Artista é artista até fritando ovo: mediações históricas, tecnológicas e sociais no mundo do trabalho da música
DOI:
https://doi.org/10.5965/2525530409012024e0102Parole chiave:
música, mundo do trabalho, tecnologia, regimes de historicidadeAbstract
Neste artigo buscamos discutir a configuração do trabalho musical na contemporaneidade, em especial de intérpretes e compositores/as. A investigação, a partir da problemática do músico multitarefas – aquele que concentra em sua atividade uma série de funções antes realizada por outros profissionais na cadeia produtiva – busca relacionar as dimensões de trabalho, informação, tecnologia e tempo. A partir de duas entrevistas realizadas à luz da literatura científica, pôde-se observar nuances históricas de um trabalho em plena transformação ou adaptação. As recorrentes reestruturações produtivas, catalisadas a partir dos anos 1970 em nível global, parecem ter incutido na forma do trabalho musical, uma aguda transformação nas formas de produzir, distribuir e comercializar música nos últimos 20 anos. As condições de trabalho no presente parecem inspirar um horizonte pouco favorável para aqueles que vivem de sua música, tal qual sugeriram as entrevistas.
Downloads
Riferimenti bibliografici
ANTUNES, Ricardo. Capitalismo pandêmico. São Paulo: Boitempo, 2022.
CERQUEIRA, Amanda Coutinho. Músicos independentes: um conceito em discussão na cena da música brasileira. Is Working Papers, 3. série, n. 5, Porto, dez. 2015
DANTAS, Marcos et al. O valor da informação: de como o capital se apropria do trabalho social na era do espetáculo e da internet. São Paulo: Boitempo, 2022.
DE MARCHI, Leonardo. A indústria fonográfica digital: formação, lógica e tendências. Rio de Janeiro: Mauad X, 2023.
FONTES, Virgínia. Reflexões im-pertinentes: história e capitalismo contemporâneo. Rio de Janeiro: Maud X, 2022.
HARTOG, François. Regimes de Historicidade: presentismo e experiências do tempo. Autêntica, 2023.
KISCHINHEVSKY, Marcelo. Por uma economia política do rádio musical - articulações entre as indústrias da música e da radiodifusão sonora. Matrizes, vol. 5, núm. 1, julio-diciembre, 2011, pp. 247-258.
DE MARCHI, Leonardo. Do marginal ao empreendedor. Transformações no conceito de produção fonográfica independente no Brasil. Revista Eco-pós, v. 9, n. 1, 2006.
DE MARCHI, Leonardo. Do marginal ao empreendedor. Transformações no conceito de produção fonográfica independente no Brasil. Revista Eco-Pós, [S. l.], v. 9, n. 1, 2009.
JUNQUEIRA, A. H.; DUARTE FREITAS, M. do C. No TikTok do seu coração: do jabá às trends. Estratégias e manipulação algorítmica na produção do sucesso musical. Comunicação Mídia e Consumo, [S. l.], v. 20, n. 57, 2023. DOI: 10.18568/cmc.v20i57.2714.
KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006.
KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo: estudos sobre história. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014.
KOSELLECK, Reinhart. História dos conceitos: estudos sobre a semântica e a pragmática da linguagem política e social. Rio de Janeiro, Contraponto, 2020.
MARX, Karl. O 18 Brumário e Cartas a Kugelmann. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Livro 1: o processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo, 2013.
POCHMANN , Marcio. O sindicalismo tem futuro? 1ª ed.. São Paulo: Expressão Popular, Fundação Rosa Luxemburgo, 2022.
RAULINO, Gabriela. Capital e Trabalho nas plataformas sociodigitais. In: DANTAS, Marcos et al. O valor da informação: de como o capital se apropria do trabalho social na era do espetáculo e da internet. São Paulo: Boitempo, 2022, p145-212.
REQUIÃO, Luciana. “Eis aí a Lapa…”: processos e relações de trabalho do músico nas casa de shows da Lapa. São Paulo: Annablume, 2010.
REQUIÃO, Luciana. Trabalho, música e gênero: depoimento de mulheres musicistas acerca de sua vida laboral. Um retrato do trabalho no Rio de Janeiro dos anos 1980 ao início do século XXI. Rio de Janeiro: Ed. do autor.
REQUIÃO, Luciana. Mundo do trabalho e música no capitalismo tardio: entre o reinventar-se e o sair da caixa. Opus, 26(2), 2020, 1-25.
REQUIÃO e COSTA. “O mercado define isso”: estrutura e adaptação na dinâmica do trabalho de músicos brasileiros na transição do século XX ao XXI. Revista El Oído Pensante, 11.1, abril, 2023 - septiembre, 2023, p.132-166.
RIFKIN, Jeremy. A era do acesso: a transição de mercados convencionais para networks e o nascimento de uma nova economia. São Paulo: Makron, 2001.
SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: as conseqüências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 2003.
SILVA, Rafael de Oliveira. A atividade laboral dos músicos de cinema entre os anos de 1896 e 1929: um estudo a partir das atas do Centro Musical do Rio de Janeiro e seus associados. 138 f. Dissertação (Mestrado em Música). Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.
SRNICEK, Nick. Platform Capitalism. London: Polity, 2017.
VASCONCELOS, Thaís Lopes; GOMES, Claudia Maria Costa. Capitalismo de plataforma: crise, trabalho e lei do valor. O Social em Questão - Ano XXVII - nº 58 - Jan a Abr /2024, p.13-36.
VICENTE, Eduardo. A música popular e as novas tecnologias de produção musical: uma análise do impacto das tecnologias digitais no campo de produção da canção popular de massas. Universidade Estadual de Campinas: dissertação de mestrado não publicada, 1996.
Downloads
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2024 Luciana Requião, Breno Ampáro
TQuesto lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione 4.0 Internazionale.
