Arte na escola: objetivação e liberdade
DOI:
https://doi.org/10.5965/19843178172021e0020Palavras-chave:
ensino de artes, criatividade, apropriação estética, unidade dialéticaResumo
Este artigo tem como objetivo compreender como a objetivação livre e consciente é fundamental para a fruição, a criação e a vivência artística dos alunos em sala de aula. A atividade criativa de arte na escola deve possibilitar uma rica vivência sensível, promovendo a atividade dialética entre a singularidade de cada aluno com a arte universal. Utilizamos dois enfoques centrais como unidade dialética para analisar o presente objeto. O primeiro é como a ampliação das referências estéticas presentes na História da Arte, local, regional e universal, é imprescindível para o desenvolvimento da produção artística dos alunos. Sem essas referências às produções ficarão presas ao senso comum. O segundo enfoque é a liberdade de criação artística, porém, não uma liberdade gerada no abandono do aluno a si próprio, mas uma criação poética livre, pessoal e ao mesmo tempo coletiva e universal. Tal vivência estética somente é possível pela colaboração de professores no ensino de arte na sala de aula. Utilizamos, para a análise, principalmente, reflexões teóricas sobre a livre objetivação estética como antagonismo às atividades pseudo artísticas repetitivas, fragmentadas e alienantes. Nos fundamentamos, especialmente, nas obras de autores da psicologia histórico-cultural e da pedagogia histórico-crítica, dentre eles: Vigotski, (2001a; 2001b; 2001c) Lukáks (1970) e Duarte, (2001; 1999a), que compreendem os conceitos de objetivação, liberdade, atividade humana e estética na relação dialética entre o singular e o universal e entre a fruição e a criação inerentes à vivência artística, no caso, no ensino de Artes na escola.
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