousa Santos. Currículo sem Fronteiras [s.l.] v. 3, n. 2, p. 5-23, jul./dez. 2003.

GIROUX, Henry. Escola crítica e política cultural. 3.ª ed. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1992

LAJONQUIERE, Leandro. Infância e ilusão (psico) pedagógica: escritos de psicanálise e educação. Petrópolis: Vozes, 1999.

LIBÂNEO, José Carlos. O dualismo perverso da escola pública brasileira: a escola do conhecimento para os ricos, a escola do acolhimento social para os pobres. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 38, n. 1, p. 13-28, 2012.

MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa, SILVA, Tomaz Tadeu da. Sociologia e teoria crítica do currículo: uma introdução. In: MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa, SILVA, Tomaz Tadeu da. Currículo, cultura e sociedade. São Paulo: Cortez, 1994. p. 7-37.

SACRISTÁN, José Gimeno; PEREZ, Angel Gomez. Compreender e transformar o ensino. Porto Alegre: Artmed, 1998.

SACRISTÁN, José Gimeno. Currículo e Diversidade. In: SILVA, Tadeu; MOREIRA, Antonio Flávio Barbosa (orgs.). Territórios contestados: o currículo e os novos mapas políticos e culturais. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1995. p. 82-113.

ROLDÃO, Maria do Céu. Diferenciação curricular revisitada, conceito, discurso e práxis. [Porto]: Porto Editora, 2003.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Introdução. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias de currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. p. 11-17.

SOUZA, Solange Jobim e. Educação pós@modernidade: crônicas do cotidiano e ficções científicas. São Paulo: 7 Letras, 2003.

YOUNG, Michel; MULLER, Johan. Verdade e veracidade na sociologia do conhecimento educacional. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 45, p. 159-196, jun. 2007.

YOUNG, Michel. Superando a crise na teoria do currículo: uma abordagem baseada no conhecimento. Journal of Curriculum Studies, [s.l.] v. 45, n. 2, p. 101-118, 2013. (Trad. Leda Beck, ver. Técnica Paula Louzano).

YOUNG, Michel. O Futuro da educação em uma sociedade de conhecimento: o argumento radical em defesa de um currículo centrado em disciplinas. Revista brasileira de Educação, São Paulo, v. 16, n. 48, p. 609-623, set./dez. 2011.

Downloads

Publicado

2023-12-11

Como Citar

SANTANA , Luciene de Cassia de. A interface entre o conhecimento disciplinar e a heterogeneidade na formação de identidades mais solidárias. Revista Linhas, Florianópolis, v. 24, n. 56, p. 208–227, 2023. DOI: 10.5965/1984723824562023208. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/linhas/article/view/21648. Acesso em: 23 nov. 2024.