No Recato da Intimidade: reflexões sobre a mulher e a família burguesa no brotar do século XX<br>In the Place of Intimacy: questions about the woman and the bourgeois family in the beginning of the XX century
Resumen
A legislação republicana, a partir de 1890, interferiu no planejamento de novas residências e no uso, ou habitabilidade, das velhas construções. Investia-se, e muito, na modernização dos centros urbanos, através das práticas burguesas, que visavam o embelezamento e o saneamento dessas cidades. Havia uma grande preocupação em moralizar as práticas por meio dos novos discursos que vinham, principalmente, legitimados na figura do médico-higienista que não só projetava remodelar as cidades, mas também civilizar a população curando suas doenças e vícios – adquiridas nas ruas, que serão consideradas perigosas para os “bons cidadãos” os quais deveriam se resguardar dentro de suas casas aburguesadas, dentro do seu privado. É a partir dessa análise que pretendo, nesse artigo, produzir uma reflexão sobre as práticas de planejamento urbano e uso das residências no final do século XIX partindo do papel da mulher e da família dentro dessa sociedade onde os padrões de civilidade eram tão caros, pois, cabia as mulheres o papel de “rainha do lar”, que, através do contato com essas novas práticas higienistas em torno da civilidade estariam aptas a disseminá-las por meio da educação dos seus filhos, visando torná-los “cidadãos do futuro”.
Palavras-Chave: República. Mulher. Civilização.
Abstract: The republican legislation, after 1890, intervened in the planning of new residences and in the
use, or habitability, of the old constructions. A large amount of effort was invested in the modernization of the urban centers, through bourgeois practices, that looked after the beautifying and the sanitation of these cities. There was a great concern in moralizing the practices by new speeches that came, mainly, legitimized by the figure of the doctor-hygienist, who not only projected to remodel the cities, but also to civilize the population curing its illnesses and vices - acquired in the streets, that would be considered dangerous for the “good citizens”, which should take shelter inside theirs bourgeois houses, in a private space. In this article I intend to reflect upon the urban planning practices and the use of residences in the end of 19th century, focusing the family and the role of women, as responsible for the dissemination of the hygienist and civility practices through the education of children, aiming to mold them into “future citizens”.
Keywords: Republic. Woman. Civilization.
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