Perspectivas de Lélia Gonzalez e Milton Santos em relação ao racismo e ao preconceito de classe: o caso do Jardim Nova Esperança em São José dos Campos-SP
DOI:
https://doi.org/10.5965/19847246252024e0117Palabras clave:
saneamento básico, serviços de esgotamento sanitário, assentamentos precários, racismo, preconceito de classeResumen
Este artigo tem o objetivo de analisar a relação entre o racismo e o preconceito de classe com a falta de serviços de esgotamento sanitário em assentamentos precários. A análise é conduzida por meio de um diálogo apoiado nas teorias dos intelectuais brasileiros Lélia Gonzalez e Milton Santos, utilizando o estudo de caso do Jardim Nova Esperança, no município de São José dos Campos, SP. A pesquisa adota uma abordagem dialética e um procedimento metodológico baseado na estratégia da documentação secundária, utilizando fontes estatísticas provenientes de órgãos públicos e entidades ligadas ao saneamento, bem como na revisão bibliográfica de obras e pesquisas relacionadas ao tema. Os resultados revelam as dificuldades enfrentadas pelos habitantes desses assentamentos, a maioria dos quais pertencentes a grupos de baixa renda e com ascendência afrodescendente, no acesso aos serviços de saneamento básico. Este estudo contribui para uma compreensão mais ampla das complexas interações entre racismo, preconceito de classe e a precariedade do saneamento básico, enfatizando a necessidade de adotar medidas concretas para abordar as disparidades estruturais em comunidades que sofrem processos de vulnerabilização. Suas conclusões podem contribuir na formulação de políticas inclusivas e no desenvolvimento de estratégias voltadas para a melhoria da qualidade de vida nesses contextos, além de estimular pesquisas futuras capazes de impulsionar ações para mitigar as desigualdades e aprimorar as condições de saneamento, independentemente da origem social ou étnico-racial dos indivíduos.
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