Espacialidade travesti: habitat de gênero e práticas topográficas de corpos trans nas artes da cena brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/14145731023820200003

Palavras-chave:

Arte e espacialidade, Estudos cênicos de gênero, Topografia corporal, Transgeneridades

Resumo

O artigo trata de interrogar os processos poético-topográficos nas artes cênicas a partir dos paradigmas espaciais instaurados pelas corporalidades transgêneras na cena brasileira recente. A reflexão põe em tensão os fenômenos de performatividade do espaço (Mostaço, 2016) e de performatividade transgênera (Leal, 2018b) buscando entender traços de habitat de gênero nas artes contemporâneas. A espacialidade travesti é então pensada a partir de configurações cênicas provocativas suscitadas por modos atitudinais de proteção e criação de gênero no ambiente. Neste sentido, a partir de incitações de processos criativos recentes, e da noção de racismo ambiental (Santos et al., 2016), analisamos as categorias da passabilidade, da reclusão e do cisplay como possíveis modos de violência ambiental às transgeneridades.

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Biografia do Autor

Dodi Tavares Borges Leal, Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)

Professora Adjunta do Centro de Formação em Artes e do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da Universidade Federal do Sul da Bahia. Doutora em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e Licenciada em Artes Cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.

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Publicado

2020-09-24

Como Citar

TAVARES BORGES LEAL, Dodi. Espacialidade travesti: habitat de gênero e práticas topográficas de corpos trans nas artes da cena brasileira. Urdimento: Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, v. 2, n. 38, p. 1–19, 2020. DOI: 10.5965/14145731023820200003. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/18156. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático - Espaços: configurações na cena brasileira e latino-americana