Território e pandemia: aprofundamento da desigualdade e resistências no conjunto de favelas da Maré (RJ)
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984724623532022129Palavras-chave:
favela, Maré, direito à cidade, pandemia, ADPF 635Resumo
O presente artigo aborda o direito à cidade e o agravamento das condições de vida dos trabalhadores residentes em favelas com a pandemia do novo Coronavírus e a intensificação da regressão dos direitos sociais no último período. A partir de projetos e da experiência da Redes da Maré, entidade da sociedade civil, o artigo tem por objetivo dar visibilidade aos impactos dos retrocessos sociais na vida dos moradores da favela e também a expressões de resistência coletiva nesse território, partindo de uma revisão bibliográfica que considera a favela como expressão do desenvolvimento desigual e combinado do capitalismo. A partir da inserção no território e da prática profissional e de pesquisa, analisa-se a campanha “Maré diz NÃO ao Coronavírus” e a construção da ADPF 635 (conhecida como ADPF das favelas), que expressam formas de atendimento às demandas imediatas das parcelas mais pauperizadas da classe trabalhadora residentes na favela da Maré e também a resistência coletiva. Partindo de autores clássicos no tratamento da questão urbana e direito à cidade e do método da pesquisa-ação, a presente elaboração se utiliza de pesquisa empírica e da vivência em projetos desenvolvidos no conjunto de favelas da Maré para demonstrar a precariedade das condições de vida dos residentes nesse território e o impacto na diminuição da violência armada do Estado a partir da ADPF. Assim, busca explicitar a necessidade de uma intervenção qualificada do poder público e a resistência através da organização coletiva no território.
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