Performatividades trans no circo: confabulando sobre estética, política e epistemologias dissidentes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1414573101502024e0106

Palavras-chave:

circo, transgeneridade, performatividades trans, freak show

Resumo

Por que, quando falamos de circo, lembramos tão rapidamente da figura da mulher barbada, ao passo em que há tão poucas referências históricas sobre a presença de artistas trans e gênero-dissidentes na cena circense? Aqui, as performatividades trans atuam como tensionamento dos pilares onto-epistemológicos do pensamento e do mundo moderno. A partir de reflexões sobre estética, política e epistemologias dissidentes, este artigo analisa a participação de artistas trans e gênero-dissidentes no circo brasileiro, a relação discursiva entre virtuose e imaginário colonial, para então propor os possíveis contornos epistêmicos de uma performatividade trans no circo.

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Biografia do Autor

Juno Nedel Mendes de Aguiar, Universidade do Estado de Santa Catarina

Doutorando em Artes Cênicas pela Universidade do Estado de Santa Catarina (PPGT/UDESC). Mestrado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Graduação em Jornalismo pela UFSC. 

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Publicado

2024-04-28

Como Citar

AGUIAR, Juno Nedel Mendes de. Performatividades trans no circo: confabulando sobre estética, política e epistemologias dissidentes. Urdimento - Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, v. 1, n. 50, p. 1–19, 2024. DOI: 10.5965/1414573101502024e0106. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/25138. Acesso em: 4 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático: Justiça Epistêmica em Artes Cênicas