Fora de compasso: trajetórias e experiências de trabalho de graduados em Música
DOI:
https://doi.org/10.5965/2525530409012024e0105Palabras clave:
trabalho artístico, trabalho flexível, mú´sicos, trajetóriasResumen
Este artigo busca discutir as experiências de formação e trabalho de musicistas que cursaram o ensino superior em Música. A proposta foi analisar os desafios enfrentados por profissionais altamente qualificados para adentrarem e permanecerem atuando na área, considerando um contexto recente marcado pelos avanços de políticas neoliberais, subfinanciamento da cultura, ataques ideológicos ao fazer artístico e restrições impostas pela pandemia de Covid-19. Sem desconsiderar que o trabalho artístico é, historicamente, caracterizado pela flexibilidade e pela informalidade, visamos colocar em evidência o aprofundamento das condições instáveis e precárias de trabalho, o que leva esses trabalhadores-artistas a mobilizarem diversas estratégias cotidianas de sobrevivência, que envolvem combinações de atividades distintas dentro e fora do meio musical e, até mesmo, a reorientação da carreira. Os dados analisados se baseiam em uma pesquisa sociológica, de cunho qualitativo, pautada na análise das trajetórias de músicos egressos do curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) entre 2013 e 2023.
Descargas
Citas
BECKER, Howard Saul. Outsiders: estudos de sociologia do desvio. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
BECKER, Howard Saul. Mundos da arte. Lisboa: Livros Horizonte, 2010.
BENHAMOU, Françoise. A economia da cultura. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007.
BOLTANSKI, Luc.; CHIAPELLO, Ève. O novo espírito do capitalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
BOURDIEU, Pierre. O capital social: notas provisórias. In: NOGUEIRA, Maria Alice; CATANI, Afrânio (Orgs.) Escritos de educação. Petrópolis: Vozes, 1980. p. 65-69.
BOURDIEU, Pierre. A escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura. Trad. Aparecida Joly Gouveia. In: NOGUEIRA, Maria Alice; CATANI, Afrânio (orgs.). Pierre Bourdieu: Escritos de educação, p. 39-64. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 1998.
CAPUZZO, Helder D. Entre a “ocupação” e a “profissão”: considerações sobre o trabalho na música. Revista da Tulha, [S. l.], v. 4, n. 1, p. 162–173, 2018. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revistadatulha/article/view/148671. Acesso em: 29 mar. 2024.
COSTA, Rodrigo Heringer. A música como arte de viver em Salvador. 2020, 426 f. Tese de Doutorado, Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2020.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A Nova Razão do Mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Editora Boitempo, 2016.
FUCCI AMATO, Rita de Cássia. Capital cultural versus dom inato: questionando sociologicamente a trajetória musical de compositores e intérpretes brasileiros. Opus, Goiânia, v. 14, n. 1, p. 79-97, 2008.
GUAZINA, Laíze. As configurações do trabalho musical e a pandemia da Covid-19: precarização, luto, resiliência e redes de cooperação. Opus, [s.l.], v. 27, n. 3, p. 1-27, nov. 2021. ISSN 15177017. Disponível em: <https://www.anppom.com.br/revista/index.php/opus/article/view/opus2021c2701>. Acesso em: 15 jun. 2023.
JUNQUEIRA, Mariana Lopes; CARVALHO, Carla. Experiências artísticas em escola: composição do músico-professor no Pibid Música. Ouvirouver, v. 18, n. 1, p. 96-110, 2022. Disponível em: < https://seer.ufu.br/index.php/ouvirouver/article/view/63594>. Acesso em: 11 set. 2024.
MENGER, Pierre-Michel. Retrato do artista enquanto trabalhador: metamorfose do Capitalismo. Lisboa: Editora Roma, 2005.
NASCIMENTO, Monique; COELHO, Marina.; DELLAGNELO, Eloise Helena Livramento. Reconhecimento do trabalho artístico na sociedade de consumo. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, v. 12, n. 3, p. 65-78, 2018. p. 66. Disponível em: https://periodicos.uff.br/pca/article/view/13184/pdf. Acesso em: 22 de jun. de 2022.
PICHONERI, Dilma. Músicos de orquestra: um estudo sobre educação e trabalho no campo das artes. 2006, 120 f. Dissertação (Mestrado), Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP, Campinas, 2006.
PINA, Marcos Roberto. Work hard, party harder: o trabalho dos DJs no lazer noturno paulistano. 2018, 117 f. Tese (Doutorado), Centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Carlos/UFSCar, São Carlos, 2018.
RANNOU, Janine; ROHARIK, Ionela. Les danseurs: un métier d’engangement. Paris: La Documentation Française, 2006.
REQUIÃO, Luciana. A morte (ou quase morte) do músico como um trabalhador autônomo. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL MARX E O MARXISMO, 2017, Niterói. Anais… Niterói: NIEP, 2017. Disponível em: <http://www.niepmarx. blog.br/MManteriores/MM2017/anais2017/MC24/mc242.pdf> Acesso em: 11 set. 2024.
ROSENFIELD, Cinara Lerrer. Autoempreendedorismo: forma emergente de inserção social pelo trabalho. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 30, n. 89, p. 115–128, 2015.
SEGNINI, Liliana R. P. Acordes dissonantes: Assalariamento e relações de gênero em orquestras. In: ANTUNES, Ricardo. Riqueza e miséria do trabalho no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2006.
SEGNINI, Liliana Rolfsen Petrilli. Criação rima com precarização: análise do mercado de trabalho artístico no Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA, 13., 2007, Recife: Anais... Recife: SBS, 2008. p. 1-35. Disponível em http://www.sbsociologia.com.br/congresso_v02/papers/GT29%20Trabalho,%20Precariza%C3%A7%C3%A3o%20e%20Pol%C3%ADticas%20P%C3%BAblicas/SBS_enviado.pdf
SILVA, José Alberto Salgado e. Construindo a profissão musical: uma etnografia entre estudantes universitários de música. 2005, 301 f. Tese (Doutorado), Centro de Artes da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/UNIRIO, Rio de Janeiro, 2005.
TOSCANO, Ana Beatriz Barbosa. Notas desarmônicas: possibilidades de atuação e vivências dos graduados em música. 2023, 85 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação), Centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Carlos/UFSCar, São Carlos, 2023.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Aline Suelen Pires, Ana Beatriz Barbosa Toscano
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
