“Odeio coletivos e vou de carro que comprei à prestação”: humor e crítica social em “Classe média”, de Max Gonzaga

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DOI:

https://doi.org/10.5965/2525530408022023e0109

Parole chiave:

Max Gonzaga, classe média, canção popular, crítica

Abstract

O presente artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que tomou como objeto a canção “Classe média”, de Max Gonzaga. Composta e lançada em 2005, a canção não só obteve repercussões à época de seu lançamento, mas também em períodos posteriores, o que gerou o interesse em estudá-la de modo mais detido. Para isso, foi realizada uma análise documental de sua gravação tendo como principal referencial a semiótica da canção para desvelar as relações que se estabelecem entre letra e música para a produção de seus sentidos. As análises mostram que a canção constrói, através da chave do humor, uma crítica ao alinhamento de setores inter­mediários da sociedade brasileira à ideologia das elites, revelando ainda a importância da me­lodia, da harmonia e das escolhas interpretativas para o estabelecimento de seu caráter irônico e caricatural. Adicionalmente, foi possível perceber que a canção possui ainda uma segunda voz poética, que se inscreve no cantar do próprio enunciador e traz uma dimensão autorrefle­xiva, em tom mais lamentoso. Diante disso, entendeu-se que a presença dessas duas vozes poé­ticas se constituiria como uma forma de exprimir um certo pensamento cindido que se faria presente em indivíduos de classe média.

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Biografie autore

Roberta Carvalho Pereira Campos, Universidade Estadual de Campinas

É mestranda no Programa de Pós-Graduação em Música do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). É graduada em Licenciatura em Música pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). É graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Lavras (UFLA).

Adelcio Camilo Machado, Universidade Federal de São Carlos

Adelcio Camilo Machado é professor do Departamento de Artes e Comunicação (DAC) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), sendo responsável pela área de Música e Sociedade, e atual Vice-Diretor do Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH). Doutorou-se em Música pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com tese sobre Nelson Gonçalves e os conflitos simbólicos na música popular brasileira das décadas de 1940 e 1950. Realizou seu Mestrado em Música pela mesma universidade, com dissertação sobre o samba nos anos 1970 pela perspectiva de suas relações com a indústria fonográfica e com os embates simbólicos. É Bacharel em Música também pela UNICAMP na área de música popular. É co-líder do "Grupo de Estudos da Canção Popular" (UFSCar) em parceria com a Profa. Dra. Thais dos Guimarães Alvim Nunes e membro dos seguintes grupos de pesquisa: "Música Popular: história, produção e linguagem" (UNICAMP), "História e Música" (UNESP-Franca), "Grupo de Estudos Culturais" (UNESP-Franca) e "Núcleo de Estudos Literários e Musicológicos" (UFES). Tem atuação regular no âmbito da extensão universitária, sendo membro da equipe de trabalho do programa de extensão "Música Popular: História, Performance e Ensino", coordenado pela Profa. Dra. Thais dos Guimarães Alvim Nunes, através do qual oferece atividades como cursos de atualização, seminários e ciclos de debates.

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Pubblicato

2023-11-21

Come citare

CAMPOS, Roberta Carvalho Pereira; MACHADO, Adelcio Camilo. “Odeio coletivos e vou de carro que comprei à prestação”: humor e crítica social em “Classe média”, de Max Gonzaga. Orfeu, Florianópolis, v. 8, n. 2, p. e0109, 2023. DOI: 10.5965/2525530408022023e0109. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/23842. Acesso em: 21 dic. 2024.