Velhice e modos de existências dissidentes
DOI:
https://doi.org/10.5965/19847246242023e0109Palavras-chave:
velhice, morte, existências singularesResumo
Propõe-se, neste artigo, problematizar uma associação linear entre morte e velhice. Situamos a velhice como possiblilidade da vida. E a vida não seria a negação da morte. No jogo da vida, vida e morte combinam-se para impulsionar as existências que se abrem à criação de novos valores que são os da própria vida. Mas estamos realmente na posse do direito de existir em nossa velhice? Este seria o problema que incita este artigo. Trata-se aqui de modos singulares de existências que reclamam seu direito de realidade. Dar visibilidade a essas existências constitui um modo de construir alianças que afirmem nosso próprio direito indissociável das potências da vida. Propomos, perseguindo a questão da velhice como potência de vida que não nega a morte, buscar, em alguns fragmentos da obra dos filósofos Sêneca, Nietzsche e Foucault, a companhia para dar consistência à nossa pretensão. Adotamos o estilo de um ensaio filosófico, que entendemos ser um percurso experimental e, esperamos, possa provocar, na atualidade, a potência de pensar diferente do já pensado.
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Referências
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