A cor do abandono: as crianças em situação de rua no Recife na Ditadura Civil-Militar (1964-1985)

Autores

  • Humberto Silva Miranda Universidade Federal Rural de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180307142015155

Resumo

A historiografia registra que o cenário urbano do Recife, durante a ditadura civil-militar (1964-1985), foi marcado por crescimento econômico e aumento das desigualdades sociais. A cidade que crescia, convivia com a presença de meninos e meninas, em situação de abandono, que ocupavam as ruas e avenidas e faziam do espaço público local de trabalho e morada. A questão do abandono passou a ser propagada na imprensa local e nacional. Para o Diário de Pernambuco, o abandono tinha uma cor: sépia, que descoloria o cenário da cidade. Neste artigo, pretendo analisar como o discurso do abandono e as políticas públicas de assistência foram construídas nesse período sócio-histórico. A partir desse objetivo, proponho construir uma conexão com a atuação da Febem em Pernambuco, instituição fundada no primeiro ano da Ditadura Civil-Militar.

 

Palavras-chave: Menores Ambandonados - Recife; Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (PE); Menores de Rua.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Humberto Silva Miranda, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Doutor em História pela Universidade Federal de Pernambuco

Professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco

 

Referências

AREND, Silvia. De exposto a abandonado: uma trajetória jurídico-social. VENÂNCIO, Renato. In: Uma história social do abandono de crianças: de Portugal ao Brasil (séculos XVIII-XX). São Paulo: Alameda, 2010. 339-359.

BERNAL, Elaine. Arquivos do Abandono. São Paulo: Cortez, 2004.

BRITO, Eleonora. Justiça e Gênero: uma história da Justiça de menores em Brasília (1960-1990). Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 2007. P. 115

CÂMARA, Helder. Um olhar sobre a cidade: olhar atento, de esperança, de prece. São Paulo: Paulus, 1995.

CÂMARA, Helder. Um olhar sobre a cidade: olhar atento, de esperança, de prece. São Paulo: Paulus, 1995.

CAMARA, Sonia. Sob a guarda da República: infância e menoridade no Rio de Janeiro da década de 1920. Rio de janeiro: Quartet, 2010.

DONZELOT, Jacques. A polícia das famílias. Rio de Janeiro: Graal, 2001.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 2007.

FREIRE, Roberto. Os Meninos do Recife. Revista Realidade. Rio de Janeiro: Agosto, 1967.

FRONTANA, Isabel. Crianças e Adolescentes: nas ruas de São Paulo. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

FRONTANA, Isabel. Crianças e Adolescentes: nas ruas de São Paulo. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

HORA, A. Meninos do Recife. Livreto Movimento de Cultura Popular - MCP. Recife, 1964.

JANOTTI, Maria de Lourdes Monaco. Imprensa e ensino na Ditadura. In: FERREIRA, A. C.; BEZERRA, H. G. & LUCA, T. R. de. O historiador e seu tempo. São Paulo: Editora da Unesp, 2008.

MARCÍLIO, Maria Luiza. História Social da Criança Abandonada. São Paulo: Hucitec, 1989.

PASSETTI, Edson. O menor no Brasil Republicano. In: DEL PRIORE, Mary. História das criança no Brasil. São Paulo: contexto, 1991.

PASSETTI, Edson. Violentados: crianças, adolescentes e justiça. São Paulo: Editora Imaginário, 1999.

PERROT, Michelle. Funções da família. In: PERROT, Michelle (Org.) História da vida provada 4; da Revolução Francesa à Primeira Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

PERROT, Michelle. Funções da família. In: PERROT, Michelle (Org.) História da vida provada 4; da Revolução Francesa à Primeira Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

RIZZINI, Irene; RIZZINI, Irma. A institucionalização de crianças no Brasil. Rio de Janeiro: Loyola, 2004.

Downloads

Publicado

2015-06-12

Como Citar

MIRANDA, Humberto Silva. A cor do abandono: as crianças em situação de rua no Recife na Ditadura Civil-Militar (1964-1985). Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 7, n. 14, p. 155–179, 2015. DOI: 10.5965/2175180307142015155. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180307142015155. Acesso em: 28 mar. 2024.