O excesso não deixa a poesia pousar: o teatro anfíbio e a dimensão política da arte

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1414573102512024e0112

Palavras-chave:

teatro brasileiro, teoria teatral, teatro anfíbio, estético-política

Resumo

O texto levanta questões sobre diferentes significados e variações que a expressão teatro político pode gerar na cena teatral, a partir de duas noções operativas: teatro anfíbio e ações estético-políticas, examinando a sua aplicação na Teoria das Artes Cênicas e as suas implicações para a construção de uma história recente do teatro brasileiro. Através de uma abordagem dialógica com o movimento queer e estudos decoloniais, o artigo combina diferentes análises – literária, teatral, sociológica, política – para produzir um texto interdisciplinar na encruzilhada do teatro com as ciências humanas. Por fim, o texto permite fazer justiça à pluralidade de produção do teatro político contemporâneo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Duda Woyda, Universidade Federal da Bahia

Pós-doutorando Júnior (CNPq Nº 32/2023 - PDJ 2023). Doutorado em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestrado em Cultura e Sociedade pela UFBA. Integrante e Pesquisador da ATeliê voadOR Teatro.   

Djalma Thürler, Universidade Federal da Bahia

Doutorado em Letras pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestrado em Ciência da Arte pela UFF. Professor Permanente do Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade e Professor Associado IV do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências (IHAC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Integrante e Pesquisador da ATeliê voadOR Teatro.  

Referências

ACKERMAN, Marianne. Robert Lepage's controversial Kanata opens in Paris as a rehearsal. Fonte: Montreal Gazette: https://l1nq.com/G0YyF. 20 dez. 2018.

ARRIGONI, Mathilde. Théâtre contestataire, théâtre militant. Dans: M. Arrigoni, Le théâtre contestataire, Paris: Presses de Sciences Po, 2017, p. 41-74.

ARRIGONI, Mathilde. Le théâtre contestataire. Coll. Contester. Paris: Les Presses de Sciences Po, 2017.

BALME, Christopher B. The Cambridge Introduction to Theatre Studies. Cambridge University Press; 2008.

BAROQUE, Fray; EANELLI, Tegan (ed). Bash Back! Ultraviolência queer: antologia de ensaios. São Paulo, SP: crocodilo; n-1 edições, 2020.

BIPOC. (08 de jun. de 2020). We See You, White American Theater. Fonte: https://www.weseeyouwat.com/.

BLANCO, Sergio. As flores do mal ou a celebração da violência. Trad. Celso Curi: mimeo, 2018.

BOSI, A. Entre a Literatura e a História. São Paulo: Editora 34, 2021.

BOTTICI, Chiara. Imaginal Politics: Images. Beyond. Imagination and the Imaginary. New York: Columbia University Press. 2014.

BROOK, Peter. A porta aberta. Trad. Antonio Mercado. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

BROOK, Peter. Em busca de uma fome. Cadernos de Teatro, n. 20, dez.1962, p. 49.

CARLSON, Marvin. Teorias do teatro: estudo histórico-crítico, dos gregos à atualidade. Trad. Gilson César Cardoso de Souza. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997.

CARVALHO, Chico. Facebook. Disponível em: https://www.facebook.com/profile/1130533400/search/?q=direitos%20básicos&locale=pt_BR. 22 jan. 2023a. Acesso em: 23 abr. 2023.

CARVALHO, Chico. Facebook. Disponível em: https://www.facebook.com/profile/1130533400/search/?q=direitos%20básicos&locale=pt_BR. 22 jan. 2023b. Acesso em: 23 abr. 2023.

CARVALHO, Chico. Facebook. Disponível em: https://www.facebook.com/profile/1130533400/search/?q=vazar%20frustrações%20e%20recalques%20íntimos&locale=pt_BR. 05 jan. 2023c. Acesso em: 23 abr. 2023.

CARVALHO, Chico. Facebook. Disponível em: https://www.facebook.com/profile/1130533400/search/?q=repararam%20o%20quão%20sensacional%20é%20aquele%20ator&locale=pt_BR. 01 fev. 2023d. Acesso em: 23 abr. 2023.

CARVALHO, vina di. Corposições: cartografia das bicha. Belo Horizonte, 2023.

CASTELLANO, Carlos Garrido; RAPOSO, Paulo. Textos para uma História da Arte socialmente comprometida. Lisboa: Documenta, 2019.

COLETIVO 28 DE MAIO. Vazantes. volume 01, n. 01, 2017.

COPEAU, Jacques. A educação do ator. Cadernos de teatro, n. 13, 1960, p.12-14.

DANNER, Leno Francisco. O sujeito­grupo trans como ficção estético­política viva: da lógica da identidade à relacionalidade e à politicidade fundantes. Aufklärung, João Pessoa, v.7, n. esp., dez., 2020, p.93-124.

FÉRAL, Josette. Tout Théâtre est politique. Trajectoires du Soleil, autour d'Ariane Mnouchkine. Paris: Editions Théâtrales, 1998, p. 245-263.

FÉRAL, Josette. Que peut (ou veut) la théorie du théâtre? La théorie comme traduction. L’Annuaire théâtral. Revue québécoise d’études théâtrales, n. 29, printemps ,2001

VICTORIO FILHO, Aldo; GUÉRON, Rodrigo; PUGA, Jonatas Martin. O Chifre do Coronel Corta-Gargantas: uma ação estético-política. Revista Brasileira de Estudos da Presença, Porto Alegre, v. 6, n. 3, set./dez. 2016, p. 377-405.

GARROSSINI, Daniela Favaro; MACÊDO, Luiz Filipe Barcelos; MARANHÃO, Ana Carolina Kalume. Rastro digital como potência estético-política no Rebatismo da ponte Costa e Silva. Revista Eco Pós, vol. 19, n.2, 2016.

HAN, Byung-Chul. Do desaparecimeno dos rituais. Lisboa: Relógio D'Água Editores, 2020.

HOISEL, E. Escritores anfíbios: ficções críticas. Fonte: SP Review: http://saopauloreview.com.br/escritores-anfibios-ficcoes-criticas/. Sem data.

JEUDY, Henri-Pierre. Les usages sociaux de l’art. Revue française de sociologie, 2000 p. 566-568.

KIM, Bérénice Hamidi. Les Cités du théâtre politique en France de 1989 à 2007. Archéologie et avatars d’une notion idéologique, esthétique et institutionnelle plurielle. Français: Sciences de l’Homme et Société. Université Lumière - Lyon II, 2007.

LE BRUN, Annie. L'art contemporain, c'est l'enlaidissement du monde! Figarovox/Entretien. Disponível em https://acesse.dev/RVeEl. Acesso em: 02 maio 2024.

LIMONGI, Joana Alice P. Nietzsche no processo de criação do curta metragem A descoberta do mel. 2009. Disponível em: https://encr.pw/1Aif4.Acesso em: 02 maio 2024.

LONGONI, Ana. Tres coyunturas del activismo artístico. Voces en el fénix, n. 1, jun. 2010.

LOPES, Denilson. A convite da seção ‘Favoritos’, o professor de comunicação da UFRJ Denilson Lopes sugere cinco livros para refletir sobre as limitações do lugar de fala na ficção. Jornal Nexo. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/estante/favoritos/2023/01/07/5-romances-brasileiros-para-ir-além-do-lugar-de-fala. 07 jan. 2023. Acesso em: 14 fev. 2023.

LOURO, Guacira Lopes. Teoria queer - uma política pós-identitária para a educação. Estudos Feminitas, 2001. p. 541-553.

MIGNOLO, Walter D. Activism, Trajectory, and Key Concepts. Critical Legal Thinking, 23 jan. 2017. Disponível em: https://l1nq.com/xpGJF. Acesso em: 9 ago. 2022.

MUÑOZ, José Esteban. Cruising Utopia: The Then and There of Queer Futurity. New York: New York University Press, 2009.

NEVEUX, Olivier. Politiques du spectateur: les enjeux du théâtre politique aujourd’hui. Paris: La Découverte, Cahiers libres, 2013.

OSMINKIN, Roman. “Rally in the theater”: between collective performance and political activism. Revista THEATER n. 41, 2020. Disponível em: https://encr.pw/78BSt. Acesso em: 07 fev. 2023.

PELLETIER, Pol. La Robe blanche. Montréal (Québec): Herbes Rouges, 2015.

PRECIADO, Paul B. La izquierda bajo la piel. Um prólogo para Suely Rolnik. In: Esferas da insurreição. Nora para uma vida não cafetinada. São Paulo: n-1 edições, 2018.

RANCIÈRE, Jacques. O espectador emancipado. Trad. Ivone C. Benedetti . São Paulo : Editora WMF Martins Fontes, 2012.

RATTO, Gianni. Necessidade de comunicar. Cadernos de teatro, n. 12, 1959, p. 3-4.

SANCHES, João Alberto Lima. Dramaturgias de Desvio: recorrências em textos encenados no Brasil entre 1995 e 2015. Tese (Doutorado em Artes Cênicas) - Universidade Federal da Bahia, 2016.

SANTIAGO, Silviano. O cosmopolitismo do pobre. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004.

SHESTAKOVA, A. O que é teatro político: uma pesquisa com diretores e diretores artísticos famosos de Moscou. Revista THEATER. n. 8, 2012. Disponível em: https://l1nq.com/fWeaM. Acesso em 07 fev. 2023.

STOKLOS, Denise. EU denisestoklos meu teatro por mim mesma (Fundamentos do Teatro Essencial) Estado do Paraná Curitiba, 06 mai. 1987.

THOMAS, Gerald. Prefácio. In: BROOK, Peter. O espaço vazio. Rio de Janeiro: Apicuri. 2015, p. 10-15.

THÜRLER, Djalma. Por um teatro anfíbio. In: ARAÚJO, João Fábio Marinho de; VALENTE, Cristina de Melo. Ator-Rede e além, no Brasil... As teorias que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá. Campina Grande: UEPB, v.1, 2014, p. 26-31.

THÜRLER, Djalma; WOYDA, Duda; SANTOS, Josué Leite dos. A tecno(cena) e a política cultural menor: cenas em diapasão com a vida. In: GARCÍA, Paulo César; INÁCIO, Emerson (org.). Intersexualidades/ Interseccionalidades: saberes e sentidos do corpo. Uberlândia: O sexo da palavra, 2019. p. 317-334.

THÜRLER, Djalma. Broadway e Brook: uma encenação exusíaca de Julieta e Romeu. Programa de teatro. Salvador, Bahia, Brasil: ATeliê voadOR. maio-jun. de 2022a.

THÜRLER, Djalma. Entrevistado Djalma Thürler: Masculinidade contemporânea: um desafio para toda a sociedade. In: Alcidesio Oliveira da Silva JR; Maria Eulina Pessoa de Carvalho. (Org.). Eles por eles: pesquisas sobre masculinidades no Brasil. 1ed.Curitiba: CRV, 2022b, v. 1, p. 41-49.

THÜRLER, Djalma. Dramaturgia monstruosa: teatro contemporâneo e outras políticas de subjetivação. Salvador: Projeto de Pesquisa Sênior, CNPQ, 2022c.

VERGUEIRO, Viviane. Por inflexões decoloniais de corpos e identidades de gênero inconformes: uma análise autoetnográfica da cisgeneridade como normatividade. Dissertação. (Mestrado em Cultura e Sociedade) – Universidade Federal da Bahia, 2015.

ZANON, Camila Aline. Ondem vivem os monstros: criaturas prodigiosas na poesia e na poesia de Homero. São Paulo: Humanitas, 2018.

Publicado

2024-07-24

Como Citar

WOYDA, Duda; THÜRLER, Djalma. O excesso não deixa a poesia pousar: o teatro anfíbio e a dimensão política da arte. Urdimento - Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, v. 2, n. 51, p. 1–24, 2024. DOI: 10.5965/1414573102512024e0112. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/25528. Acesso em: 14 out. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático: O que fazer com a teoria teatral?