Como pessoas cegas se relacionam com as artes visuais?: um estudo de caso sobre refereciais artísticos, acessibilidade e fruição estética
DOI :
https://doi.org/10.5965/25944630732023e3896Mots-clés :
deficiência visual, artes visuais, acessibilidadeRésumé
Este artigo apresenta os resultados obtidos numa pesquisa sobre a recepção de pessoas com deficiência visual para as artes visuais, investigando o repertório de obras conhecidas, o estado atual de acessibilidade, assim como relatos de experiências estéticas. Este estudo de caso, pesquisa de cunho quali-quantitativo, foi realizado através de um survey com pessoas com deficiência visual, a maioria frequentadoras do Instituto Benjamin Constant, instituição centenária localizada no Rio de Janeiro. Os resultados revelaram referenciais artísticos majoritariamente de origem europeia, com o agravante de serem as suas formas desconhecidas, ou seja, não houve intermediação através de audiodescrição e/ou material tátil. No que tange à acessibilidade em museus e instituições culturais, os resultados apontam para a falta de oportunidades e descuido com esse público. No caso de eventos ditos inclusivos, foi observada a ineficiência da audiodescrição como recurso único de acessibilidade para as artes visuais, enfatizando a importância do toque em materiais táteis com sua respectiva audiodescrição. A percepção tátil de esculturas se revelou um potente catalisador da fruição estética, justificando a defesa da possibilidade do toque em originais de obras tridimensionais para pessoas com deficiência visual.
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