Enredando gênero na educação infantil: cultura visual, imagens disruptivas e prática pedagógica
DOI:
https://doi.org/10.5965/24471267922023064Palavras-chave:
gênero, cultura visual, educação infantil, pedagogia, educaçãoResumo
Este artigo examina a intersecção entre gênero e educação no contexto infantil a partir do uso de imagens disruptivas como dispositivos de discussão e reflexividade. Neste contexto, o intuito foi problematizar a potência das imagens na produção de Circunstâncias de Aprendizagem (DELIGNY, 2018) sobre si e os outros no que tange às concepções de gênero e sexualidades na infância. Para tanto, partiu-se de imagens que desafiam estereótipos de gênero amalgamados nos imaginários coletivos com o intuito de promover uma visão mais inclusiva e diversa na construção das identidades na escola. O estudo parte de uma experiência desenvolvida em uma escola de educação infantil com crianças com idades entre quatro e cinco anos. Como metodologia, utilizamos a Perspectiva Narrativa atravessada por autores como Belidson Dias e Guacira Lopes Louro para propor uma Pedagogia Queer; Fernando Hernández no que diz respeito à perspectiva Educativa da Cultura Visual, entre outros. Esta aliança entre os Estudos da Cultura Visual e a Perspectiva Queer possibilitou angariar percursos experimentais baseados na interpretação onde as imagens atuam como dispositivos pedagógicos ao incitar o compartilhamento de narrativas orais sobre o que viram de si mesmas ao estabelecerem relações com seus repertórios socioculturais. Os resultados obtidos sinalizam a urgência, bem como relevância da temática a partir de abordagens que potencializam seus saberes, confrontando discursos hegemônicos, concepções binárias e estereotipadas em busca de enfoques plurais, inclusivos e antidiscriminatórios.
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