Passando através das fronteiras: (des)enquadramentos binarizantes de corpos-vestidos bissexuais
DOI:
https://doi.org/10.5965/25944630722023e3567Palavras-chave:
vestir, narrativas, bissexualidadeResumo
Neste artigo serão analisadas narrativas de mulheres bissexuais sobre suas percepções e experiências atreladas ao vestir, à bissexualidade e aos seus processos identitários, assim como de que forma as construções estético-corporais das interlocutoras relacionam-se com diferentes ambientes, sejam da comunidade LGBTI+ ou heteronormativos. Como aporte teórico foram utilizados conceitos dos estudos de moda, como o vestir (ENTWISTLE, 2015); da psicologia social, como identidade (CIAMPA, 1989) e narrativas de história de vida (ALVES, 2017); de teorias feministas e queer, como fronteiras (ANZALDÚA) tecnologia de gênero (LAURETIS, 1987), matriz heterossexual e performatividade (BUTLER, 1990); e de epistemologias bissexuais como passabilidade (EISNER, 2013) e o contrato de apagamento epistêmico da bissexualidade (YOSHINO, 2000). Como resultado da análise das narrativas, seguindo a metodologia de núcleos de significação (AGUIAR;OZELLA, 2006), foi possível entender que por não haver uma (ou algumas) estética(s) específica(s) que socialmente sejam relacionadas à bissexualidade, a experiência de mulheres bissexuais é quase sempre de passabilidade — seja lésbica ou heterossexual — e de não reconhecimento, o que pode causar a elas sentimentos de incompreensão e isolamento. No entanto, essas mesmas experiências de não reconhecimento e desencaixe das expectativas estético-corporais vigentes podem configurar-se enquanto terreno fértil para questionamentos de normas e estruturas sociais para além do âmbito do vestir e da sexualidade.
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Referências
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