Por uma escrita não conquistadora da história: diálogos entre Certeau e o pensamento pós-colonial
DOI:
https://doi.org/10.5965/19847246242023e0504Palabras clave:
escrita da história, discurso historiográfico, pós-colonialResumen
Ao compreendermos que a história pode ser escrita e construída a partir de narrativas hegemônicas, surge a necessidade de pensar sobre as outras vozes que possivelmente foram silenciadas no processo de escrita. A linearidade e o romantismo que por vezes estão presentes na história passam a ser questionados, como é o caso do processo de colonização, que reflete em silenciamentos e exclusões até os dias de hoje. O “fazer história” não é uma operação neutra, e pode segregar pessoas ou grupos sociais, além de representar uma forma de apropriação do outro, que é nomeado, classificado e hierarquizado mediante o discurso historiográfico. Michel de Certeau é um autor que critica as tentativas de constituição do outro, realizadas principalmente pelo discurso historiográfico. Da mesma maneira, o pensamento pós-colonial traz à tona a reflexão sobre a necessidade de ter uma reescrita descentrada das grandes narrativas imperiais do passado e da desconstrução daquilo tido como universal, linear, diferente, da reclassificação da alteridade. Tendo como base esse contexto, este ensaio busca evidenciar aproximações de Michel de Certeau, principalmente quanto à obra “A escrita da história”, com a abordagem pós-colonial.
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