Do paladar ao potyguês: a transtemporalidade da língua

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175234614342022035

Palavras-chave:

Paladar, Potyguês, Língua, Tempo dos sonhos

Resumo

Se a língua é fascista, pois obriga a dizer (BARTHES, 2013), há outros modos de usar a língua? A língua, aqui, é a que diz, que fala, mas também é a que saboreia e manifesta. Estamos falando (de) duas línguas e um manifesto contra o apagamento de outras tantas. A língua oficial do Brasil, o português, uma marca colonial que os obriga a dizer assim: em português; a língua do paladar, a que degusta e saboreia os alimentos; e, por fim, o Potyguês apresentado por Juão Nyn (2020) como um manifesto do que é possível criar por entre elas. A vogal cardíaca “y” retoma um som sagrado apagado pela língua oficial ao tempo em que saberes culinários transformados em sabores culinários comunicam memórias e nos reconectam com o tempo dos sonhos. Seja pela retomada de cosmogonias, seja pela evocação da memória, ambas propõem outros modos de (des)fazer a língua. Para esta receita: saberes ancestrais, boca, dentes e som. As mordidas de um passado colonial ecoam em outros modos de fazer e de (sub)verter a língua.

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Publicado

2022-09-01

Como Citar

MICHAELSEN, Mariana Vogt; DEIFELD, Alessandra Guterres. Do paladar ao potyguês: a transtemporalidade da língua. Palíndromo, Florianópolis, v. 14, n. 34, p. 35–57, 2022. DOI: 10.5965/2175234614342022035. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/palindromo/article/view/22165. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

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