Velhice e modos de existências dissidentes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/19847246242023e0109

Palavras-chave:

velhice, morte, existências singulares

Resumo

Propõe-se, neste artigo, problematizar uma associação linear entre morte e velhice. Situamos a velhice como  possiblilidade da vida. E a vida não seria a negação da morte. No jogo da vida, vida e morte combinam-se para impulsionar as existências que se abrem à criação de novos valores que são os da própria vida. Mas estamos realmente na posse do direito de existir em nossa velhice? Este seria o problema que incita este artigo. Trata-se aqui de modos singulares de existências que reclamam seu direito de realidade. Dar visibilidade a essas existências constitui um modo de construir alianças que afirmem nosso próprio direito indissociável das potências da vida. Propomos, perseguindo a questão da velhice como potência de vida que não nega a morte, buscar, em alguns fragmentos da obra dos filósofos Sêneca, Nietzsche e Foucault, a companhia para dar consistência à nossa pretensão. Adotamos o estilo de um ensaio filosófico, que entendemos ser um percurso experimental e, esperamos, possa provocar, na atualidade, a potência de pensar diferente do já pensado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Silvana Maria Corrêa Tótora, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Doutora em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. Pós-doutorado Université Paris 8, França. Professora do Programa de Pós-Graduação e do Departamento de Ciências Sociais da PUCSP e Pesquisadora do Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política da PUC-SP.

Referências

CÍCERO, Marco Túlio. Saber envelhecer. Trad. Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM Editores, 1999.

FOUCAULT, Michel. O que são as luzes? MOTTA, Manoel Barros da. In: FOUCAULT, Michel. Ditos e escritos: arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. Trad. Elisa Monteiro. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 2000. v. 2. p. 335-351.

FOUCAULT, Michel. A coragem da verdade: o governo de si e dos outros II. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. Trad. Mario da Silva. 12. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

NIETZSCHE, Friedrich. Além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro. Trad. Paulo César de Souza. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

NIETZSCHE, Friedrich. Ecce homo: como alguém se torna o que é. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

SÊNECA, Lucio Aneu. Cartas a Lucílio. Trad. J. A. Segurado e Campos. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2009.

Downloads

Publicado

2023-05-23

Como Citar

TÓTORA, Silvana Maria Corrêa. Velhice e modos de existências dissidentes. PerCursos, Florianópolis, v. 24, p. e0109, 2023. DOI: 10.5965/19847246242023e0109. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/percursos/article/view/22633. Acesso em: 7 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê “A multidimensionalidade das velhices: perspectivas do envelhecimento nas agendas do século XXI”