“Em (marcha) Ré maior”: arte e trabalho de mulheres no mundo da música carioca (1889-1902)

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.5965/2525530409012024e0101

Mots-clés :

mulheres e música, Lima Barreto, história das mulheres, Biblioteca Nacional Digital, sociologia da música

Résumé

Este artigo tem por objetivo identificar e caracterizar aspectos da arte e do trabalho de mulheres no mundo da música carioca entre os anos de 1889 e 1902. Partindo de um texto provocador, uma crônica de 1914 de Lima Barreto sobre o estado da criação musical no Brasil de seu tempo, desenvolvemos uma crítica e uma análise do argumento principal de seu texto para realizarmos o objetivo proposto. Para embasarmos a crítica e realizarmos a pesquisa, desenvolvemos uma pesquisa documental em periódicos da época, entre os anos de 1889 e 1902 (com o limite superior um pouco maior que o nosso recorte temporal), na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional Digital Brasileira para poder, respaldado pelas fontes, reconstruir alguns aspectos da atuação de mulheres em diversas áreas daquele mundo da música carioca. Apresentamos provas da presença e da circulação de mulheres musicistas intérpretes e criadoras. Fazemos o registro de maestrinas e compositoras que tinham obras anunciadas e publicadas para apresentação, performance e venda em seu tempo. Argumentamos, em coro com demais pesquisas sobre a relação entre mulheres e música no Brasil naquele período, que as mulheres musicistas foram excluídas e/ou desconsideradas em nossa história da música.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur

Lucas Gabriel Feliciano Costa, Universidade Federal de Goiás

Mestre em Sociologia no Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) da Faculdade de Ciências Sociais (FCS) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Possui bacharelado em Ciências Sociais (2019) pela mesma instituição. Professor substituto na área de SOCIOLOGIA no Instituto Federal Goiano, campus CERES (GO), atuando no ensino técnico-profissional, graduação e pós-graduação nesta instituição. Tem interesse nas seguintes áreas: sociologia da música; da cultura; teoria sociológica de vertente processual-relacional e compreensiva-interpretativa, com ênfase em Norbert Elias e Max Weber; metodologia das Ciências Sociais, com ênfase em planejamento de pesquisa; arte e sociedade; música e sociedade; literatura e sociedade. Desenvolve pesquisas sobre o trabalho de mulheres musicistas no Brasil; pesquisas de fronteira entre sociologia e literatura sobre a obra em prosa brasileira; da relação entre música e sociedade; acesso à justiça e direitos. 2022) da FCS/UFG.

Sebastião Rios, Universidade Federal de Goiás

Bacharel em História pela Universidade de Brasília (1987), mestre em Literatura pela Universidade de Brasília (1993) e doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília / Universidade de Innsbruck - áustria (1998). Professor da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Performances Culturais da UFG. Tem atuação nas áreas de Performances Culturais e Sociologia da Cultura, principalmente nos seguintes temas: música e sociedade, cultura brasileira, literatura e sociedade, cultura popular e patrimônio imaterial. Pesquisador associado do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane - Moçambique. 

Références

Bibliografia geral

BAIA, Silvano F. A historiografia da música popular no Brasil: análise crítica dos estudos acadêmicos até o final do século XX. Uberlândia, MG: EDUFU, 2015.

BARRETO, Afonso Henriques de Lima. Os Bruzundangas. São Paulo: Editora Brasiliense, 1956a.

______. Vida urbana. São Paulo: Editora Brasiliense, 1956b.

BRANDÃO, José. Ópera no Brasil: um panorama histórico. Revista Música Hodie,

Goiânia, v. 12, n. 2, 2013.

BECKER, Howard. Los Mundos del arte. Bernal: Universidad Nacional de Quilmes, 2008.

BOSI, Alfredo. História concisa da literatura Brasileira. 50a edição ed. São Paulo: Editora Cultrix, 2015.

CARVALHO, Dalila Vasconcellos de. O gênero da música. São Paulo: Alameda,

AUTOR 1. O som das patrícias: mulheres e seu trabalho no mundo da música carioca (1889-1902). [s.l.] Dissertação (Mestrado em Sociologia). Faculdade de Ciências Sociais, Universidade Federal de Goiás, 2022. 219p.

AUTOR 1. “O legado de Eva”: representação social de mulheres e seu trabalho no Rio de Janeiro na virada do século (XIX – XX). Cadernos de Campo: Revista de Ciências Sociais, n. 33, p. 101–133, jul. 2023.

ENGEL, Magali. G. Gênero e política em Lima Barreto. Cadernos Pagu, n. 32, p. 365–388, jun. 2009.

FREIRE, Vanda L. Bellard; PORTELA, Ângela Celis. Mulheres pianistas e

compositoras, em salões e teatros do Rio de Janeiro (1870-1930). Cuadernos de Música, Artes Visuales y Artes Escénicas (Bogotá), v.5 (2), 61-78, 2010.

______. Mulheres compositoras: da invisibilidade à projeção internacional. In: NOGUEIRA, I.P.; FONSECA, S.C. (Org.). Estudos de gênero, corpo e música: abordagens metodológicas. ANPPOM – Pesquisa em música no Brasil. v.3, 2013. p. 279-302.

IGAYARA-SOUZA, Susana Cecilia. Entre palcos e páginas: a produção escrita por mulheres sobre música na história da educação musical no Brasil (1907-1958). Tese (Doutorado em Educação). São Paulo, Faculdade de Educação da USP, 2011.

LARSEN, Juliane Cristina. Republicana, moderna e cosmopolita: a música de concerto no Rio de Janeiro entre 1889 e 1914. 2018. Tese (Doutorado em Musicologia) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.

LOPES, Cristiane Maria Sbalqueiro. Direito do trabalho da mulher: da proteção à promoção. Cadernos Pagu, n. 26, 2006, pp. 405-430.

MARQUES, Teresa Cristina Novaes. A regulação do trabalho feminino em um sistema político masculino, Brasil: 1932-1943. Estudos Históricos (Rio de Janeiro), v. 29, n. 59, p. 667–686, dez. 2016.

PORTELA, Angela Celis Henriques. Mulheres Pianistas e Compositoras nos

Salões Aristocráticos do Rio de Janeiro de 1870 a 1910. Dissertação (Mestrado em Música). Rio de Janeiro: Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2013.

SCHEFFEL, Marcos Vinícius. “Ópera ou circo? Teatro e atraso cultural na visão de Lima Barreto”. Revista Crítica Cultural 6, nº 1 (10 de junho de 2011): 183. https://doi.org/10.19177/rcc.v6e12011183-201.

SCHWARCZ, L. M. Lima Barreto: triste visionário. São Paulo, SP: Companhia Digital, 2017.

SILVA, Janaina. G. da. Conservatório de Música do Rio de Janeiro: mapeamento documental e desafios para pesquisa. Revista Brasileira de Música, v. 31, n. 1, p. 38–57, 30 jun. 2018.

SIMÕES. Júlia Rosa. Ser músico e viver da música no Brasil: um estudo da trajetória do Centro Musical Porto-Alegrense (1920-1933). Dissertação (Mestrado em História) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul. 2011, p. 14-111.

SOUZA, Aline. A atuação feminina no cenário musical do Rio de Janeiro (1890-1910). Dissertação (Mestrado em Música) – Escola de Música, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2013.

KIEFER, Bruno. História e significado das formas musicais: do moteto gótico à fuga do século XX. 3ª ed. Porto Alegre: editora Movimento. 1976.

TINHORÃO, José Ramos. A música popular no romance brasileiro. 2a ed. rev. e ampliada ed. São Paulo, SP, Brasil: Editora 34, 2000.

______. História social da música popular brasileira. 1. reimpr ed. São Paulo: Ed. 34, 1998.

______. Música popular: do gramofone ao rádio e TV. São Paulo: Ed. 34, 2014.

VENEZIANO, Neyde. O teatro de revista no Brasil. Campinas, SP: Editora da UNICAMP: Pontes, 1991.

VERMES, Mónica. As mulheres como eixo de difusão musical no Rio de Janeiro da Belle Époque. In: 7º Encontro Internacional de Música e Mídia - Música, Memória: Tramas em Trânsito. São Paulo: Musi-Mid, Vol. 7, 2011

______. As mulheres na cena musical do Rio de Janeiro da Belle Époque: práticas e representações In: NOGUEIRA, Isabel Porto; FONSECA, Susan Campos (Orgs.). Estudos de Gênero, Corpo e Música: abordagens metodológicas. Goiânia; Porto Alegre: Anppom, 2013. pp. 280-301.

______. A música no Rio de Janeiro no primeiro ano da República. X ENCONTRO DE MUSICOLOGIA HISTÓRICA. Juiz de Fora: Centro Cultural Pró-Música, 18-20 de julho de 2014. Anais. Juiz de Fora: Editora da Universidade Federal de Juiz de Fora, 2016.

______. Por uma renovação do ambiente musical brasileiro: o relatório de Leopoldo Miguez e os conservatórios europeus. Revista Eletrônica de Musicologia, Curitiba, vol. VIII, dez. 2004.

______. Sons e silêncios da cidade civilizada: a paisagem sonora do Rio de Janeiro e a reforma de Pereira Passos. Anais do XXII Congresso da Anppom, 2012.

Fontes do material empírico

A Estação. Rio de Janeiro, 1902. Acervo Digital de Periódicos - Fundação Biblioteca Nacional.

A União. Rio de Janeiro, 1905. Acervo Digital de Periódicos - Fundação Biblioteca Nacional.

Cidade do Rio. Rio de Janeiro, 1889-1902. Acervo Digital de Periódicos - Fundação Biblioteca Nacional.

Gazeta de Notícias. Rio de Janeiro, 1900. Acervo Digital de Periódicos - Fundação Biblioteca Nacional.

Gazeta de Petrópolis. Rio de Janeiro, 1898. Acervo Digital de Periódicos - Fundação Biblioteca Nacional.

Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 1900. Acervo Digital de Periódicos - Fundação Biblioteca Nacional.

Jornal do Commercio. Rio de Janeiro, 1889, 1895. Acervo Digital de Periódicos - Fundação Biblioteca Nacional.

Novidades. Rio de Janeiro, 1905. Acervo Digital de Periódicos - Fundação Biblioteca Nacional.

Téléchargements

Publiée

2024-09-19

Comment citer

COSTA, Lucas Gabriel Feliciano; RIOS, Sebastião. “Em (marcha) Ré maior”: arte e trabalho de mulheres no mundo da música carioca (1889-1902). Orfeu, Florianópolis, v. 9, n. 1, p. e0101, 2024. DOI: 10.5965/2525530409012024e0101. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/25333. Acesso em: 24 nov. 2024.